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Mudança de torcida

A seleção brasileira de surf tem um dos objetivos mais ousados: trazer o primeiro título mundial para o país.

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A seleção brasileira de surf tem um objetivo ousado: trazer o primeiro título mundial para o país. Foto: Reprodução
 

A Copa do Mundo acabou para o Brasil. Depois de  amargar as derrotas, deixemos as cornetas verde-amarelas de lado e vamos planejar um título mundial, já que é inaceitável ficar sem um troféu importante no ano. Coisa de brasileiro mesmo.

Felizmente, a vergonha dos campos de futebol não se traduz no nosso desempenho pelos oceanos. Desde o início do ano, Gabriel Medina já venceu duas etapas do WCT e pela segunda vez detém a liderança do ranking. As adversidades não foram suficientes para o prodígio de Maresias, que bateu Parko fora de casa em Snapper Rocks (Austrália) e superou o duelo de Fiji contra Kolohe Andino e Nat Young. Ele e Mineirinho – que vem se mostrando bem regular nas etapas- são nossos principais nomes na briga pelo título.

A vez do Brasil no Circuito Mundial pode enfim estar chegando. Lotamos as areias da Barra durante o Rio Pro. Temos espectadores por todo o país madrugando na tela do computador pra acompanhar as transmissões das etapas. Ah, e como torcemos. Ficamos tensos esperando aquela nota que pode virar a bateria, xingamos juiz, zoamos quem perde, e o clima de rivalidade nos dá ainda mais combustível para ganhar.

Há também a sempre atual discussão de se ter um novo campeão. Nos últimos nove anos, três surfistas levaram o título (Parko, Fanning e Slater). Das 6 etapas deste ano, Fanning levou em Bells e J-Bay, mas Parko tem ótima regularidade e Slater, apesar de ter caído no terceiro round em Jeffreys, não tinha deixado uma etapa por menos que uma quinta colocação. A barra é duríssima para tirar o título de um dos três, mas com uma distância de apenas 5 mil pontos do primeiro até o sexto colocado (antes da etapa de J-Bay) e mais 5 etapas à frente, tudo é possível.

Um fator de extrema importância deve ser levado em consideração quando torcemos para o surf brasileiro: a humildade. Enquanto o futebol entrou em campo como imponente pentacampeão, nossa melhor colocação até agora foi com o cabofriense Victor Ribas em terceiro em 1999. Vencemos várias etapas, mas nunca fomos os grandes campeões.

Em 2014, há sim um cenário otimista para o Brasil na competição. Não só estamos presentes em quantidade como em qualidade. Aposto em dois brasileiros no Top 10 ao final do ano. Vamos torcer, mas céticos pra não morrermos na praia. De qualquer forma, uma derrota não será tão dolorosa quanto um 7 a 1 em casa.

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