Na última semana, peguei boas ondas na praia do Portão, bem próxima ao Titanzinho (CE). Todos sabemos que os meses de agosto e setembro são os mais fracos de onda no Ceará, mas o Portão me surpreendeu.
No primeiro dia, o mar parecia estar ruim. Mas eu estava tão fissurado, que caí com os amigos Phelipe Maia, Michel Roque, Betinho Rosa, Charlie Brown e a bodyboarder Raquel Bezerra.
A maré já tinha começado a encher e a entrada já estava um pouco crítica. Como quem está na chuva é pra se molhar, nem pensei muito e fui logo para a água.
Logo que entrei, peguei uma onda muito boa. Betinho Rosa abusou na altura e ousadia dos aéreos, enquanto a Raquel mostrava que conhece muito bem o pico. Charlie Brown também não aliviou e quebrou nos aéreos e nas junções.
Esse dia foi bem particular para mim. Várias vezes lembrei de Lance’s Left, nas Mentawai, uma das melhores ondas que já surfei. A água estava verde-esmeralda e a onda vinha com um bom volume.
No segundo dia, cheguei bem mais cedo e a maré ainda estava ideal para o Portão. O mar parecia estar um pouco maior que no dia anterior. O crowd estava insuportável e o único jeito foi esperar a galera sair para almoçar.
Aproveitei para apreciar uma sessão com Pablo Paulino, Fábio Silva e Regisdário Lima. O Ceará é um dos melhores lugares do mundo para um surfista morar. Se quiser, dá para pegar ondas todos os dias. Não acredito quando alguém chega pra mim e diz que parou de surfar porque aqui não dá onda.
É claro que não quero com isso comparar as ondas daqui com as da Indonésia, do Hawaii, Tahiti, México, até porque já surfei todas elas. Apenas quero dizer que, na minha opinião, aqui rolam ondas suficientes para manter vivo o sonho de surfar a onda perfeita e manter o rip para desbravar as melhores ondas do mundo.