A primeira fase do Quiksilver Pro Gold Coast rolou em ondas de 1 metro e formação regular em Snapper Rocks, Austrália. Três brasileiros avançaram direto à terceira fase da prova.
O potiguar Jadson André inaugurou o evento com vitória e Gabriel Medina fez uma ótima apresentação, mas saiu da praia sentindo muitas dores no joelho direito. Depois de uma sequência de derrotas brasileiras, Adriano de Souza mandou bem na penúltima bateria e venceu seus adversários com uma atuação impecável.
Já Ian Gouveia, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo, Caio Ibelli, Italo Ferreira e Filipe Toledo caíram para a repescagem.
A primeira fase masculina teve início com Jadson André somando 5.93 e 5.53 para superar o taitiano Michel Bourez e o californiano Conner Coffin em uma bateria sem muitos momentos expressivos.
Na sequência, o australiano Matt Wilkinson – defensor do título da prova – descolou 6.17 e 7.50 para comandar as ações no confronto com o compatriota Stuart Kennedy e o estreante brasileiro Ian Gouveia, autor de 4.33 e 3.80.
Na quarta bateria, o californiano Kolohe Andino – vice-campeão em 2016 – teve muito trabalho para superar o australiano Jack Freestone, que descolou a maior nota da bateria (7.17), mas perdeu precisando de 4.16. Kanoa Igarashi não se encontrou na bateria e terminou em terceiro com apenas 1.00 e 2.10.
Para esquentar o Quiksilver Pro Gold Coast, Gabriel Medina entrou em cena e arrepiou as ondas de Snapper Rocks. Logo na primeira onda, Medina descolou 7.50. Depois de arriscar um voo muito alto e não ter êxito na conclusão, o brasileiro não desanimou e, em seguida, arrancou 7.83 dos juízes para complicar de vez a situação dos adversários.
Aproveitando bem as seções de tubo no início da bancada e sempre buscando a parte crítica das ondas, o paulista não teve trabalho para vencer o compatriota Wiggolly Dantas e o havaiano Ezekiel Lau.
Ainda deu tempo de Medina fechar com chave de ouro a sua participação, espancando outra onda para obter 8.67, totalizando 16.50 pontos em 20 possíveis.
Depois do show, o atleta saiu mancando da água. De acordo com Klaus Kaiser, um dos locutores da transmissão ao vivo da WSL, Medina não concedeu entrevistas ao término da bateria e saiu carregado da praia, com o joelho enfaixado.
Ainda durante a transmissão, os locutores explicaram que a contusão ocorreu quando Medina tentou aterrissar no voo. O atleta teria se sentido melhor depois de passar gelo no local e tem boa esperança de seguir competindo em Snapper.
Na quinta bateria, Miguel Pupo demorou a entrar em sintonia com as ondas e esboçou reação com a maior nota do confronto (8.10), mas não conseguiu trocar 3.67 por 3.83 e viu o sul-africano Jordy Smith vencer a disputa com 6.43 e 5.50. Em terceiro ficou o norte-americano Nat Young, vencedor da triagem.
Atual campeão mundial, o havaiano John John Florence não decepcionou na estreia e ultrapassou a marca obtida por Medina ao atingir 16.83 pontos.
John John comandou as ações do início ao fim e levou a melhor com 8.50 e 8.33, dando-se ao luxo de descartar 7.33.
Convidado pela Quiksilver para disputar a etapa, o australiano Mikey Wright ficou em segundo com 7.67 e 5.83, seguido pelo novato australiano Connor O’Leary, que não mostrou o que sabe e amargou o terceiro lugar com apenas 3.90 e 4.30.
A sétima bateria marcou um dos duelos mais aguardados do dia. De volta às competições, o local Mick Fanning teve muita dificuldade e conseguiu uma virada apertada na última onda, tirando a vitória do francês Jeremy Flores com 13.27 pontos, contra 13.13. O 11 vezes campeão mundial Kelly Slater se deu mal e foi o terceiro com 11.20.
O Brasil voltou a entrar em ação na oitava bateria, com Caio Ibelli. O confronto foi dominado pelo australiano Julian Wilson, autor de 16.80 pontos, contra 12.07 do italiano Leo Fioravanti e 10.90 de Ibelli.
Inspirado, o local Joel Parkinson estreou com tudo na sequência e abriu a bateria com uma nota 9.23, ampliando vantagem com 7.17 e fechando a sua participação com 7.63, passando a ser o novo recordista do dia com 16.86 pontos. Na mesma bateria, o francês Joan Duru fez uma belíssima apresentação e arrancou 8.07 e 8.33 dos juízes, mas terminou em segundo, enquanto o brasileiro Italo Ferreira amargou o terceiro lugar com 4.83 e 6.83.
A décima bateria pegou fogo e o brasileiro Filipe Toledo – forte candidato ao título – viu a classificação escapar nos minutos finais, quando o português Frederico Morais usou a sua prioridade em uma onda inicialmente surfada por Filipe. Com três fortes rasgadas, Frederico – que até então tinha 6.33 e 8.73 – virou o placar com 6.97.
Filipinho havia revertido o placar no decorrer do confronto e tentou uma nova virada na última onda, mas precisava de 8.11 e conseguiu 6.53, pontuação que sequer entrou no seu somatório. Com 7.60 e 7.50, o ubatubense foi parar na repescagem junto com o australiano Adrian Buchan, autor de 7.43 e 6.00.
A sequência de derrotas brasileiras foi interrompida por Adriano de Souza, protagonista de uma bela atuação na penúltima bateria. Adriano começou atrás do australiano Bede Durbidge, que detonou as ondas de Snapper e colocou pressão nos adversários com 8.17 e 7.27.
O brazuca não se abalou e reagiu com 7.00, virando o placar com 9.17 em uma longa direita trucidada com 14 manobras. Bede tentou reagir, mas não conseguiu dar o troco e caiu para a repescagem junto com o compatriota Josh Kerr.
Encerrando a primeira fase, o australiano Owen Wright levou a galera ao delírio em seu retorno às competições na elite mundial.
Owen mostrou que está recuperado da lesão que o afastou do Tour em 2016 e venceu a bateria com 8.23 e 8.60, descartando 6.27 e 7.43.
O novato australiano Ethan Ewing chegou a arrancar 9.10 pontos na primeira onda, mas não conseguiu impedir a classificação de Owen, bem como o havaiano Sebastian Zietz, terceiro colocado.
Ao término da primeira fase masculina, a World Surf League colocou na água o segundo round feminino.
A WSL ainda promoveu as duas primeiras baterias da repescagem masculina na sequência. No primeiro confronto, o wildcard Mikey Wright superou Michel Bourez por 14.17 a 13.20 pontos. Bourez teve a maior nota do confronto (8.23), mas teve dificuldade para melhorar sua pontuação. Na última onda, ele buscava 5.94 e fez 4.97.
Em seguida, Kelly Slater encarou o compatriota Nat Young, vencedor da triagem. O 11 vezes campeão mundial surfou duas boas ondas no decorrer da bateria e somou 7.00 e 7.03 para vencer Nat, autor de 6.17 e 6.77.