Não é a primeira e nem a segunda vez que saio pra uma remada tranquila aqui em Virória (ES) e volto com uma tartaruga em cima da minha prancha. Infelizmente a maioria delas já trazida sem vida. Mas ontem foi um dia especial…
Uma de minhas amigas e cliente da Supflex, Larissa Volpe, veio aproveitar o dia pra remar acompanhada de uma amiga, a Bruna Borini, que nunca havia experimentado o SUP antes. Como a Bruna estava subindo numa prancha de Stand Up Paddle pela primeira vez e sem experiência de enfrentar águas desconhecidas, coloquei minha prancha na água e fui passando orientações básicas, como ocorre em uma aula experimental, a acompanhando durante todo o trajeto.
Ao rodear a Ilha da Baleia, que fica na frente da minha casa, algo chamou a atenção da Larissa, que estava mais à frente. Uma tartaruga estava com dificuldades de se manter no fundo do mar. Percebi que ela nadava de uma forma bastante irregular, pois seu casco ficava metade fora d’água e metade dentro. Ao me aproximar, ela afundava querendo fugir, mas alguns metros adiante aparecia novamente. Foi ai que deixei meu remo com Larissa e remei deitado para não assuntar e me aproximar o máximo dela, e poder capturá-la.
Sucesso. Assim que ela apareceu na superfície, segurei no casco e coloquei-a sobre a prancha, remei no estilo Paddleboard até a areia com o objetivo de entrar em contato com o órgão responsável, o CTA – Serviços em Meio Ambiente, que sempre me atendeu muito bem. O pessoal é super prestativo.
No trajeto da Ilha até a areia, a tartaruga apenas fez movimentos lentos, pois a exaustão já tomava conta. Dava pra ver que estava bem debilitada, porém com vida e saudável; não apresentava tumores, apenas algumas “cracas”, assim chamado.
Com a chegada do biólogo (Jeferson), foi feito uma primeira avaliação no animal e constatado que realmente estava com a saúde boa, só estava cansada e fraca. Então levou para a base de análise, onde será examinada, tratada e devolvida ao seu habitat natural.
Diante deste acontecimento, peço a todos aqueles que jogam lixo nas ruas, areia da praia, no mar, ou onde for que não seja uma LIXEIRA, que pensem a respeito, pois esta foi a terceira tartaruga que resgato AINDA com vida, das sete que já retirei da água.
O lixo que é jogado na rua pode parar dentro do estomago de uma tartaruga. Este é um dos problemas que causam a morte desses animais, outro fator agravante, são as embarcações que andam próximos da costa e com alta velocidade, principalmente JET SKI.
Agradeço pelo ótimo trabalho da CTA, prestando toda atenção e serviço ao meio ambiente, em todas as vezes que precisei ajuda com o resgate destes tão tranquilos animais marinhos…
Agradeço à SUPFLEX por me acompanhar em toda minha carreira no esporte, acreditando e com isso salvando pequenas vidas.
Aloha!! Save the Nature!!!