Formiga carnívora

Sup extremo no Peru

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Uma turma de surfistas brasileiros embarcou rumo ao Norte do Peru com o objetivo de esticar os limites do stand up paddle.

 

Eu, Luis Roberto Formiga, o paulista Alexandre Dardak Haigaz, o catarinense Dudu Shultz e os baianos Roberto Nascimento e Gustavo Kombi, encontramos um swell grande e desafiador na costa do oceano Pacífico.

 

Saímos na correria para Lobitos também com equipamentos de kite, pois lá os esportes se complementam. De manhã, sem vento, o negócio é o stand up. À tarde, o kitewave era o desafio.

Nas primeiras sessions fomos nos acostumando com a velocidade da onda em La Frontera, sessão intermediária de Lobitos, onde deu para aproveitar 1 metrão correndo na bancada.

Nas fotos parece fácil, mas quem conhece a onda sabe que a pranchinha precisa voar para passar a seção. Já a prancha de stand up, por ser mais larga, é mais lenta. Aí, fica a grande sacada: como desenvolver uma prancha veloz e estável na remada?

Ao lado do shaper Neco Carbone e da marca GZero Tech, criamos pranchas de stand up menores, mais leves e resistentes para este tipo de onda. Chegamos a um foguete de 8 pés. Ficou mágico.

Depois de entrar na onda, a prancha troca de borda muito rapidamente, o que torna possível acelerar nas mais cavadas e correr atrás dos tubos nos canudos.

Com mais confiança, fomos dropar em El Oco, pico mais ao outside de Lobitos. O grau de dificuldade era se ligar na forte correnteza e principalmente nas pedras, que estão sempre ao seu lado.

Vale lembrar que a cordinha longa, de mais de 10 pés, e a prancha com bastante flutuação, arrastam para as pedras. Foi adrenalizante o posicionamento e a escolha de ondas, que passaram facilmente dos 1,5 metros.

Depois de algumas boas, fui tentar um tubo em uma onda errada. Tive que mergulhar na base. Fiquei prensado na laje e depois tomei mais três ondas enquanto remava para fora e mergulhava para não ser arrastado para as cracas.

Alexandre Haigaz teve sua prancha arrastada pela corrente e pelo vento terral. Ele teve que ser resgatado por um barco enquanto era levado até o mar aberto ao estourar a cordinha.

No final, deu tudo certo, conseguimos bons momentos. Mas a trip não parou por aí. Depois, fomos até Pacasmayo e Poemape, onde mais uma session perto das pedras elevou ainda mais o nível desta trip.

Sem dúvida, não recomendo estes destinos a qualquer pessoa, mas, para quem gosta de um desafio e de alguns perrengues, o primeiro passo foi dado. O Norte do Peru é demais para quem quer elevar o nível técnico no stand up paddle surf.