Uma tempestade com uma configuração atípica – um fortíssimo sistema de alta pressão atmosférica alimentando os ventos na borda sul de uma baixa pressão, gerou um mega swell de sul-sudeste (SSE) que atingiu o litoral carioca na sexta-feira (11) e permaneceu bombando altas ondas até o início da semana seguinte, virando mais para sudeste. Condições épicas para a realização da etapa prime do Circuito Arpoador Surf Club 2017.
A organização do evento optou por liberar o maior dia do swell, sábado (12), para o free surf, para que todos pudessem testar suas guns e afiá-las para a competição, iniciada no domingo com a primeira fase das categorias Open e Grand Master.
Devido às condições extremas, a direção de prova decidiu aumentar o número de atletas na água e o tempo de bateria. Assim, todas as baterias tiveram oito atletas com 50 minutos de duração em um sistema semelhante ao dual-heat da WSL, com a prioridade entre baterias (de quatro atletas) trocando a cada 25 minutos.
As melhores performances da primeira fase ficaram para dois atletas da categoria Open, o ex-surfista profissional Marcelo Bispo “Preto Loro” e o free surfer Gabriel Sodré. Ambos arrepiaram de backside com estratégias diferentes, o primeiro atacando as intermediárias com uma sequência de manobras precisas, e o segundo manobrando forte nas maiores (primeira onda do vídeo do dia 1).
Com esse novo formato, a competição pôde terminar mais cedo, liberando o free surf à tarde para os mais destemidos aproveitarem as morras.
No segundo dia, segunda-feira, todos os atletas da Open e da Grand Master voltaram para a água para a segunda rodada, agora em baterias de 40 minutos (trocando prioridade a cada 20 minutos). Também rolaram as finais Legends Longboard e Feminino com o mesmo formato – baterias de oito atletas e 40 minutos de duração, com regra de prioridade trocando a cada 20 minutos.
Atual tricampeão do circuito e vencedor da primeira etapa de 2017, Roberto Coelho (1º) não deu chances aos seus adversários na Legends, vencendo com folga. Completaram o pódio Renato Moura (2º), Roni Veloso (3º), e Mauro Levy (4º). Nota de destaque para a participação de Roni Veloso, que já vem há algum tempo lutando contra um câncer, e mostrou todo o seu amor ao esporte e ao Arpoador superando as dificuldades físicas para encarar as condições pesadas do mar, e conseguindo ainda ficar entre os três melhores. Isso, sim, é uma vitória!
No Feminino, a atleta da nova geração carioca Julia Camargo (1ª), recém chegada de um QS 6000 na Califórnia, mostrou o seu melhor ritmo de competição logo na primeira onda da bateria, na qual arrancou uma nota 8,83 dos juízes. As locais Ariane Mateik (2ª) e Mari Taboada (3ª) tentaram correr atrás do prejuízo e pegaram boas ondas, mas sucumbiram diante da segunda nota no conceito bom colocada por Julia em seu somatório. Completando o pódio ficou a talentosa surfista da nova geração do Recreio, Julia Duarte (4ª), que colocou pra baixo sem medo.
Finalizando o evento, as finais Open e Grand Master, com baterias de 30 minutos de duração compostas pelos quatro primeiros colocados na primeira fase classificados em função das suas quatro melhores ondas (nos dois dias).
Na final Grand Master, três goofies contra um regular. Vitória do regular Evaristo Ferreira (1º), que, surfando com sua 6’3’’, mostrou uma linha sólida, com arcos bem alongados nas maiores ondas, o que agradou um pouco mais aos juízes em relação ao surfe mais enérgico de Eduardo Chalita. Na verdade, se contassem apenas as duas melhores ondas da bateria final, a vitória seria de Chalita. Porém, no Arpoador Clássico os atletas levam uma nota da fase anterior para a final, e o melhor desempenho do Evaristo na 1ª fase fez a diferença para o resultado final. Completaram o pódio Guilherme Penteado (3º), com um surfe forte desde a primeira fase, e o estiloso surfista de Macaé, Nando Madalena (4º).
Na Open, ocorreu uma situação contrária à da Grand Master. Na final, havia três regulars contra um goofy, e vitória foi do goofy Guilherme Aguiar (1º), que usou seu conhecimento local para pegar as melhores ondas e superar Gabriel Sodré (2º), Bruno Coutinho (3º), e Marcelo Bispo (4º). Após soar a buzina da última bateria do evento, o vento sudoeste entrou forte e encerrou definitivamente o Arpoador Clássico.
A premiação foi realizada na última sexta-feira (18), na Galeria River, tradicional point do surfe carioca, ao lado da praia do Arpoador. A galera se reuniu para beber uma cerveja Praya gelada e saudar os finalistas das quatro categorias.
Além de pegar altas ondas e colocar o seu nome na galeria de campeões do campeonato mais tradicional do Arpoador, cada vencedor do Clássico ainda levou para casa um relógio Casio G-Shock alucinante.
Todos os finalistas foram presenteados pelo Koni Store com gift-cards para poderem saborear um dos deliciosos sabores do Poke em uma das filiais da marca. A Art in Surf, apoiadora de longa data do ASC, também fez questão de dar prêmios especiais para os melhores do Clássico, como quilhas, mochila e wetsuit. E a XTRAX presenteou o autor da maior nota do primeiro dia, Gabriel Sodré, com a mais completa câmera de ação do mercado, para ele fazer imagens alucinantes de suas surf trips pelo mundo.
O período de espera para a próxima etapa do Circuito Arpoador Surf Club abre em setembro.
Resultados do OsklenSurfing Arpoador Clássico
Feminino
1 Julia Camargo
2 Ariane Mateik
3 Mari Taboada
4 Julia Duarte
Legends Longboard
1 Roberto Coelho
2 Renato Moura
3 Roni Veloso
4 Mauro Levy
Grand Master
1 Evaristo Ferreira
2 Eduardo Chalita
3 Guilherme Penteado
4 Nando Madalena
Open
1 Guilherme Aguiar
2 Gabriel Sodré
3 Bruno Coutinho
4 Marcelo Bispo Preto Loro
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