Surf seco

Tow-in no Guarujá

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Visual da praia de Pitangueiras, Guarujá (SP). Foto: Silvia Winik.

10 agosto de 2005. Sorte para uns, azar de outros.

 

Esse foi o dia que o swell, depois de devastar o litoral catarinense, chegou em São Paulo de forma emparedada e alinhada, gerando séries com 20, 25 linhas no oceano, ciclônico, poderoso e grande.

 

Na remada estava difícil, pelo menos em Pitangueiras. Um dos mares mais memoráveis que quebraram em campeonatos ocorreu durante o Mormaii de 1988.

 

Roberto Cantoni espera a cortina cair. Foto: Diana Campos.
Na mesma época quebrou a Silveira, com potência e ainda maior. Esse swell entrou numa data que nunca esqueci: 8/8/88.

 

Quase 20 anos depois, simplesmente não acreditei no visual matinal do 19º andar do prédio onde moro em Pitangueiras, Guarujá (SP).

 

Linhas emparedadas que não acabavam mais em forma de pistas, completavam o cenário com sol e céu azul.

 

O vento Sudoeste, terral por aqui, deixou as ondas como ‘carpetes’. Eram muitas linhas, porém não tão grandes.

Haroldo Ambrósio foi um dos destaques da session. Foto: Silvia Winik.

 

Rapidamente chegaram os jet-skis e a galera do tow-in. Foi um dia bem aproveitado por eles, que ficaram o dia inteiro no line up e pegaram vários expressos.

 

Eles eram rebocados e estilingados há uma velocidade de no mínimo uns 70km/h. Jeffrey’s Bay foi a impressão que ficou e este foi o mar que mais me chamou a atenção nos últimos tempos.

 

Haroldo e Sylvio Mancusi, o Mauka, pegaram muito bem. “A quarta-feira foi um dia épico para o Guarujá. Há muitos anos não se via um swell tão perfeito na cidade”, comentou Mancusi.


De acordo com Sylvio, o ciclone que atingiu todo o litoral brasileiro proporcionou altas ondas em muitas praias, mas o vento do quadrante Sul/Sudoeste, terral no Guarujá prejudicou o surf em outros locais.

 

A galera estava preparada: Jorge Pacelli, Haroldo Ambrósio, Eric Miyakawa, Vitor Farias, Roberto Cantoni, Silvia Nabuco, Luis Guntier, Marquinhos Shembri, Nelson, Alexandre, e Mancusi se divertiram das 8h às 18h.

 

Foram muitas horas de surf na melhor sessão dos últimos anos. O melhor pico era a direita na frente do Vila Pinhal, no canal.

 

Sylvio comenta que a saída pela manhã do canto das Astúrias foi épica. O vento terral fortíssimo em toda costa acelerou os batimentos cardíacos, dando aquela vontade de surfar igualzinha à de quando você é um teenager.

 

O jet-ski de Sylvio quebrou. Com isso, ele, Jorge e Cantoni foram todos em um jet. “Colocamos duas cordas no jet e Cantoni nos rebocou ao mesmo tempo em uma onda alucinante”, comenta Mauka.

Vitor e Erick também arrepiaram as ondas e Silvia era a presença feminina no outside. E, por falar em outside, Pipo domou com seu foilboard vagalhões que vinham lá de fora. Todos pegaram altos tubos.


A galera na remada também pegou altas nas Astúrias e no Tombo. Foi um dia inesquecível para todos que o aproveitaram.

 

Clique aqui e confira a galeria de fotos da session em Pitangueiras.

 

* Colaborou Sylvio Mancusi.