Ex-top do WCT, catarinense Teco Padaratz rala forte nos bastidores do Nova Schin WCT Brasil 2005. Foto: Ader Oliveira. |
Em sua terceira edição, o evento amadureceu e agregou mais benefícios, abrindo novos horizontes para a etapa brasileira do tour promovido pela ASP.
Segundo Teco, no plano físico a mudança mais significativa foi o emprego de contêineres no lugar das estruturas metálicas usadas na maioria dos eventos, tornando o palanque mais compacto e funcional.
Em entrevista a Ricardo Macario, repórter do Waves.Terra, Teco fala sobre a terceira edição do evento. Foto: Ader Oliveira. |
Mas as principais mudanças ocorreram nos bastidores, afetando diretamente a formatação do evento e seu alcance na mídia nacional e mundial. O primeiro fator pode ser considerado um bônus do acaso.
Para 2006, Teco adianta que o Nova Schin WCT Brasil deve acontecer ainda mais forte. “Já temos propostas de novas empresas interessadas em patrocinar o evento e a Nova Schin deve fechar antes do fim do ano”, explica.
Apesar de a penúltima etapa do WCT ser normalmente decisiva para a corrida pelo título mundial da temporada, este ano a acirrada disputa entre Kelly Slater e Andy Irons canalizou e potencializou as atenções para o Brasil.
“Claro que a possibilidade de o título mundial poder ser decidido no Brasil, ainda mais sendo o sétimo da carreira de uma lenda viva do esporte como é Slater, trouxe um algo a mais para esta etapa. O mundo todo está de olho e isso gera muito mais retorno em mídia, o que valoriza o evento”, analisa.
Esse retorno só é possível com a presença dos principais canais de comunicação, e esse é outro ponto que ganhou importância no Nova Schin WCT Brasil. A transmissão diária feita ao vivo pelo canal pago Sportv marca uma nova era para o surf.
“Já tivemos transmissões nos anos anteriores, mas este ano o formato amadureceu, as pessoas já sabem o que esperar da etapa brasileira do WCT e existe uma grande expectativa em cima. O surf é um esporte carismático e essa exposição só tende a atrair o interesse de novas pessoas, além de empresas interessadas em vincular sua imagem ao surf. Isso é muito bom para o mercado e para os atletas”, fala o organizador.
Mas o grande mérito de Padaratz foi ter tido atitude para quebrar um tabu existente no mundo todo ao unir marcas distintas no mesmo projeto. A Tropical Brasil, da qual Teco é sócio, está por trás do evento desde o início, bem como a Fosters, marca de cerveja que patrocina o circuito mundial da ASP.
##
Teco Padaratz é um dos responsáveis pela estrutura de primeira montada para a etapa brasileira do WCT. Foto: Ricardo Macario. |
“A entrada da Billabong como ‘presente sponsor’ foi um ganho muito grande para o evento, não só em prestígio e credibilidade como na divulgação para o mundo de tudo o que acontece aqui.”
“Eles possuem uma equipe exclusiva de webcast que distribui as notícias para as filiais da marca nos diversos continentes, e conseqüentemente para as emissoras de TV e mídia em geral através das assessorias de imprensa da marca”.
Xandi Fontes e Teco Padaratz durante coletiva de imprensa na abertura do Nova Schin WCT. Foto: Nancy Geringer. |
Outro atrativo da etapa realizada no Brasil é a estrutura móvel que permite buscar as melhores condições do mar, sucesso entre os atletas. “A mobilidade que oferecemos é o grande charme deste evento e uma questão difícil de resolver”, diz Teco.
“Mas sempre procuramos a melhor opção para garantir que as disputas sejam empolgantes e realizadas em condições satisfatórias”.
Ex-atleta e representante dos surfistas por muito tempo enquanto competia no tour, ele garante que os atletas gostam de vir ao Brasil, em alguns casos por motivos diferentes.
“A maioria dos tops gosta da etapa. Alguns porque são tratados como celebridades, uma característica do nosso povo, outros porque aproveitam para curtir o astral e as atrações que promovemos, o clima, as praias, as mulheres e tudo de bom que o Brasil oferece”, comenta.
Aos 34 anos e cheio de compromissos e responsabilidades em sua jornada como empresário e organizador de eventos, o surfista Teco Padaratz só lamenta não ter tempo para manter a forma de antigamente e surfar mais vezes, mas garante não sentir saudades da louca rotina de competidor do WCT.
“Quando me dei conta que estava competindo no tour para cumprir tabela, percebi que estava perdendo tempo na minha vida, e que poderia empregar esse tempo para aprender coisas novas, que poderiam guiar meu futuro nos próximos 30 anos”.
“No último ano que participei do WCT eu entrava no avião com sintomas de depressão. Fui no médico e descobri que era realmente isso que eu tinha, então percebi que era hora de parar. Agora estou redescobrindo a sensação de surfar somente por prazer, voltei a assistir vídeos de surf, coisas que não fiz nos 15 anos que disputei o tour”, confessa Padaratz.