Surf seco

Trio brazuca ameaça o sistema

Pablo Paulino, Billabong World Junior 2005, North Narrabeen, Austrália

Pablo Paulino encara Jean da Silva nesta sexta-feira. Foto: Pedro Felizardo.
Imperdível a madrugada de sexta e sábado, quando rolam as finais do Mundial Pro Junior da ASP, bem no coração do surf australiano – North Narrabeen, Sidney, OZ. Graças ao site da Aspworldtour.com estamos online, assistindo tudo, lembrando que o sistema de transmissão pela inet é brasileiro, feito pela empresa  Bitt & Byte.

 

O ataque dos três candidatos brasileiros classificados para as quartas de final ao título mundial JR, junto com os outros da equipe, que são de alto nível, está derrubando mais portas e quebrando barreiras importantes no cenário mundial.

 

Imprensa dos EUA ignora a performance de Adriano Mineirinho na Austrália. Foto: ASP World Tour.com / Robertson.
Numa visão futurista, na hora da “troca de guarda” dos nomes que vão estar reinando no circuito mundial nos próximos 10 anos.

 

Em nível de ASP, o Brasil cresceu muito nos últimos 15 anos. A geração brasileira WCT dos anos 90 derrubou as primeiras portas e tabus que existem para nós em abundância além de nossas fronteiras.

 

É forte o boicote dos USA, sempre foi. Nas publicações australianas os editores são mais justos e dão valor a quem tem talento e representa em nível mundial, sem descriminações.

 

 

Jean da Silva: surf e perfil de WCT. Foto: Pedro Felizardo.
Eles são patriotas, têm ídolos da mesma cidadania e, se puderem, “puxam a sardinha”, mas sabem reconhecer.

 

Várias fotos e matérias da geração Gouveia foram publicadas em varias edições com os brasileiros nas revistas de lá.  

 

A mídia americana é totalmente  sacana. Olha com má vontade. Sempre sacaneou, desde as remotos tempos, quando publicavam fotos de brasileiros em wipe outs, falando sempre “surfista desconhecido”, até quando sabiam quem era.

 

Pior, logo no inicio do WCT,  trocaram o Gouveia pelo Teco numa matéria sobre os top 44. Amadorismo ou sacanagem? 

 

Janeiro de 2005. Fui ver no site da surfemag.com a matéria do PROJR e fiquei surpreso ao não ver nada a respeito do atual campeão mundial e a sensação do último dia de competição, Adriano de Souza: nem comentários e muito menos fotos.

 

Mandei um email para o Sam George, educadamente falando sobre este detalhe que eles estão querendo que passe batido.  Tentei me posicionar baseado na verdade universal, onde o justo tem que prevalecer.

 

A mídia americana é totalmente manipulada. Veja os exemplos da guerra, do que fizeram e fazem com nossas mentes desde que nascemos… Tudo bem, patriotismo demais é ridículo, mas não é este o caso.

 

Mais ridículo ainda  é querer abafar com panos quentes o estrago que está sendo feito na Austrália por alguns “young ‘fucking’ brazilians”… 

 

Eles vão ter que aceitar isso. E ainda gostar no final.

 

Assisti quase tudo online deste campeonato. Achei até que o Mineiro foi “underscorado” no primeiro round contra o Josh Kerr. Mas parece que isso só o deixa mais determinado para empurrar ainda mais os limites e elevar o nível do esporte para onde ele ainda vai chegar num futuro não muito distante.

 

No homem-a-homem do terceiro round, contra o mesmo adversário, a praia parou e a Austrália se calou. 

 

Josh Kerr, que é muito bom, campeão mundial de aéreos, esperança australiana, caiu surfando muito para o um “pouco” melhor Adriano de Souza.

 

Jean da Silva tem o surf e o perfil do WCT e não está dando mole com esta oportunidade.

 

Enfrentará o novo “monstro” e o mais desconhecido dos gringos, Pablo Paulino na primeira quarta de final. Infelizmente, alguém tem que perder. O cearense é muito radical e ultra moderno, além do power.

 

Adriano enfrenta Marlon Lipke, alemão radicado em Portugal, na segunda bateria das quartas. Na outra chave só estrangeiros e um só australiano.

 

Não estou achando que já ganhamos, de maneira nenhuma. Eles também sabem que em cada campeonato acontece uma história e, neste em especial, rola um título mundial. Que o resultado seja justo.

 

 

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