Trator devasta terreno na praia Mole

Apesar de toda movimentação dos surfistas locais, uma grande área foi devastada

Apesar de toda movimentação dos surfistas locais, uma grande área foi devastada. Foto: Jade Dechiara.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal começaram a investigar na última sexta-feira (22/01) a devastação de parte de um terreno às margens da Rodovia Jornalista Manoel de Menezes, cerca de 50 metros da faixa de areia da praia Mole, Leste da Ilha.

 

A denúncia partiu dos surfistas locais, membros da Associação Verde Futuro, revoltados com a ação de um trator sobre uma grande área de restinga e portanto, preservada pela legislação ambiental.

 

O corte da mata começou de forma tímida no início da semana passada. Porém, na última quarta-feira, dia 20, o corte foi retomado.

 

Associação Verde Futuro alertou autoridades para a devastação na praia Mole. Foto: Jade Dechiara.
Um trator trabalhou no local desde as primeiras horas daquela manhã até o início da tarde. Foram destruídos cerca de mil metros quadrados de vegetação num curto período. O terreno, que está a venda por R$ 2 milhões, possui nove mil metros quadrados.

 

O serviço era feito com base em autorização ambiental nº 001/05 assinada pelo gerente regional de Meio Ambiente Fatma, André Luiz Dadam, para abertura de um estacionamento.

 

A licença fala somente na ?retirada? de materiais (entulhos), corte de pequenos eucaliptos e a ?roçada? da vegetação numa área de 2,5 mil metros quadrados.

 

A obra foi embargada depois da denúncia dos surfistas da praia Mole. Foto: Jade Dechiara.
A Policia Ambiental foi acionada pelos surfistas e esteve no local, mas esbarrou na licença. Os surfistas então, comandados pelo surfe repórter Máurio Borges e pelo promotor de eventos Bira Schauffert, entraram em contato com o vereador Xandi Fontes, presidente da Fecasurf, que por sua vez denunciou o caso à Floram (Fundação Meio Ambiente), questionando a expedição da licença, e ao Ministério Público, onde pediu providências.

 

Segundo informações da assessoria de comunicação da Fatma, a licença está suspensa, considerando que foram executadas ações que não estavam previstas e o superintendente da Floram Francisco Rzatki manteve o embargo.

 

Já para o biólogo Walter Widmer, que atua no Ministério Público e que também esteve no local, a autorização foi desrespeitada pelos proprietários do terreno. Ainda essa semana, Widmer e a Policia Ambiental devem encaminhar relatório ao procurador-chefe Walmor Moreira, responsável pelo caso e, se for constatado crime ambiental, os responsáveis serão incriminados.

 

Segundo informações fornecidas por moradores, parte da vegetação de restinga foi arrancada e enterrada no próprio terreno. Além da extração de mata nativa, os responsáveis pelo terreno localizado ao lado do Centro de Treinamento Aragua, ainda abriram uma trilha de 2 metros de largura até a beira-mar, sem qualquer autorização.

 

 

 

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