O clima está estranho este ano. Já chegamos ao outono e as temperaturas continuam altas e, com a massa de ar quente, as frentes frias estão raras, consequentemente, as ondas também.
A previsão apontou um swell de sul com 1,5m, período alto, batendo na casa dos 18 segundos! A quinta-feira prometia altas ondas. Parti às 6:30h, juntamente com o fotógrafo Lucas Alexandre, para o Félix.
O plano era fazer uma quedinha antes do treino SurfPro que eu faço rotineiramente para os atletas Wesley Leite, Tales Araújo, Philippe Chagas e Weslley Dantas, ex-integrantes do projeto Vida Surfe. Com a paralisação do projeto, continuo os treinos com os atletas através da minha empresa, a Effect Surf Coaching.
Com a crise que o país vem passando, é uma lástima que atletas do calibre deles estejam sem patrocínio, e só Deus sabe a correria que está sendo para que eles consigam continuar na vida de competidores do QS e da elite do surfe brasileiro.
No Félix, a visão era das melhores: séries que demoravam um pouco pra entrar, mas chegavam a 1,5m e com a maré seca e o vento terral. Só quem já surfou lá sabe a dimensão dos tubos que rolavam na bancada seca do meio da praia.
Fomos pra água e os primeiros a cair foram eu e Edher Reis. Encontrei alguns tubos, mas Edher roubou a cena com uma direita pesada e perfeita que entrou marchando. Edhinho fez um drop atrasado e com muita habilidade encaixou no trilho e começou o passeio no expresso que jogava placa atrás de placa, exigindo do surfista muita destreza para controlar o “foam boal”, mas ele conseguiu e completou um dos melhores tubos que eu já vi alguém completar no pico. Peguei um tubo e saí da água pra iniciar o treino.
No decorrer da manhã o mar foi baixando rápido e às 9 horas as ondas já estavam com a metade do tamanho, marcando o segundo swell “relâmpago” de outono. O show de surfe foi garantido e vocês conferem nas fotos alguns dos melhores momentos que rolaram na sessão.
Everton Silva é técnico da Effect Surf Coaching.