Surfistas contornam ilha de São Vicente na remada

Remada ilha de São Vicente - Marcello Árias, Adriano Teco de Oliveira, e Fernando Henrique Rhein

Marcello Árias, Adriano Teco e Fernando Henrique Rhein durante o percurso de 42 quilômetros em volta da ilha de São Vicente. Foto: Franciny Oliveira/ Unimonte.
No último domingo, os surfistas Marcello Árias, Adriano “Teco” de Oliveira e Fernando Henrique Rhein, todos da Unipran – Universidade da Prancha, desafiaram o vento forte, a correnteza, as ondas e o cansaço para realizar um feito inédito: remar 42 quilômetros para dar a volta na ilha de São Vicente (SP).

 

Para isso, eles utilizaram as chamadas ‘paddleboards’, pranchas especiais para remada de longas distâncias, com cerca de quatro metros de comprimento, e finalizaram o desafio em 9 horas e 20 minutos, antes do prazo previsto inicialmente (entre de 10 e 12 horas).

 

Segundo Árias, além da conquista esportiva, o Projeto Mater – Redescobrindo a Ilha de São Vicente, como foi batizado o desafio, teve como objetivo fazer um alerta em relação à importância da proteção do meio ambiente.

 

“Queremos que essa atividade sirva de gancho para este alerta. No trajeto vimos locais danificados pela ação do homem, o que causa prejuízos a todos nós. Essa volta poderia ser um roteiro turístico da região e quem sabe isso aconteça no futuro”, comentou Árias, idealizador e coordenador da Unipran. “Dá pra ver que vivemos mesmo numa ilha”, complementou o surfista, que agora pensa em realizar, nos mesmos moldes, uma viagem à Lage de Santos.

 

A volta começou logo cedo, às 7 horas, em frente ao Aquário Municipal, na Ponta da Praia. O trio ignorou o mar revolto e imprimiu um ritmo forte, inclusive na Porta do Sol, em São Vicente – também conhecida como “Garganta do Diabo”, onde a dificuldade aumentou em função das ondas grandes.

 

“Foi tudo dentro do esperado. Sinceramente, só não contávamos com o vento muito forte que enfrentamos no canal do Porto de Santos e nos obrigou a dar uma parada”, disse Árias. “Estávamos remando contra a maré e o jeito foi esperar ela dar uma baixada”, acrescentou Teco, que é professor da Unipran. Já o aluno Fernando terminou o percurso sentindo dores na região lombar: “Sofri um pouco, mas valeu todo o esforço”.

 

De acordo com Árias, para que tudo desse certo eles receberam apoio da equipe multidisciplinar da Unimonte, da Polícia Militar e também do IOS, o Instituto Oceanográfico de Santos. Muito contente por ter completado o desafio, ele fez um balanço do evento.

 

Marcello Árias abastece a máquina para completar o desafio com tranquilidade. Foto: Franciny Oliveira/ Unimonte.
“Com o decorrer do trajeto pela Ilha de São Vicente encontramos muitos contrastes. Por exemplo, se temos a beleza dos mangues e das praias, temos, em contrapartida, a poluição das águas e pessoas morando em favelas próximas do mar sem o mínimo de condições. O Projeto Mater quer propor soluções e medidas para virar este jogo”, revela Árias, que acredita, ainda, que a volta na Ilha tem tudo para se tornar um roteiro turístico. “Esperamos que isso aconteça algum dia”.

 

O vice-reitor da Unimonte, Valdir José Lanza, considerou o evento um sucesso e diz que o objetivo maior foi alcançado. “Nossa primeira meta era a integração do maior número possível de cursos. Desde o começo sentimos a alegria das pessoas envolvidas em fazer parte deste projeto que traz benefícios à Baixada Santista. Montamos uma grande estrutura para realizar a atividade e, agora, vamos expor todo o resultado deste trabalho no dia 18, em um ciclo de palestras”.

 

Tanto no barco de apoio como na praia os três remadores receberam o devido acompanhamento. Na área de Educação Física o professor Flávio Ascânio (também coordenador da Unipran), supervisionou um trabalho de medição de freqüência cardíaca e pressão arterial dos atletas durante o percurso. Ao final foram medidos seus níveis de glicemia e lactato.

 

No aspecto nutricional, as professoras Renata Bernardes de Oliveira e Claudia Juzwiak prepararam um cardápio com base em carboidratos, onde Marcelo, Teco e Fernando ingeriram alimentos de duas em duas horas. Para completar, a hidratação foi realizada em intervalos de 15 a 20 minutos. Vale lembrar ainda que o desafio foi todo documentado por alunos do curso de Rádio e TV da Unimonte.

 

O Projeto Mater – Redescobrindo a Ilha de São Vicente, fez parte das propostas da Unipran (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão dos Esportes com Prancha da Unimonte), criadas em setembro de 2001, que pretendem resgatar a cultura dos esportes com prancha e desenvolvê-los no mundo acadêmico, produzindo cursos, pesquisas e atividades de extensão.

 

Todo o estudo feito durante o percurso será discutido e exposto no próximo dia 18 em um seminário que acontece às 19 horas, no anfiteatro do Instituto Oceanográfico de Santos (IOS), no Campus Ponta da Praia, da Unimonte.

 

O evento, aberto ao público em geral, contará com a presença dos três surfistas responsáveis pela aventura, para explicar todos os detalhes que cercaram a atividade, e, ainda, vai mostrar as pesquisas e avaliações elaboradas por professores e alunos de todos os cursos envolvidos, além de uma exposição fotográfica e jornalística do projeto.

 

Para obter mais informações sobre a UniPran acesse o site  Unimonte.br/unipran ou ligue no telefone (0xx13) 3222-8890. O Centro de Treinamentos Monte Serrat, onde está instalada a UniPran, fica na Rua Comendador Martins, nº 119, Vila Mathias, Santos.

 

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