Não é só o crowd de surfistas que invade Fernando de Noronha (PE) durante o Hang Loose Pro Contest 2012, etapa de status Prime do circuito mundial que acontece até domingo na Cacimba do Padre.
Fotógrafos dos quatro cantos do país também chegam ao arquipélago em busca dos melhores ângulos do evento mais antigo da América Latina.
Nomes conhecidos como Alberto Sodré, o “Cação”, James Thisted, Aleko Stergiou, Clemente Coutinho, Daniel Smorigo, Everton Luis, Marcio David e Bruno Veiga marcam presença em mais uma temporada no paradisíaco arquipélago.
Eles dividem espaço com fotógrafos da nova geração como Marcelo Freire, Celso Pereira Jr., Michele Roth, entre outros, que usam Fernando de Noronha como uma escola natural para a profissão.
Um dos mais novatos da turma é ??Marcelo Freire. Instrutor de mergulho, ele veio para Fernando de Noronha em 2006. O que era para ser apenas uma temporada, tornaram-se seis e hoje o paulistano não pensa mais em sair do arquipélago.??
“Vim para trabalhar com mergulho durante uma temporada, mas aí entrou o lance do surf e da fotografia em Noronha. Acabei ficando por aqui, onde penso morar para sempre”, diz Freire.
“Aqui o cenário, a água e a luz ajudam muito. Às vezes, em um dia ruim de ondas, um momento mágico rende tudo. E é show nesta época receber toda esta galera de fotógrafos profissionais”, comenta.
Já a relação de Clemente Coutinho com as ondas de Fernando de Noronha começou bem mais cedo. O pernambucano desembarcou na ilha há quase duas décadas, pela primeira vez como fotógrafo em 1994.??
“Quando rola swell grande eu venho de Recife e passo dois, três dias, e volto. É um lugar onde me sinto em casa. Também é bom porque é um dos poucos lugares que não tenho medo de tubarão, pois todo mundo sabe que em Recife há muitos. Noronha foi o lugar onde aprendi a fotografar dentro da água e também me posicionar em relação a luz”.
Aleko Stergiou e Bruno Veiga também carregam na bagagem muitos clics feitos em Noronha. Nesta temporada, eles vieram como correspondentes do Hang Loose Pro Contest. Enquanto Bruno Veiga representa a revista Fluir no arquipélago, Aleko chega para sua décima quinta viagem como fotógrafo do Waves.??
“Vim a Noronha pela primeira vez em 2003 para fazer um trabalho com uma marca. Desde então não parei de vir. Aqui é um lugar maravilhoso para fazer fotos. Apesar de as ondas serem bem fortes, dá para se posicionar e registrar altos tubos, mesmo para quem está começando”, afirma Aleko.
Paulistano do bairro da Mooca, Aleko também é especialista em tirar fotos de dentro da água. Sua maior escola é a temida onda de Teahupoo, Tahiti, conhecida com a praia dos crânios quebrados. ?
“Aqui em Noronha tem a facilidade de ter a arrebentação perto, mas o que mais pega é a correnteza, ela te move o tempo todo na zona do agrião. Isso sempre te tira para fora do pico, então tem que sempre olhar para onde a galera está remando, de onde a ondulação vem, porque às vezes ela vem de lado”, afirma.
O baiano Bruno Veiga, que passa pelo menos oito meses por ano nas ilhas Mentawai, Indonésia, chegou a Noronha pela primeira vez há quinze anos, ainda como surfista. E o cenário paradisíaco das praias foi o primeiro lugar onde começou a fotografar, em 2006. ??
“Eu vim para minha primeira temporada aqui como fotógrafo há seis anos e fiquei o ano todo fazendo fotos para os turistas. Neste mesmo ano já consegui ter fotos publicadas na Fluir, no Waves. Minha relação com a ilha é muito especial, tenho muitos amigos e é uma honra estar aqui com todos esses colegas, que sempre foram uma referência para mim”, exclama Bruno.
O fotógrafo, que fica na ilha até 15 de março e depois embarca no dia 10 de abril para Mentawai, apresenta uma exposição fotográfica sobre a Indonésia a partir desta quinta-feira no restaurante Cacimba Bistrô, em Fernando de Noronha.
A vigésima sexta edição do Hang Loose Pro Contest distribui 6.500 pontos no ranking unificado da ASP, além de US$ 250 mil de premiação total.
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