Rip Curl Pro

Tom Whitaker encontra a boa

Adriano de Souza, Rip Curl Pro 2010, Supertubos, Portugal. Foto: © ASP / Cestari.

Adriano de Souza se atira na direita da série, mas não completa o drop. Foto: © ASP / Cestari.

Válido como oitava etapa do ASP World Tour, o Rip Curl Pro começou na tarde deste domingo (10/10) e nove baterias do primeiro round rolaram em Supertubos, Portugal.


Clique aqui para ver as fotos de ação


Clique aqui para ver as fotos de ambiente


Clique aqui para ver o vídeo


Clique aqui para ver o conteúdo multimídia

 

As ondas quebraram com cerca de 2 metros, porém as condições foram instáveis e pioraram a cada bateria, com vento em constante mudança e uma forte chuva que lavou os milhares de expectadores

Tom Whitaker ataca qualquer lip que encontra pela frente e se dá bem. Foto: © ASP / Kirstin.

que lotaram as areias do pico.

 

Logo no primeiro duelo do dia o paulista Adriano de Souza entrou em cena, porém amargou a última posição contra o norte-america Taylor Knox e o australiano Luke Munro.

 

Mineirinho optou por posicionar-se afastado dos adversários, mais à direita do palanque, onde encontrou um tubo para a direita e ando bem por dentro, porém quando o bico da prancha já estava para fora ele acabou rodando junto com o lip e não completou o canudo.

Luke Munro dominou quase todo confronto e atirou-se em todas intermediárias que apareceram, porém o melhor que conseguiu foram notas 3.83 e 3.60.

Enquanto isso, o veterano Taylor Knox garantiu sua passagem direta ao terceiro round com uma única bela jogada. Ele dropou uma direita da série que aparentava fechar, mandou um rasgadão de frontside para perder velocidade já se posicionado para o tubo com estilo, que foi completado com sucesso.

Os juízes avaliaram a performance em 6.83 pontos e esta foi a única nota da bateria que ultrapassou a casa dos 3 pontos.

Adriano de Souza ainda tentou buscar a virada em uma bomba para a direita nos últimos instantes, porém vacou no drop e foi bombardeado pela onda. Sua melhor nota foi um 2.33 e agora ele encara a repescagem.

O niteroiense Bruno Santos também não teve boa estreia. Em bateria vencida pelo australiano Tom Whitaker, Bruninho e Kelly Slater caíram para a repescagem, enquanto o aussie encontrou a melhor nota do evento.

Em meio às condições adversas, ele conseguiu nota 9.50 com duas pancadas de backside realmente explosivas em uma esquerda. Uma verdadeira loteria dentro da água e para se dar bem você tem que ser presenteado pelo oceano.

“Qualquer tipo de lip que você visse pela frente tinha que bater. Aquele tinha uma linha muito boa e tive sorte de ele me empurrar para frente depois de bater. Toda vez que você enfrenta Kelly Slater é preciso arrancar bons números, já que ele precisa apenas de 7 ou 8 segundos para reverter um resultado a qualquer momento e em qualquer situação”, analisa Tom Whitaker.

##

Kelly Slater ataca com disposição, mas cai para a repescagem. Foto: © ASP / Kirstin.

O eneacampeão mundial encontrou dificuldades com a correnteza para retornar ao outside diversas vezes, mas mesmo assim arriscou forte nas batidas, floaters e aéreos nas direitas para somar 13.10 pontos, porém não foi suficiente para barrar o australiano.

“Eu quero ganhar um evento antes de encerrar minha carreira competitiva. Sinto que ainda tenho surf para isso e  procuro por uma oportunidade aqui. Quero aproveitar para mandar um salve ao Joel Parkinson, que fez sua primeira sessão de surf há dois dias atrás. Espero que ele se recupere rapidamente e quero compartilhar boas ondas com ele no Hawaii”, diz Tom Whitaker.

Já Bruno Santos buscou os tubos o tempo todo. Na metade da bateria colocou para dentro de frontside em uma bomba para a esquerda. Ele acelerou muito lá dentro, porém a onda correu mais rápido e ele foi

Visual de Supertubos não é dos melhores, mas os tops sempre fazem miséria. Foto: © ASP / Kirstin.

martelado pelo lip, que não perdoou e partiu sua prancha ao meio.

O potiguar Jadson André prontamente correu com outra prancha para auxiliar seu compatriota, mas depois de retornar ao outside Bruninho não arrumou mais nada. Agora ele terá que encarar a repescagem e o eneacampeão mundial no confronto homem-a-homem.

Kelly Slater é o atual líder do ranking e está sedento pelo décimo título mundial. Se Bruninho encontrar condições pesadas e a luz no fim do tubo, mesmo como convidado tem chances de atrapalhar a vida do norte-americano e atrasar sua corrida pelo título, já que quem perder na bateria está fora.

O atual campeão mundial Mick Fanning sobreviveu às difíceis condições e trabalhou bonito de backside para avançar direto ao terceiro round, ao vencer o português-alemão Marlon Lipke e o aussie Daniel Ross.

“O mar está uma verdadeira máquina de lavar. Não importa o que você pegue lá no outside, tem que apenas se manter em pé na prancha. O povo português veio em peso à praia e eles são muito legais. Eles são amarradões no surf e isto nos empolga”, declara Mick Fanning.

Depois da vitória histórica contra Kelly Slater na última etapa na França, o australiano ocupa atualmente a terceira posição do ranking e está em busca da liderança que ainda é possível.

“Eu praticamente só preciso ganhar eventos e é isto que estou tentando fazer. Não estou preocupado com o que Kelly está fazendo no momento. Estou focado em colocar vitórias nos meus resultados”, explica o atual campeão do mundo.

##

Tiago Pires não se dá bem em caa. Foto: © ASP / Cestari.

Já o ídolo local Tiago Pires, passou perto da vitória, mas foi vencido pelo australiano Matt Wilkinson, que exibiu seu bonito surf de backside nas direitas para garantir a vitória com 12.66 pontos. Adrian Buchan também caiu para a repescagem.

“Foi uma bateria super difícil. Enfrentar o Tiago em uma bateria por aqui sempre será difícil. Há dezenas de milhares de pessoas torcendo por ele. Quando estávamos correndo pela areira me senti até um pouco obscuro, embora eu ame esta multidão daqui. Eles são super apaixonados e querem ver o ídolo local fazer bonito”, diz Matt Wilkinson.

A maior soma do dia ficou por conta do havaiano Dusty Payne, que obteve 16.57 pontos e mandou para a repescagem o norte americano CJ Hobgood e o australiano Kieren Perrow.

O único brasileiro que ainda não entrou na água foi o potiguar Jadson André. Ele compete na última bateria da fase inicial contra o tricampeão mundial Andy Irons e o norte-americano Patrick Gudauskas.

Um nova chamada para o possível reinício da competição acontece nesta segunda-feira (11/10) às 4 horas da manhã (horário de Brasília) em Supertubos.

 

Primeira fase do Rip Curl Pro 2010

1 Taylor Knox (EUA) 9.60, Luke Munro (Aus) 7.43 e Adriano de Souza (Bra) 4.23
2 Jeremy Flores (Fra) 9.10, Dane Reynolds (EUA) 8.00 e Dean Morrison (Aus) 5.50
3 Taj Burrow (Aus) 10.17, Travis Logie (Afr) 4.33 e Brett Simpson (EUA) 3.73
4 Gabe Kling (EUA) 14.94, Jordy Smith (Afr) 11.07 e Adam Melling (Aus) 6.70
5 Mick Fanning (Aus) 12.67, Marlon Lipke (Ale) 12.10 e Daniel Ross (Aus) 8.73
6 Tom Whitaker (Aus) 14.67, Kelly Slater (EUA) 13.10 e Bruno Santos (Bra) 3.03
7 Matt Wilkinson (Aus) 12.66, Tiago Pires (Por) 10.00 e Adrian Buchan (Aus) 8.30
8 Owen Wright (Aus) 12.40, Roy Powers (Haw) 6.14 e Chris Davidson (Aus) 5.26
9 Dusty Payne (Haw) 16.57, CJ Hobgood (EUA) 13.44 e Kieren Perrow (Aus) 8.57
10 Damien Hobgood (EUA), Fredrick Patacchia (Haw) e Luke Stedman (Aus)
11 Michel Bourez (Tah), Bobby Martinez (EUA) e Kai Otton (Aus)
12 Andy Irons (Haw), Jadson André (Bra) e Patrick Gudauskas (EUA)

Exit mobile version