Redes de pesca

Surfistas protestam no Sul

Protesto de surfistas em frente à Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Porto Alegre

Surfistas batalham pelo fim das mortes por redes de pesca no Rio Grande do Sul. Foto: Divulgação.
Cartaz da campanha criada pelo grupo Surfosauros durante mobilização em Porto Alegre. Foto: Reprodução.

Um grupo formado por simpatizantes, surfistas e familiares de vítimas das redes de pesca no litoral gaúcho reuniram-se na última quarta-feira (10/11) para uma grande manifestação pública em Porto Alegre (RS).

 

Pelo menos 140 jovens estiveram presentes em frente à Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, na tentativa de entregar um manifesto.

 

Familiares e amigos das vítimas querem que os deputados acelerem a votação do Projeto de Lei número 113/2010, apresentado por Luis Fernando Zachia, que encampou a iniciativa depois da saída do deputado estadual Sandro Boka para buscar a reeleição. 

Depois do ato, os manifestantes dirigiram-se até o Ministério Público Estadual para protestar e pedir providências para que mais mortes não aconteçam na costa gaúcha.

 

O Rio Grande do Sul é o único lugar no mundo que ainda registra este tipo de ocorrência. Em todas as outras praias do planeta em que o surf é praticado, os pescadores não utilizam redes presas a cabos fixos oferecendo riscos para a vida dos atletas.

 

Outro problema que assola o estado é a falta de salva-vidas, principalmente nos finais de semanas e feriados prolongados, épocas de maior concentração de público nas beiras de praias.

Uma comissão formada por representantes dos atletas, familiares, salva-vidas civis, políticos e membros da FGSurf (Federação Gaúcha de Surf) foram recebidos por Luiz Carlos Ziomkowski, subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais.

 

Além dele, a promotora Lisandra Demari, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Ordem Urbanística e Questões Fundiárias do Ministério Público, ouviu relatos emocionados de mães de vítimas das redes de pesca.

 

“O que posso lhes assegurar é que o Ministério Público vai tomar uma atitude em relação a esses tristes episódios”, afirma Ziomkowski, que ressaltou aos participantes que será agendada uma reunião com os Promotores de Justiça do Litoral para definição das medidas cabíveis.

 

Uma das hipóteses é que um inquérito civil regional seja instaurado, objetivando decisões uniformes para todos os municípios. Em relação às redes fixas, Ziomkowski explica que a proibição destes equipamentos passa por uma questão judicial, não podendo ser definida exclusivamente pelo MP.

Já o presidente da Federação Gaúcha de Surf, Orlando Carvalho, falou sobre soluções concretas para o problema.

 

“Acreditamos que somente tirando os cabos das praias do Rio Grade do Sul teremos segurança. Não queremos tirar o trabalho ou o sustento de ninguém, mas encontrar alternativas até mais rentáveis para os pescadores que a colocação de redes de cabos fixos”, comenta Carvalho.

 

“A solução pode ser a utilização de botes para que os pescadores coloquem suas redes em alto mar, ou pelo menos mais longe da rebentação onde os atletas surfam. Com estes botes a possibilidade dos pescadores capturarem peixes de valor agregado é muito maior e elimina os riscos de morte de surfistas. Seria a paz no nosso mar”, finaliza o presidente.

Esta manifestação pública integra o conjunto de ações que o Programa Praia Segura, Surf Legal, que a FGSurf desenvolve no Rio Grande do Sul com apoio de diversas entidades. O programa trabalha em diferentes eixos temáticos buscando a educação, segurança, lazer e promoção dos esportes náuticos.

A próxima manifestação pública está marcada para domingo (14/11), às 15 horas na Plataforma de Atlântida, no litoral Norte. Será promovido um protesto pedindo mais segurança para surfistas, banhistas e famílias nas praias do estado.

 

O grupo de manifestantes busca conscientizar as autoridades, veranistas e moradores, do descaso e falta de investimentos em segurança, um direito de todos.

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