Estou no carro e ouço no rádio a chamada oficial do Mundial WCT Brasil na Atlântida FM, emissora do Grupo RBS, a maior empresa de comunicação do Sul do Brasil e nova detentora dos direitos de comercialização do evento.
Na voz de um gaudério, com uma musiquinha barulhenta ao fundo, ecoa: …?Vem aí o Mundial WCT. Kelly Slater, Mick Fanning, Joel Parkinson, Taj Burrow e os brasileiros Adriano de Sousa e Neco Padaratz nas ondas da Praia da Vila?…
Hummmmmm!
Pelo andar da carruagem e pelo que ouço nos bastidores, acho que muito em breve esse comercial deverá ser alterado…
Todo mundo sabe que Slater avançando duas fases em Mundaka, Espanha ? o que é muito provável ? conquiste o seu nono título mundial, de forma antecipada, e é mais provável ainda que, a exemplo do ano retrasado, com o título em mãos, não compareça para competir no Brasil.
Coincidentemente, no último domingo acompanhei os comentários do Teco pela Sportv durante a cobertura do SuperSurf e ele mencionou que alguns tops pretendem mesmo abandonar o restante do Tour em função do título estar praticamente garantido pelo norte-americano.
Os australianos Joel Parkinson, Mick Fanning, Taj Burrow, entre outros tops, alegam problemas de saúde (contusões) para não competir nas próximas etapas.
E a pergunta que não quer calar é: E como ficam investidores, patrocinadores e os promotores com o evento esvaziado pelas maiores estrelas do circuito? E o público brasileiro, como fica nessa situação recentemente criada?
Quem pode nos dar uma resposta é a ASP. Será que os homens que comandam o Circuito Mundial irão fazer vistas grossas? Irão apenas multar os atletas ou obrigá-los a participar do restante do Tour, ou irão aceitar passivamente essa situação inusitada?
Nessa história toda, num primeiro momento, confirmado o boicote, ou seriam contusões (?), será bom para os surfistas profissionais brasileiros que terão a oportunidade de vencer uma etapa no Brasil e ainda dividir uns trocados a mais.
Por enquanto, só nos resta aguardar os próximos capítulos…
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