Viva a Mata 2011

Surfistas na onda ambiental

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Comunidade do surf debate temas ambientais durante o Viva a Mata 2011. Foto: Lucas Conejero.

No último final de semana, a capital paulista recebeu o Viva a Mata 2011. Organizado pela fundação SOS Mata Atlântica, o evento comemorou no Parque do Ibirapuera o 25o aniversário da organização e apresentou iniciativas em defesa da Mata Atlântica.

 

Instituições de várias regiões do país participaram das atividades. Mais de 100 projetos foram expostos. A programação contou com debates, oficina de plantio, distribuição de mudas, palestras e jogos educativos. 

 

Surfistas engajados também marcaram presença. Na manhã de sábado, houve o debate Surf, Sustentabilidade e Gestão Costeira.

 

Entre os convidados, João Malavolta, diretor executivo da ONG Ecosurfi, responsável pela Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente e o jornalista ambiental Tulio Brandão, colunista do Waves, autor do blog Surf Deluxe e pós-graduado em economia e meio ambiente pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). 

 

“Há cinco anos ampliamos nosso conceito de defesa da Mata Atlântica. O ecossistema depende das praias para ter equilíbrio. Desde então, buscamos envolver os surfistas nas iniciativas e o resultado foi muito positivo”, afirma Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da SOS Mata Atlântica.

 

De acordo com João Malavolta, a participação da Ecosurfi no Viva a Mata brindou o trabalho de 11 anos da ONG paulista. “Fizemos a proposta de envolver os surfistas no evento e eles aceitaram de imediato”, comenta.

 

Para Tulio Brandão, gerente de Sustentabilidade da agência de comunicação Approach, os surfistas desempenham papel importante em facetas distintas da questão ambiental, portanto, é fundamental a participação da galera nos debates. 

 

“Em um primeiro momento, são vítimas. Por exemplo, quando adoecem em função da água poluída, o que já aconteceu comigo. Mas não dá para negar, também causam impactos no meio ambiente costeiro. Bom exemplo são os ‘paraísos’ descobertos pelos surfistas. Inúmeras vilas do litoral brasileiro estão em colapso, sofrem com a especulação imobiliária e com a falta de infra-estrutura”, explica Tulio.

 

Nos três dias de evento, milhares de pessoas que lutam pela conservação da Mata Atlântica passaram pelos stands, trocaram informações, experiências e deram fôlego ao movimento ambientalista. 

 

No domingo, uma manifestação contra as alterações do Código Florestal brasileiro reuniu cerca de mil pessoas – segundo a PM – e teve como ponto de encontro o Viva a Mata. A Câmara Federal deve votar a nova versão do Código nesta terça ou quarta-feira.