As ondas já passavam dos 3 metros de altura na praia do Tombo, mas o forte vento leste forçou a comissão técnica do Local Motion Guarujá Surf Pro adiar a continuação do evento na quinta-feira.
A decisão foi tomada na segunda chamada do dia, às 11 horas, quando foi anunciado o “day off” e uma nova reunião para analisar as condições do mar às 7:30 horas da sexta-feira na praia do Tombo.
As previsões são de que as ondas continuarão grandes, mas com tempo bom para completar o cenário perfeito para fechar a histórica centésima etapa do WQS no Brasil neste final de semana no Guarujá.
Dos 144 inscritos de 17 países que iniciaram a competição na terça-feira, 64 continuam na disputa do título que vale US$ 20 mil e 2.500 pontos no ranking que classifica 15 surfistas para a elite do ASP World Championship Tour.
“As condições do mar não estão boas para competir. Subiu muito hoje, o período das séries é muito grande, o vento fortíssimo, assim como a correnteza, então ouvimos até alguns atletas e o consenso geral foi pelo adiamento por hoje”, sentenciou Dadá Nascimento, diretor de prova do Local Motion Guarujá Surf Pro.
“Nem aumentando o tempo das baterias para meia hora, a gente ia conseguir uma condição técnica para os atletas. Ondas até têm, mas o problema foi a entrada deste vento leste muito forte. Amanhã (sexta-feira) ele deve virar pra terral e vamos ter um mar de gala aqui para os próximos dias. O show de surfe está garantido”.
O catarinense Diego Rosa, que está escalado para estrear na 24.a e última bateria da segunda fase, aprovou a decisão da comissão técnica do Local Motion Guarujá Surf Pro. “O mar até tem uma condição para surfar, mas a correnteza está muito forte. A ondulação de leste empurra as ondas pro costão direito aqui e a formação delas é o problema, quase não tem parede, fechando demais, e a galera optou por adiar mesmo. O ápice do swell (ondulação) é hoje, então a tendência é ficar bem melhor já a partir de amanhã”, acha Diego.
O niteroiense Patrick Beven, que no Circuito Mundial representa a França, onde vive há muitos anos, já competiu na quarta-feira e vai disputar a quinta bateria da terceira fase, junto com o australiano Jay Davies e os brasileiros Marco Polo (SC) e Charlie Brown (CE). Beven vem de um excelente resultado participando como convidado da etapa francesa do ASP World Tour em Hossegor, onde barrou o líder Joel Parkinson e só parou nas semifinais. Ele também opinou sobre o adiamento do Local Motion Guarujá Surf Pro.
“Eu acho que hoje é um dia ideal mesmo para o evento parar. Está grande demais e muito mexido, difícil pra fazer uma bateria de 25 minutos. O mínimo teria que ser de 30 minutos e mesmo assim ainda ia ser complicado pegar duas ondas boas. Certamente as notas iriam ser bem baixas, então acho que foi uma boa decisão. Se por acaso o mar aumentar ainda mais para amanhã (sexta-feira), aí não teremos escolha, vamos ter que cair assim mesmo, mas acho que hoje foi melhor mesmo adiar o evento”, aprovou Patrick Beven.