Bombas paulistas

Swell histórico em Maresias

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Sylvio Mancusi desce verdadeiras bombas. Foto: Gil Hanada.

Ondas grandes no Brasil? Raro, muito raro! Assim podemos definir o tamanho dessa ressaca que atingiu nosso litoral no último feriado prolongado.

 

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Nossa costa não é famosa por grandes ondulações comparada às de nossos companheiros de Chile e Peru, ou até às famosas bancadas do Pacífico Sul, como Tahiti ou Micronésia. Muito menos compara com as famosas big waves do Hawaii, Califórnia e México.

 

Esse swell foi o maior dos últimos 10 anos. Entrando nessa questão, assim que me deparei com as lindas séries logo cedo em Maresias, tive um ??flashback??, que foi o swell em 1997, naquele mesmo local.

 

Naquele dia que não me recordo exatamente, mas Jorge Pacelli, Eric Miyakawa, Feijão (amigo que mora em Bali há 10 anos) e eu nos deparamos com o maior swell de nossas vidas em nossas águas. Sol, séries de 9 metros de face e um terral com cerca de 45 quilômetros por hora tornaram o cenário épico e inesquecível.

 

Sacamos nossas pranchas, nos dirigimos ao canto esquerdo da praia, junto ao morro da divisa com Paúba e pulamos na água. A remada até o Bar do Meio durou uma hora e meia. Jorge com sua 8″0′, eu com uma 7″3′ , Feijão com sua 7″10′ e Eric de 6″5′.

 

Nesse momento, uma série que veio quebrando do terceiro reef de Maresias quase nos pega de surpresa. Eric com a certeza de que não iria arrumar nada com sua 6″5′ saiu do mar ali mesmo. Eu, Jorge e Feijão ainda remamos para perto do canto do Moreira.

 

Ficamos das 16 até as 17:30 horas tentando arrumar alguma coisa, mas estava praticamente ímpossível.O vento terral fortíssimo e o swell gigante nos fizeram sair do mar sem pegar uma onda sequer. Me lembro muito bem daquelas paredes enormes, lisas e pesadas.

 

Me senti vencido pela natureza remando naquele vendaval. Mas grandes lembranças ficaram. Inclusive esse dia foi alvo de manchetes nos jornais e revistas especializadas da época.

 

Voltando ap big swell da última Páscoa, já preparados com os jet-skis, Haroldo e eu abrimos o mar no canto do Moreira com um swell bem parecido com o de 1997.

 

As ondas vinham do terceiro reef de Maresias, mas nem sempre as maiores foram as melhores ondas por virem quebrando fora da bancada. As intermediárias, com cerca de 7,5 metros eram as melhores e pegamos boas ondas até a chegada de mais big riders como Alemão de Maresias, Rodrigo Resende e Capilé, Xan e Ivan, João Simonsen, Alfaia, Alfredo e Miguel, Saulo e Leo, Biro e Cacau, Andre e Denis, André Motta, Dado e Xepa, Luciano Hamuche, entre outros.

 

Pela manhã os salva-vidas informaram que cerca de 20 surfistas que se aventuraram a entrar na remada na praia da Baleia foram tragados pela correnteza oceano adentro. Alemão de Maresias, Chicano, Carlinhos e outros tow riders foram de jet-ski de Maresias até Baleia prestar socorro e assistência aos surfistas que voltaram são e salvos para suas casas.

 

Alguns detalhes que impressionaram na seção foram a dificuldade de varar a arrebentação mesmo com o jet-ski e a vibração do público na areia com o surf proporcionado pelo tow in.

 

No final de tarde, com o swell abaixando as ondas ficaram melhores no canto esquerdo, perto da pracinha, onde foram surfadas altas ondas aos olhos atentos do público que vibrava com a ação dentro d´água.

 

Swells memoráveis como este ficam marcados em nossas vidas. Tomara que o próximo não demore 10 anos para acontecer?

 

Aloha!