Brasil Surf Master

Tadeu cresce em Ubatuba

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Tadeu Pereira crava os novos recordes do Brasil Surf Master. Foto: Renato Boulos.

Pedro Müller tem grande estreia em Ubatuba. Foto: Renato Boulos.

Saulo Lyra é o destaque na Grand Master. Foto: Renato Boulos.

Claudio Marroquim segue vivo na briga. Foto: Renato Boulos.

Os últimos campeões brasileiros de surf profissional de 2012 serão conhecidos neste domingo final do Brasil Surf Master em Ubatuba, litoral Norte de São Paulo.

 

Apesar de pequenas no último sábado, as ondas entravam com boa formação em Itamambuca para os ídolos da história do esporte fazerem grandes apresentações no segundo dia do evento apresentado pela Skol Praia.

 

As marcas do potiguar Joca Junior na sexta-feira foram superadas já na categoria Grand Master (45 anos ou mais de idade). Mas, o ubatubense Tadeu Pereira bateu todos os recordes no último confronto do dia, com a nota 9.67 e os 17.67 pontos.

 

Tadeu foi o único paulista a se classificar para as semifinais na principal categoria do Brasil Surf Master, dos atletas com 40 anos ou mais. Ele superou os 17.50 pontos do carioca Pedro Muller e a nota 9.50 do pernambucano Claudio Marroquim em suas estreias na Grand Master, que foi iniciada no sábado.

 

Tadeu derrotou o próprio Pedro Muller, que vai participar das semifinais em duas categorias, com ambos tirando o paulista Piu Pereira e o baiano Dalmo Meirelles da disputa do título em Ubatuba.

“Fiquei na expectativa de competir mais cedo, mas o tempo foi passando, foi passando e fui guardando todas as energias para essa bateria, que foi a última do dia”, fala Tadeu Pereira.

 

“Eu estava bem concentrado, observei bem as ondas durante o dia e graças a Deus consegui pegar duas ali no critério excelente pra passar em primeiro lugar na bateria. É até uma surpresa pra mim eu ser o único paulista nesta categoria, porque estamos na nossa terra e tem um monte de surfistas bons aqui. Então, espero representar bem o estado de São Paulo e Ubatuba para tentar conquistar este título aqui amanhã”.

Seus adversários na segunda semifinal são o potiguar Joca Junior, recordista absoluto do primeiro dia e que surfou bem de novo no sábado, o catarinense Carlos Santos, que também segue na briga do título na Grand Master, além do niteroiense Ricardo Tatuí, que se classificou com a marcação de uma “interferência” para Ricardo Toledo que decidiu a segunda vaga na bateria dominada pelo baiano Jojó de Olivença, que há muitos anos mora no litoral paulista, em Guarujá.

Jojó tirou notas 8.00 e 8.77 e ainda jogou fora um 7.60, pois apenas duas são computadas. Ele vai disputar as duas primeiras vagas para a final com Pedro Muller, o niteroiense Alexandre Herdy e o catarinense Roni Ronaldo, que neste ano já faturou o título amador Master da Confederação Brasileira de Surf (CBS).

 

Os dois bicampeões brasileiros da década de 90 da Abrasp estavam passando, com Ricardinho tendo a maior nota da bateria (8.50) até ali, mas Tatuí poderia mudar o resultado. Eles disputaram uma onda, o niteroiense entrou nela e logo caiu para não se chocar com o ubatubense, que passou surfando uma direita. A comissão técnica analisou o vídeo e a maioria assinalou a penalidade para Ricardo Toledo, que perdeu metade da sua segunda nota e terminou em terceiro lugar na bateria.

Maioria paulista Assim como aconteceu no sábado, o domingo decisivo do Brasil Surf Master será iniciado pela categoria Kahuna, que teve Lula Menezes como grande destaque. Entre os surfistas com mais de 50 anos, os paulistas fizeram maioria e cinco vão disputar o título com o carioca em Itamambuca.

“O mar está difícil, mas eu dei sorte de achar umas ondinhas abrindo para mostrar o meu surf”, fala Lula Menezes, que somou notas 8,00 e 7,63 na vitória sobre o também carioca Joca Secco e o paulista Leonardo Viana, que passou em segundo lugar. “Mas, o verdadeiro estímulo é essa confraternização com a galera das antigas. Lógico que todo mundo está aqui querendo ganhar, mas acho que o contexto geral é resgatar a amizade com a galera que não se vê há um tempão, então isso é o mais importante acho que pra todos que estão aqui”.

Recordes superados Depois da categoria Kahuna, estreou a Grand Master com o carioca Pedro Muller, campeão brasileiro de 1989 e atual presidente da Abrasp (Associação Brasileira de Surf Profissional), subindo de 17.00 para 17.50 o recorde de pontos do Brasil Surf Master. Ele ganhou notas 8.67 e 8.83 das duas melhores ondas que surfou nas direitas de Itamambuca.

“O mar está pequeno, mas tem uma ondinha que forma um pouco e eu estou com uma prancha muito boa, uma 5’9” de isopor do Joca Secco (shaper) que é ideal pra essa condição de mar”, diz Pedro Muller. “Ela andou muito bem, mas também dei sorte de achar duas ondas com parede. Eu adoro este lugar, adoro competir, ainda mais com tantos amigos assim, gente que eu não via um tempo e foi aqui que eu venci minha última etapa na carreira profissional, então a energia é boa”.

Duas baterias depois de Pedro Muller estabelecer um novo recorde de pontos, o pernambucano Claudio Marroquim surfou a melhor onda do campeonato, antes de Tadeu Pereira bater todas as marcas do Brasil Surf Master no confronto que fechou o sábado na Praia de Itamambuca. Porém, mesmo com a nota 9.50 recebida, Marroquim perdeu a bateria para o catarinense Saulo Lyra, um dos destaques do dia. Depois, o pernambucano acabou eliminado nas quartas de final, mas registrou seu nome na lista das melhores ondas surfadas em Itamambuca.

Grand Master sem paulistas Saulo Lyra somou notas 8.67 e 7.67 para ganhar por 16.34 a 16.17 pontos essa bateria. Depois competiu bem de novo nas quartas de final, conseguindo três notas na casa dos 7.00 pontos logo nas primeiras ondas – 7,00 / 7,77 / 7,87. O surfista de Balneário Camboriú foi um dos três catarinenses classificados para as semifinais na Grand Master. Os outros são David Husadel, que mora em Florianópolis, e Carlos Santos, de Imbituba, que já foi campeão mundial Master amador da ISA (International Surfing Association).

“As ondinhas estão pequenas, mas estão perfeitas, abrindo bem e eu venho brincando ao longo do campeonato com o dito popular: diga-me com quem andas que eu te direi quem és”, conta Saulo Lyra. “Isso quer dizer duas coisas. Primeiro, Deus no coração forte e Ele vem me abençoando bastante. Segundo, eu treino alguns dos melhores atletas de Santa Catarina, amadores e profissionais. Estou com eles três vezes por semana no Centro de Treinamento lá no Balneário (Camboriú) e estar surfando lado a lado com eles, faz com que me mantenha no ´rip´. Apesar dos 50 anos, o coração é de um menino”.

Bicampeão brasileiro Master amador em 2000 e 2001, Saulo já aparece entre os principais candidatos ao título do Brasil Surf Master neste domingo. “Só peço a Deus que continue me abençoando com um pouco de sorte para que venham as ondas pra mim. Mas, independente do resultado, o astral desse campeonato está muito legal. A quantidade de sorrisos e abraços que eu recebi aqui já encheu meu coração, então já valeu ter vindo. E eu espero defender Santa Catarina e Balneário Camboriú na final, pois quero escrever meu nome nessa história”.

Nenhum paulista avançou para o último dia na categoria Grand Master. Além dos três catarinenses, três cariocas passaram para as semifinais, Pedro Muller, Rodolfo Lima e Sergio Penna. O cearense Cardoso Junior e o paranaense Rodrigo Munhoz fecham a lista dos concorrentes ao título brasileiro entre os surfistas com 45 anos ou mais de idade. Os paulistas que chegaram mais perto da classificação foram o bicampeão brasileiro Tinguinha Lima e Antonio Augusto, que terminaram em terceiro lugar nas suas baterias e em nono no campeonato.

O Brasil Surf Master é um evento viabilizado através da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, apresentado pela Skol Praia, com patrocínio da Oakley e apoio do Aquário de Ubatuba, L23 e Nivana Turismo, contando com apoio de mídia da ESPN Brasil, Revista Fluir e Waves.com.br. O evento decide os títulos brasileiros da categoria Master da Associação Brasileira de Surf Profissional, em uma realização conjunta com a Federação Paulista de Surf, Associação Ubatuba de Surf e Prefeitura Municipal de Ubatuba.