Pastori, Icaro e Yan

Trio explora Sumbawa

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Já estou em Bali há 20 dias e na verdade só agora tive tempo de escrever com calma o que tenho passado aqui. 

 

A expectativa é sempre enorme quando o assunto é Indonésia para mim. Vim pela primeira vez a este país em 2006, quando tinha 16 anos, e desde então digo a todos que amo este lugar. 

 

Desta vez não está sendo diferente e minha paixão pela Indonésia  só aumenta. Cheguei a Bali e fui recebido por meus amigos Yan, Ícaro e Cícero no aeroporto. 

 

O grupo estava formado e começamos a fazer os planos para decidir os destinos para os próximos swells (ondulações). Fiquei três dias em Bali surfando em Uluwatu e no quarto dia à noite pegamos a estrada.

Nos últimos dez dias passei cerca de trinta horas dentro de um ferry boat (barco muito grande utilizado para transportar automóveis, mercadoria e pessoas entre as ilhas da Indonésia) e mais 30 horas dentro do carro. Tudo isso para surfar algumas das ondas mais perfeitas do planeta. Resumindo, sai da ilha de Bali e fui duas vezes para ilha de Sumbawa e duas vezes para a ilha de Lombok.

Em Sumbawa, a busca foi por uma onda chamada Super Sucks, considerada por muitos a melhor onda da Indonésia. O único problema é que esta onda é muito rara. Uma  combinação de direção de vento, ondulação e uma variação de maré especifica é necessária para que a onda funcione.

 

Ficamos por lá durante cinco dias e surfamos apenas dois. Apesar de não termos nada para fazer além de um mergulho no mar, os três dias de espera valeram muito a pena. Surfamos dois dias de ondas perfeitas.

 

Uma onda diferente de todas que já surfei e sem dúvida uma das melhores.
No fim das contas, fui embora com muitos tubos registrados e alguns cortes nas costas e no pé. Isso porque conforme a maré vai baixando, a onda começa a ficar super perigosa e qualquer falha pode te trazer sérios prejuízos.

Nosso segundo destino foi a famosa onda de Desert Point, na ilha de Lombok. Essa onda é uma das poucas ondas no mundo considerada “five star wave”. Ficamos na dúvida na hora de partir porque o swell previsto parecia não ter muita consistência e estávamos com medo de perder dois dias de viagem e não surfarmos.

Mesmo diante da incerteza, decidimos arriscar. Chegando a Desert a felicidade foi geral . Quando vimos aquelas linhas de esquerdas tubulares passando na nossa frente só deu tempo de engolir o café da manhã e partir para a água.

Surfamos praticamente dois dias inteiros e saímos todos de cabeça feita e pés cortados, isso porque a bancada em Desert é muito rasa. Surfamos uma onda com o dobro do nosso tamanho numa profundidade de 1 metro para o fundo afiado de coral.

Registramos alguns de nossos tubos graças à presença do irmão do Ícaro, o Cícero. O “Ci” era o único integrante da barca que não era surfista profissional e portanto dedicou grande parte dos dias nos filmando.

No momento estou em Bali aguardando a chegada do fotógrafo Pedro Tojal e alguns amigos. Vamos ficar por aqui esperando o próximo swell para partirmos para algum destino que ainda não sei.

 

Foto da reportagem Arquivo pessoal Darcy