Esse é o famoso quiver de duas pranchas. Sim, Gabriel Medina, lá na Califórnia, já pegou as dez pranchas que compõem seu quiver para o CT em Trestles. Esse é o número de pranchas, mas são apenas dois modelos. Seis The Medina, todas 5’10” e quatro DFK, todas 5’11”.
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Conversamos com o shaper Johnny Cabianca, que está em sua fábrica em Zarautz, na Espanha. Entre outras coisas ficamos sabendo que, novamente, ele acabou por fazer essas pranchas de cabo a rabo. Do shape ao polimento.
Durante a etapa do Taiti você já estava pensando nas pranchas de Trestles?
Sim, Gabriel só chegou em Los Angeles há alguns dias, mas o Charles já resgatou as pranchas que enviei para lá. A cada etapa, normalmente são dez pranchas e já estava pensando nos detalhes delas faz tempo.
Muitas mudanças no shape?
Tenho alterado pouca coisa. Por exemplo, nas pranchas que ele usou no Rio, onde ficou em terceiro, eu estava fazendo todas 5’10” com 2″ 3/8. Tento manter bastante volume, com 30 ou 31 litros. Pranchas para beach break, bem retinhas, sem muita curva. Só que rolou um tropeço da usinagem e, já sem tempo, quando medi os pré-shapes estavam com mais de 2″ 1/2 de flutuação! Faço as pranchas com deck bem flat, ficam com muita borda, já que ele não usa tanto as bordas em ondas de fundo de areia, usando mais o fundo para aquela acelerada e o vôo. O que aconteceu é que tive que descer o deck na plaina, para baixar o volume delas. Acabei deixando com 2″ 7/16, mas pareciam grossas, tipo com uns 32 litros. Só que o Gabriel, que quase nunca liga, me ligou do Rio pedindo para não mexer nos arquivos, pois as pranchas estavam mágicas. As rabetas lembravam aquelas pranchas dos anos 70, com muita flutuação. Funcionou.
São essas que ele usará em Trestles?
Bom, dei uma afinada no bico, resolvi o acabamento da rabeta, que estava super box, quadradona. O legal é que essa prancha funciona muito bem nos beach breaks. É aquele mesmo modelo com o qual ele venceu em 2014, na Austrália. Você sabe, ele passou de 70 para 80kg. O Gabriel desenvolveu muito a parte inferior do corpo. As pernas, os pés… há dois anos eu pegava os tênis dele emprestados, hoje ele calça 43. Tive que passar de uma rabeta de 14″ 5/8 para quase 15″ em pranchas de marola. Nessas ondas a prancha acelera, mas depois fica em partes da onda onde não há velocidade, daí ela tem que ter volume, largura, para sustentar o Gabriel. O que ajuda também é que elas passam de um concave, bem suave no pé da frente, para um V-Bottom, bem light, nada agressivo, no pé de trás. No Rio funcionou bem e também vai funcionar em Trestles, mas na Califa a escolha das pranchas vai depender de quem ele vai enfrentar na bateria.
Uma prancha para cada tática?
Ah, lógico. Trestles não é beach break. Se ele pega o Filipe, o Ítalo, aí é playstation. É curva e sair voando, uma rasgada e outro aéreo. Ou seja, vai usar muito mais o fundo, potencializando o surfe dele com esse modelo The Medina. Se ele pega um Kelly, Fanning ou mesmo John John ou Julian Wilson, que vão meter borda, com arcos longos, vai surfar de DFK, que tem um extra de velocidade, com trabalho total de borda.
Ali em Trestles não há muitas ondas que você tenha que conectar uma parte a outra. É uma parede só lá de fora até o inside. Ele deve usar esse jogo, onde o oponente é que vai fazer com que ele defina com que prancha vai competir.
As DFK, 5’11” com 28,5 quase 29 litros, ou as The Medina, 5’10”, aquelas batatinhas com 30,5 litros. A amarela é a 5’11” (DFK, modelo que ele usa em Teahupoo, Fiji e outros picos) e a vermelha é a 5’10”, o modelo com nome dele, com o qual ele surfa Maresias direto. Todas round pin. Ele tem usado só round desde o ano passado, em qualquer condição.
E quando você vem para o Brasil?
Johnny – Vou antes da The Board Trader Show para fazer uma produção em São Francisco do Sul (SC), na Pro Ilha. Estarei lá na feira, com certeza. Nos veremos por lá.
Mais informações: Cabianca Surfboards
É sobre esse tipo de surf que Johnny estava falando quando o assunto é o modelo The Medina:
