Guilherme Tâmega decola alto em Pipeline. Foto: Sam Bohn. |
Um bom exemplo é o latino americano, que distribui cerca de US$ 2 mil de premiação. Altas ondas consagraram os brasileiros Uri Valadão e Luis Villar entre os homens; e Neymara Carvalho e Akemi Saito entre as mulheres.
No mundial, muita confusão e ninguém sabia se o baiano Uri seria declarado campeão mundial por antecipação.
Uri Valadão apavora sua primeira onda em Shark Island. Foto: No friends. |
Teorias foram lançadas depois do anúncio da realização de duas etapas no Hawaii: Honolua Bay, Maui, e Pipeline, North Shore de Oahu.
Alguns, incluindo eu, acharam que poderia ser uma jogada para num ultimo suspiro fazer de Jef Hubbard – o querido da mídia na América, campeão.
Já que desde Stewart, que continua muito bem obrigado em Pipe e em todo o mar que inspire maiores cuidados, os EUA não fazem um campeão mundial.
O que não estava previsto é que essa “manobra” aumentasse as chances de Guilherme “Mega” Tâmega abocanhar seu sétimo título. E o cara agradece essa chance com um sorriso de orelha a orelha.
Nesse exato momento, recarrego as energias após um surf em Haleiwa com toda correnteza do mundo contra a galera. A corrente fez da permanência no pico uma prova de Iron Man. Isso sem falar nas duas séries de oito pés na cabeca.
Tive uma conversa com Paulo Barcellos sobre essa teoria de conspiração contra o baiano voador, que está tossindo feito louco e passando gripe para todos aqui em casa. Isso aqui tá parecendo a toca da raposa: 90% da seleção brasileira está hospedada aqui.
Tâmega, PB, Uri e Luis Faraó Villar se aglomeram pelos quartos e pelo chão da sala. São várias conversas e a certeza de que o esporte está se organizando em nível mundial. Demos um salto e espero que continuemos andando pra frente.
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Paulo Barcellos encara Pipe de monstro. Foto: Arquivo Pessoal PB. |
Uri, em seu primeiro ano de Tour, calou a boca de muita gente, inclusive alguns patriotas que vivem criticando sua perfomance. O tempo é um santo remédio que sempre funciona a favor dos certos.
A performance do líder do circuito em Shark Island, até agora a onda mais sinistra de todo circuito, foi digna de aplausos.
Troquei idéia com alguns australianos que estavam por lá. Os caras disseram que na primeira queda do cara, já direto na bateria, mandou um 360 aéreo animal. Um dos momentos mais insanos do evento.
Luis Villar também está na luta do mundial. Foto: Arquivo Pessoal LG. |
E no Brasil rolou o Rio Bodyboard Pro que, segundo GT e Barcellos, foi um marco no esporte. Um evento criado e administrado por atletas, além de as pessoas que respiram o esporte.
Sem politicagem ou marcas que só pensam em sugar nosso esporte. Em 2006 tem mais e espero que empresas novas se juntem às que participaram desse projeto e injetem mais dinheiro para que todos saíam ganhando.
Premiação justa, boa cobertura de mídia e retorno aos patrocinadores.
Não sei o que as empresas esperam para enxergar que por baixo do bodyboard e de vários bodyboarders do Brasil, se encontra um dos melhores outdoors do mundo.
Daqui do Hawaii, acompanho a performance de mitos do esporte, GT e Barcellos, há anos. Também vejo a nova geração que vem com tudo: Maguinho, Faraó, Uri voador, Josifran e muitos outros. Muita disposição e pouco ou nenhum apoio.
Fico muito triste em ver o time desfalcado.
Onde estão Hermano Castro, Dudu Pedra, José Otavio, Giu Lara, Jorge Baggio, Fabio Sasso e outros excelentes bodyboarders? Estão agarrados no Brasil, em pleno verão, por falta de apoio.
Assistindo um vídeo aqui em casa, rolou uma entrevista com Bruno “Pão”, em Noronha, falando que trabalhou de garçom e em lojas para levantar algum ‘dindin’ e ir curtir o paraíso brasileiro. Depois da entrevista, uma rápida sessão com ele mostrou o quanto o BB brazuca perde por falta de apoio. O cara tem nível mundial. Fiquei de cara com o surf dele.
Segunda-feira (26/12) vamos para Maui ver a primeira parte da eletrizante disputa por mais um título mundial, uma das mais sinistras que lembro.
Na luta Uri Valadão, o garoto prodígio e Jeff Hubb, o garoto propaganda da América. Correndo por fora, Guilherme Tâmega. GT não precisa de apresentações, nem ovações maiores. Já provou tudo que um ser humano poderia provar num esporte.
Acontece que agora o cara tem outros motivos, uma nova meta que vai além do sétimo título: sua filha Kim. O homem quer por que quer dar esse título para a menina. Certeza que será dificil segurar o cara, ainda mais com esse tipo de motivação.
É isso galera fiquem de olho e na torcida pela comitiva brasileira. O jogo de nervos já começou.