Suelen Naraísa é exemplo de garra e talento

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Suelen Naraísa está na ponta do ranking do SuperSurf. Foto: Ivan Storti/FMA Comunicação.
A surfista Suelen Naraísa, 18, natural de Ubatuba (SP), é uma das revelações do circuito Brasileiro Profissional.

 

Após ficar com a terceira colocação no Super Trials do ano passado, Suelen ingressou na elite do surf brasileiro e já está dando trabalho para as melhores atletas do país.

 

Com duas etapas realizadas, a surfista assumiu a liderança do ranking e segue firme em seu objetivo de ser campeã brasileira.

 

Mas, como nem tudo são flores, a atleta já venceu uma grande batalha. Aos 10 anos, descobriu que sofria de câncer no rim. A doença já começava a se alastrar para o pulmão, fígado e baço e o tratamento acabou praticamente impedindo a prática do surf.

A atleta é local de Ubatuba (SP). Foto: Divulgação Super Surf.

 

Diversos médicos por onde passou não encontravam o real problema de Suelen. Apenas quando se consultou com o sétimo médico, foi descoberto que o problema da surfista se tratava de um câncer.

 

A essa altura, Suelen estava muito mal e todos achavam que ela não teria mais chances de se recuperar.

 

Mas a atleta deu a volta por cima com o apoio da mãe, Eliane, e com Deus no coração, como costuma dizer. “Tenho certeza de que a vontade de poder voltar a pegar onda foi o maior incentivo para lutar contra a doença”, explica ela.

 

Suelen retirou um rim e operou a veia cava, além de fazer rádio e quimioterapia por três anos. Para quem já venceu uma batalha na vida, se dar bem no esporte que tanto ama, será apenas consequência de todo seu empenho.

 

Saiba um pouco mais sobre a vida e carreira da atleta nesta entrevista exclusiva.

 

Naraísa começou a surfar incentivada pelo irmão mais velho, Welllington Carane. Foto: Ricardo Werneck/Divulgação.
Como você começou a pegar onda?
Foi na praia de Itamambuca, com o incentivo de meu irmão mais velho, Welllington Carane. Desde então não parei mais.

 

Qual era sua idade na época?
Tinha 8 anos. Mas, um ano depois, descobri que estava com câncer e fiquei três anos sem poder surfar. Tenho certeza de que a vontade de poder voltar a pegar onda foi o maior incentivo para lutar contra a doença.

 

Onde costuma treinar?
Nas praias de Itamambuca, Grande e Vermelha.

 

Quais são seus principais títulos?
Bicampeã paulista Amadora; vice-campeã brasileira Iniciante, vice-paulista Profissional. Também fiquei em terceiro lugar no Super Trials em 2002 e atualmente lidero o ranking do SuperSurf, com 1730 pontos (10 a mais que a segunda colocada, Silvana Lima).

 

Mesmo liderando o SuperSurf, a atleta está sem patrocinador principal. Foto: Ricardo Werneck/Divulgação.
Você treina na Escola Municipal de Surf de Ubatuba, com o Alberto Jacob?
Já participei da escolinha, onde o Alberto Jacob sempre dá aulas. Mas, por morar em Itamambuca me afastei da escolinha, pois era muito longe. Com minha classificação para o SuperSurf, voltamos a fazer um trabalho no início deste ano. É essencial porque ele me ajuda dentro e fora d’água.

 

Como é feito seu treinamento?
Treino três vezes por semana o aprimoramento de manobras, correção de estilo e simulação de baterias. O Jacob é meu técnico, me acompanha em todas as competições, dá suporte psicológico e trabalhamos táticas de competição.

 

Você está sem patrocinador?
 

Na etapa de Maresias do SuperSurf, Suelen mostrou apetite para dropar as maiores ondas. Foto: Ricardo Werneck/Divulgação.
Estou sem patrocínio de uma marca principal, mas tenho de pranchas (Storm Rider) e da faculdade integradas Módulo de Caraguatatuba.

 

O que você acha do circuito Brasileiro Profissional?
O circuito está de parabéns, com empresas fortes patrocinando. O nível do surf também está excelente. Só tenho que parabenizar a Abril e seus apoiadores: Tim, Volkswagen e Wagon.

 

Qual a maior dificuldade que você enfrentou na carreira?

É a que estou passando no momento: a falta de patrocínio.

 

Qual sua manobra predileta?
Gosto muito de mandar batidas de backside.

 

 

Já em Torres, também no SuperSurf, ela venceu e assumiu a liderança do ranking. Foto: Paulo Moreira.
Onde você mais gosta de surfar?
Nas direitas de Itamambuca, em Ubatuba (SP).

 

Você sempre contou com o apoio da família?
Quando comecei a participar dos campeonatos, minha avó era quem me bancava. Meus pais e primos também sempre me apoiaram.

 

Quais são seus objetivos como atleta profissional?
Ser campeã brasileira e correr o circuito WQS.


Em quem você procura se inspirar?
Minha inspiração vem de Deus, mas procuro me espelhar na garra e determinação do Peterson Rosa, entre outros atletas.