O sonho sempre foi fazer um Surfest de inverno, desde quando Lucas Zuch estava com a gente.
Fizemos o primeiro evento e vimos que esse modelo de competição por equipes podia ser replicado para outras realidades.
Principalmente aqui no Sul, com o inverno e o surfe sendo um pouco mais perrengue.
Pensamos em algo mais relacionado a gastronomia e mais intimista, e não tão festerê quanto foi a primeira edição.
Decidimos fazer o Surfest Desafio de Águas Frias, mas já havia passado o inverno e ainda não tínhamos feito nada.
Numa conversa entre amigos, conectamos o Surfari a ASPOA e o Céu bar e arte. Assim, nos encorajamos e resolvemos fazer algo menor, pra valorizar nossa cultura do surfe no frio, a galera que vem no fim de semana pra praia, que tem que se jogar em surf safáris pra achar as melhores condições, que surfa de roupa de borracha, algo tão atípico no Brasil.
O projeto nasceu de uma maneira bem humilde, pra ser algo menor, com poucas barcas em uma praia bem isolada, sem grande público ou palanque grande, mas o negócio foi tomando corpo e lançamos o projeto pros amigos.
De primeira, muitos compraram a ideia e marcamos o campeonato para o mês seguinte, literalmente.
Legal que já saímos com dois parceiros de longa data que sempre compram nossas ideias, a Mormaii e a Corona.
Depois vieram Tramontina, Guna Madê, Silverbay, Boardcave e Surftrips Rz Turismo.
O palanque aumentou, mesmo com pouco tempo. Cada pessoa que falávamos sobre o campeonato em homenagem a Lucas ia abraçando a causa, e o sentimento coletivo tomou conta dos bastidores.
Sempre surgia alguém pra ajudar como podia e assim formamos uma equipe forte de amigos.
Diante de muito interesse da galera que queria participar, o número de barcas dobrou e o campeonato virou um monstrinho.
Rolou aquela tensão de onde seria realizado: Ferrugem ou Silveira?
Quando vimos que o vento seria sul, acertamos com a ASG e Prefeitura para colocar a estrutura na Silveira. Nos demos conta de que teríamos que gastar muita batata da perna pra por o campeonato de pé.
Mas a previsão do tempo era favorável, o palanque foi montado, a galera foi chegando e vimos que seria um dia muito mágico.
A categoria gastronomia, que sempre foi o principal diferencial do campeonato, começou a ser tratada com muito carinho.
Chegou o dia do evento. As ondas estavam perfeitas para um campeonato, não estavam grandes, estavam bem democráticas e legais pro longboard.
O dia tinha uma brisa pro só pro cara nao ficar suando, facilitando a organização.
E o campeonato em si foi muito legal, conseguiu nosso principal objetivo que é unir a praia nas disputas e enturmar a galera no campeonato.
Então se iniciou com a competição local, a Local Heroes, justamente pra fazer eles sentirem-se os heróis, pois sao eles que cuidam da praia o ano inteiro.
Fazemos questão de salientar isso e elevá-los como os protagonistas.
Eles começam o dia, pegam as melhores ondas e depois entram as disputas de performance e longboard no estilo clássico. Que por sinal, foi show de surfe. As ondas colaboraram, o mar estava verdinho e a galera metendo uma estileira.
Depois entraram duas baterias de gastronomia com a galera levando muito a sério.
Serviram de tudo, churrasco, hambúrguer, paella, comida oriental, tudo de muita qualidade.
Na sequência rolaram as finais e o que todos demonstraram é que ganhar ou não é irrelevante.
No fim, todo mundo comemorou e a barca local foi a grande campeã. Depois a festa rolou no Z1080 e foi show de bola.
Assim foi finalizando um dia mágico de muita confraternização, nesse espírito coletivo de todos terem organizado o campeonato que o Lucas sonhava.