Kelly Slater volta a brilhar no WCT, desta vez tirando dois 10 da cartola para vencer o Billabong Pro em Teahupoo. Foto: ASP World Tour / Karen. |
Na última terça-feira, 17 de maio de 2005, o hexacampeão mundial Kelly Slater registrou mais um feito inédito em sua fenomenal carreira, ao se tornar o primeiro surfista a vencer uma etapa do Circuito Mundial de Surfe Profissional com 100% de aproveitamento, ou seja, só com notas 10 computadas no resultado final da bateria.
O maior ídolo do esporte agora também é recordista em vitórias no Billabong Pro Tahiti, pois já tinha sido o melhor nos temidos tubos de Teahupoo em 2000 e 2003.
Mas, desde a primeira edição do Nova Schin Festival WCT Brasil na mesma temporada 2003 o norte-americano não subia ao alto do pódio no ASP Foster?s World Championship Tour.
A terça-feira foi mais um dia de muita chuva, ventos fortes e ondas de 2 metros. Mas foi nas séries até maiores dos 2,5 metros que Kelly Slater recebeu suas três notas 10 nos tubos mais adrenalizantes do mundo.
As duas da final garantiram US$ 30 mil de prêmio e o outro único surfista que conseguiu tirar a nota máxima no último dia do Billabong Pro Tahiti 2005 foi o também norte-americano Damien Hobgood, que deslocou o ombro numa queda e saiu da disputa na metade da bateria.
O pernambucano Paulo Moura foi abandonado pelas ondas nas quartas-de-final, mas terminou num excelente quinto lugar no maior desafio do Circuito Mundial.
?Infelizmente foi uma bateria bem atípica, porque não veio muita onda. Agora tem uma etapa também muito boa de ondas semana que vem em Fiji e este resultado aqui no Tahiti foi ótimo para me dar confiança?, falou Paulo Moura, que ganhou US$ 8 mil no seu melhor resultado no WCT.
O pernambucano também colocou seu nome na galeria nota 10 de Teahupoo na segunda-feira, quando despachou o ex-vice-líder do ranking, Mick Fanning.
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Paulo Moura teve ótima atuação em Teahupoo. Tirou um 10 na terceira fase e terminou em quinto lugar. Foto: ASP World Tour / Karen. |
Na terça-feira decisiva, ele enfrentou mais dois australianos e derrotou Tom Whitaker, que tinha eliminado o outro brasileiro nota 10 no Tahiti neste ano, o catarinense Neco Padaratz.
Mas, contra Nathan Hedge as condições do mar estavam tenebrosas, com muita chuva e fortes ventos.
Moura até chegou a liderar a bateria, mas o vice-campeão do Billabong Pro Tahiti no ano passado ganhou o confronto por 12,44 x 10,34 pontos.
?Tirei um 6,83 no começo, depois peguei dois tubos que eu não consegui sair e aí fiquei com a prioridade (de escolher a onda) um tempão esperando, mas a onda não veio. Eu precisava de um pouco mais de 4 pontos para vencer, mas estou muito feliz com o resultado. Essa é a minha onda preferida no circuito e a cada ano a gente evolui?, contou Paulo Moura, que agora aparece em trigésimo lugar no ranking, pois não havia vencido nenhuma bateria nas duas primeiras etapas realizadas em ondas pequenas na Austrália.
O brasileiro mais bem colocado no ranking é o potiguar Marcelo Nunes em 21o lugar, que não teve chances contra o australiano Taj Burrow, pegando apenas uma onda na terceira bateria do dia.
Na primeira, Kelly Slater iniciou sua caminhada ao título de tricampeão em Teahupoo numa virada espetacular contra o havaiano Bruce Irons, que vencia a disputa com 18,33 pontos.
Com dois tubos seguidos em menos de três minutos, Slater arrancou sua primeira nota 10 e ainda uma 8,5 para reverter o placar.
Nas quartas-de-final, outro sufoco contra o defensor do título do Billabong Pro Tahiti, com a vitória sendo definida por centésimos de diferença. Kelly marcou 18,93 pontos contra 18,84 pontos de C. J. Hobgood.
Na semifinal, a nota 10 chegou perto duas vezes e, com 19,73 pontos, despachou o australiano Taj Burrow. Esta marca só não superou os 19,93 pontos do também norte-americano Damien Hobgood nas quartas-de-final que, curiosamente, antecedeu a bateria do brasileiro Paulo Moura com os tubos entrando perfeitos sem parar.
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Trent Munro segue na liderança do ranking depois da etapa em Teahupoo. Foto: ASP World Tour / Karen. |
O irmão gêmeo do último campeão em Teahupoo dominou os tubos novamente na semifinal e impediu que o australiano Nathan Hedge conseguisse chegar à grande final pelo segundo ano consecutivo.
Em 2004, contra CJ Hobgood, Hedge sofreu uma queda logo em sua primeira tentativa e deslocou o ombro, tendo que abandonar a bateria. Damien somou 18,33 pontos contra 16,87 pontos do australiano e seguiu para enfrentar o grande favorito Kelly Slater.
Coisas do destino, mas a cena se repetiu e desta vez Damien também deslocou o ombro numa queda e deixou o caminho livre para o hexacampeão mundial fazer história no Tahiti.
Em suas primeiras apresentações, Damien começou com nota 9,33 e Slater com 9,50, que ainda tirou um 9,80 até receber o seu primeiro 10 quando ambos estavam na briga.
O segundo veio quando Slater já estava sozinho dentro d?água. Depois de conquistar o inédito 100% de aproveitamento, ele foi até os barquinhos, pegou uma latinha de cerveja Foster’s, patrocinadora do Tour, e surfou mais um tubaço com ela na boca para comemorar sua primeira vitória na temporada.
Agora, Kelly Slater já aparece em quarto lugar no ranking das três etapas, na mesma casa dos 2.300 pontos do atual tricampeão mundial Andy Irons e de Damien Hobgood, que dividem a segunda colocação no WCT 2005 ainda liderado pelo australiano Trent Munro, com 2.676 pontos.
Irons e Munro pararam nas oitavas-de-final no Billabong Pro Tahiti, com o havaiano perdendo para Dean Morrison por 17,67 x 14,50 pontos e o atual número 1 do mundo sendo barrado com um placar mais apertado ? 18,24 x 17,47 pontos ? pelo também australiano Nathan Hedge.
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Damien Hobgood fica com o vice-campeonato da etapa, mantendo a tradição de bons resultados da família em Teahupoo. Foto: ASP World Tour / Karen. |
O Brasil não chegou a repetir o pódio com o terceiro lugar do potiguar Danilo Costa em 2003, quando ele só foi barrado pelo próprio Kelly Slater nas semifinais.
Mas também fez bonito neste ano nas ondas mais temidas do mundo. O carioca Raoni Monteiro e o paranaense Peterson Rosa venceram as duas primeiras baterias do campeonato que só foi iniciado no décimo dia do seu prazo, nas menores condições de toda a história do WCT no Tahiti.
O pernambucano Paulo Moura e o potiguar Marcelo Nunes também estrearam com vitórias no sábado e avançaram direto para a terceira fase. No domingo, as ondas começaram a subir e os tubos reapareceram, com o catarinense Neco Padaratz fechando o segundo dia no tubo mais fantástico do evento até então, que mereceu a primeira nota 10 unânime dos cinco juízes em Teahupoo.
O cabo-friense Victor Ribas também passou pela repescagem e seis dos sete brasileiros foram escalados para disputar classificação para as oitavas-de-final da competição.
A chuva que castigou o Tahiti por seis dias seguidos voltou com força total na segunda-feira e os tubos mais temidos do mundo também.
O resultado foram mais quatro notas 10, uma delas recebida pelo pernambucano Paulo Moura no penúltimo confronto do dia, quando despachou o então vice-líder do ranking, Mick Fanning, com a terceira maior pontuação dos dois primeiros dias de disputas no Tahiti: 19,40 pontos de 20 possíveis.
O australiano Tom Whitaker abriu a última bateria também com um 10 e acabou tirando Neco Padaratz da competição. Além de Moura, só o também nordestino Marcelo Nunes seguiu para o último dia, com Neco, Ribas, Peterson Rosa e Raoni Monteiro, terminando empatados em 17.o lugar no histórico Billabong Pro Tahiti 2005.
O Globe WCT Fiji, próxima etapa do Tour, acontece em outro pico paradisíaco: Tavarua, Ilhas Fiji. A janela de espera pelas melhores ondas começa dia 22 e vai até 3 de junho.
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Neco Padaratz tirou 10 na segunda fase e recuperou a confiança para surfar uma das ondas mais temidas do planeta. Foto: ASP World Tour / Tostee. |
1 Kelly Slater (EUA)
2 Damien Hobgood (EUA)
3 Taj Burrow (Aus)
3 Nathan Hedge (Aus)
5 CJ Hobgood (EUA)
5 Dean Morrison (Aus)
5 Fred Patacchia (Haw)
5 Paulo Moura (Bra)
9 Marcelo Nunes (Bra)
17 Victor Ribas (Bra)
17 Raoni Monteiro (Bra)
17 Peterson Rosa (Bra)
17 Neco Padaratz (Bra)
33 Renan Rocha (Bra)
Oitavas-de-final
1 Kelly Slater (EUA) 18.50 x Bruce Irons (Haw) 18.33
2 CJ Hobgood (EUA) 17.33 x Cory Lopez (EUA) 13.44
3 Taj Burrow (Aus) 14.67 x Marcelo Nunes (Bra) 5.00
4 Dean Morrison (Aus) 17.67 x Andy Irons (Haw) 14.50
5 Fredrick Patacchia (Haw) 17.17 x Joel Parkinson (Aus) 16.73
6 Damien Hobgood (EUA) 16.67 x Kalani Robb (Haw) 14.50
7 Nathan Hedge (Aus) 18.24 x Trent Munro (Aus) 17.47
8 Paulo Moura (Bra) 14.17 x Tom Whitaker (Aus) 4.67
Quartas-de-final
1 Kelly Slater (EUA) 18.93 x CJ Hobgood (EUA) 18.84
2 Taj Burrow (Aus) 16.83 x Dean Morrison (Aus) 16.00
3 Damien Hobgood (EUA) 19.93 x Fredrick Patacchia (Haw) 18.24
4 Nathan Hedge (Aus) 12.44 x Paulo Moura (Bra) 10.34
Semifinal
1 Kelly Slater (EUA) 19.73 x Taj Burrow (Aus) 13.40
2 Damien Hobgood (EUA) 18.33 x Nathan Hedge (Aus) 16.87
Final
Kelly Slater (EUA) 20.00 x Damien Hobgood (EUA) 17.50
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Peterson Rosa, Top 10 em 2004, tirou uma nota 9 na terceira fase mas faltou outra onda boa para avançar na etapa. Foto: ASP World Tour / Karen. |
1 Trent Munro (Aus) 2676
2 Andy Irons (Haw) 2364
2 Damien Hobgood (EUA) 2364
4 Kelly Slater (EUA) 2342
5 Mick Fanning (Aus) 2210
6 C.J. Hobgood (EUA) 2064
7 Taj Burrow (Aus) 2018
8 Tom Whitaker (Aus) 1886
9 Chris Ward (EUA) 1852
10 Joel Parkinson (Aus) 1800
11 Dean Morrison (Aus) 1742
11 Fredrick Patacchia Jr (Haw) 1742
13 Nathan Hedge (Aus) 1701
13 Cory Lopez (EUA) 1701
15 Daniel Wills (Aus) 1696
16 Richard Lovett (Aus) 1557
17 Mark Occhilupo (Aus) 1552
17 Darren O’Rafferty (Aus) 1552
19 Bruce Irons (Haw) 1425
19 Troy Brooks (Aus) 1425
21 Marcelo Nunes (Bra) 1420
22 Luke Egan (Aus) 1235
22 Kalani Robb (Haw) 1235
22 Phillip MacDonald (Aus) 1235
22 Bede Durbidge (Aus) 1235
26 Michael Lowe (Aus) 1230
26 Taylor Knox (EUA) 1230
26 Neco Padaratz (Bra) 1230
26 Victor Ribas (Bra) 1230
30 Paulo Moura (Bra) 1182
31 Jake Paterson (Aus) 1050
32 Sunny Garcia (Haw) 1045
32 Peterson Rosa (Bra) 1045
32 Shane Beschen (EUA) 1045
32 Travis Logie (Afr) 1045
36 Tim Curran (EUA) 860
36 Lee Winkler (Aus) 860
36 Raoni Monteiro (Bra) 860
36 Greg Emslie (Afr) 860
36 Shea Lopez (EUA) 860
41 Toby Martin (Aus) 675
41 Luke Stedman (Aus) 675
41 Tim Reyes (EUA) 675
41 Kirk Flintoff (Aus) 675
41 Renan Rocha (Bra) 675
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