Os 46 surfistas que entraram nas águas de Stella Maris, em Salvador (BA), nesta sexta-feira, mostraram que a idade nem sempre pesa nas performances nas ondas.
Na abertura do Billabong Brasileiro Surf Masters, circuito brasileiro seletivo para o Mundial Master (acima dos 35 anos), surfistas de todo o Brasil mostraram, em 16 baterias disputadas, um alto nível técnico, com manobras potentes e modernas, nas ondas de 1,5 metros e boa formação.
A competição, promovida pela Confederação Brasileira de Surf (CBS), tem as categorias Master (acima de 35 anos), Grand Master (acima de 40), Kahuna (acima de 45), Grand Kahuna (acima de 50) e Master Feminino (acima de 35).
Esta é uma das três provas seletivas para os atletas que pretendem participar, com as despesas pagas, do mundial da International Surfing Association (ISA), programado para o segundo semestre de 2011, no Chile ou em El Salvador.
Disputas acirradas Nas disputas das primeiras fases das categorias Master e Grand Master, os dois grandes nomes foram os dos baianos Armando Daltro e Jojó de Olivença, que fizeram as maiores pontuações do primeiro dia de disputas.
Daltro, que fez a segunda melhor nota do evento, um 8.25 (a maior foi um 8.50, do sergipano Romeu Cruz), fez um escore de 14.75 pontos em 20 possíveis.
Campeão mundial do World Qualifyng Series (WQS) de 2000, Armando Daltro, 38, só havia competido duas vezes neste ano, em eventos locais.
“Tenho treinado pouco, realmente, mas foi muito boa a disputa de hoje. Achei as ondas certas e fui feliz”, explica o atleta.
Para ele, o evento tem um sabor e um estímulo a mais, por reencontrar velhos companheiros e adversários de circuito mundial e brasileiro.
“Temos histórias que nunca esquecemos, mas relembrar junto com quem também as vivenciaram tem um sabor a mais. É muito bom rever os amigos e voltar a competir com eles. Sei que não estou na minha melhor forma, porque tenho surfado cerca de uma hora por dia, só quando dar ondas. Às vezes fico dias sem cair no mar”, conta o atleta, integrante da divisão de elite do surfe mundial por sete anos e atual presidente da Federação baiana de Surf (FBSurf).
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Um dos atletas mais assediados do evento, o baiano radicado há mais de 20 anos no Guarujá (SP), Jojó de Olivença, 43, não decepcionou seus fãs. Passou tranquilo na quarta bateria Master, mas foi na Grand Master que mostrou suas ferramentas.
Com velocidade e força de um garoto de 20 anos, ele “espancou” as ondas de Stella e até arriscou um aéreo, que não conseguiu completar. Com uma onda 7 e outra 7.50 pontos, fez o segundo maior escore da prova.
“Consegui achar as ondas e deu tudo certo. Porém o mais bacana foi voltar a competir em Stella, depois de quase dez anos. Volto a frisar que trata-se de uma grande festa de confraternização, mas todo mundo quer vencer e comigo não é diferente”, disse o carismático Jojó.
Neste sábado, ele enfrenta, na segunda fase da Grand Master, Ricardo Tatuí (RJ), Beto Dias (BA) e Tekinho do Tombo (SP).
Já na Master, a tarefa também não será fácil, pois tem pela frente Armando Daltro, Bruno Pitanga (BA) e Bruno Senna (BA),
Além de Daltro e Jojó, brilharam também o sergipano Romeu Cruz, detentor do terceiro melhor somatório (13.40); o atual vice-campeão mundial da categoria, Sérgio Pena (RJ), os baianos Marcelo Alves, Bruno Pitanga e Christiano Spirro; os fluminenses Ricardo Tatuí e Victor Ribas; e o potiguar Joca Júnior.
Classificado na sétima bateria com 12 pontos e algoz do bicampeão brasileiro (1991 e 1995) Ricardo Toledo (SP), na categoria Master, o ilheense Marcelo Alves era só felicidade.
“Aqui tem vários surfistas que admiro desde guri. Se competir com eles já é uma grande felicidade, imagine ganhar de alguns deles”, comenta Alves, que aos 38 anos compete e vence diversos circuitos amadores pelo Brasil, com a garotada.
Neste sábado, as disputas começam às 10 horas (horário de Brasília) e terminam 16:40 horas. Entram no mar as segundas fases Master e Grand Master, além da primeira e segunda fase Kahuna e da primeira fase Grand Kahuna.
