Brad Gerlach é o responsável pela introdução do The Game. Foto: Ricardo Macario. |
Parece mais um jogo de futebol, basquete ou esportes em geral que estamos acostumados a assistir na televisão, certo? É isso mesmo, mas desta vez trata-se também de um campeonato de surf, um projeto inovador trazido pelo ex-competidor do WCT Brad Gerlach.
“The Game” é uma nova proposta para campeonatos de surf, um modelo diferente de tudo que já foi visto até hoje, baseado principalmente na disputa entre equipes. Segundo Gerlach, de 31 anos, a idéia veio do pai dele, há cerca de 10 anos, justamente quando ele desistiu de correr o tour mundial, desapontado com as injustiças e com o desgaste provocado pelo modelo tradicional de competição.
Gerlach perdeu o interesse pelas competições no início dos anos 90 e começou a pensar em novas opções para campeonatos de surf. Foto: Tostee/ASP. |
“Trata-se de um modelo que visa valorizar todos os participantes, desde os atletas, que passam a trabalhar em equipe, aos juizes, técnicos e principalmente os fãs. Ninguém agüenta ficar sentado na areia por mais de dez horas assistindo as baterias, nem eu que sou um grande fã de surf”, diz Gerr.
“Estivemos trabalhando nisso há quatro anos e a coisa evolui de maneira surpreendente”, conta. Com a disputa entre equipes, sendo que os adversários não se encontram na água, Gerlach acredita estar também acabando com o uso de regras de prioridade e outras características do surf competição que considera desestimulantes e injustas.
Dino Andino representou a equipe de Orange County no Game. Foto: Chris Owen/Surfinghemag.com. |
Cada time tem direito a três paralisações solicitadas em cada meio tempo, podendo ser usadas para compensar longas remadas ao outside ou em momentos estratégicos durante a competição. Além disso, os resultados são atualizados o tempo todo, e todos podem saber o que precisam para virar o resultado.
O mais interessante é que é possível inserir no contexto do surf uma característica comum a todos os outros esportes: a rivalidade sadia entre torcidas, onde o time da casa recebe o visitante e assim por diante, com torcida organizada e tudo mais.
Gerr (último a dir) vibra com a vitória da equipe de San Diego. Foto: Chris Owen/Surfinghemag.com. |
“A troca de experiência proporcionada pela existência de um técnico também é um fator positivo, pois tornará as próximas gerações mais espertas, rápidas e mais motivadas também”, continua. “E este modelo pode ser interessante em qualquer condição de mar, inclusive em ondas como Teahupoo e Pipeline, ou até em ondas pequenas e mexidas, mas vamos dar um passo de cada vez. Se as pessoas gostarem, vamos expandir cada vez mais”, completa Gerlach.
A primeira experiência oficial da National Surf League, como é chamado o novo formato proposto por Gerlach, aconteceu no início de novembro, em Cardiff Reef, Califórnia, durante o Rob Machado Surf Classic, envolvendo as equipes de San Diego contra Orange County, ambas dos EUA.
Rob Machado, campeão por São Diego no The Game. Foto: Aaron Checkwood/Transworldsurf.com. |
Agora é tudo uma questão de tempo, mas, se depender do sucesso desta primeira experiência, poderemos estar presenciando o início de uma verdadeira revolução no esporte. Quem viver verá.
Mais informações sobre o assunto no site oficial do The Game (www.nslgame.com) ou nos sites Surfingthemag.com e Surfermag.com .