Das 21 equipes inscritas para o 13º Desafio Onbongo Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas uma pode ser considerada “veterana”. Presente em todas as edições, a Brucutus Canoe Club, de Bertioga, sempre figura entre as principais forças nas remadas neste tipo de embarcação no Brasil. Neste ano, não será diferente. O time chega forte para tentar a inédita vitória, que já esteve muito perto em diversas ocasiões.
A disputa no próximo dia 12, com largada e chegada em Santos, é a mais longa do Mundo, com nada menos que 75 km de percurso costeando toda a ilha, enfrentando trechos de mar, com chances de ondulações, e de rio. Cada equipe compete com nove integrantes, seis na canoa e três revezando.
Criador e capitão da Brucutus, o sargento do Corpo de Bombeiros, Everdan Riesco é um dos pioneiros da canoa havaiana no País e, sem dúvida, o mais experiente na prova e sabe que a vivência acumulada em 12 edições pode ser um diferencial. “Comecei na primeira travessia e nunca parei. Acredito que junto com o Rafael Leão (hoje na equipe Samu), somos os mais antigos da América do Sul em atividade”, comenta.
“A expectativa é sempre a melhor, vencer!”, anuncia Riesco, lembrando das superações que já enfrentou na prova. “Para quem competiu com uma canoa partida ao meio e conseguiu trocar em Bertioga e terminar com glória, estamos sempre prontos para nos superar”, ressalta. “Foram muitos momentos marcantes, mas um em especial, quando remamos mais de 30 quilômetros sem revezamento, porque o nosso barco de apoio quebrou, e a equipe rival nos passou após hora, numa chegada muito emocionante”, conta.
Ele remará junto com Antonio Carlos, Sergio Coelho, Marco Antonio da Silva, Emanuel Amaral, Joao Renato, Diego dos Santos de Jesus, Eduardo Leal e Ícaro Bispo. “Teremos equipes fortes, que não conhecemos, como a da Bahia e de Brasília, além do pessoal do Rio de Janeiro e de Santa Catarina. Vamos respeitar todas de forma igualitária”, diz Riesco, feliz com a evolução do esporte, que viu “nascer”, inicialmente em Santos.
“O crescimento já era esperado. O Fábio Paiva escolheu bem os seus parceiros e investiu muito. Eu também investi bastante em competidores, tanto que a maioria dos remadores campeões sul-americanos foram meus atletas de muitos anos. Então posso dizer que o Fábio investiu no material e eu no pessoal”, relata, referindo-se ao organizador do evento e, sem dúvida, o maior entusiasta da modalidade, responsável pela popularização em quase todo o litoral brasileiro e até mesmo em Brasília.
Guarda-vidas, Riesco divide o seu tempo entre o trabalho na praia, os treinos e também realiza um trabalho social, utilizando as canoas, voltadas para a Terceira Idade e comunidades ribeirinhas, no Canal de Bertioga, por onde passa a prova. Tem a vantagem de sempre estar em contato com a canoa e conhecer bem parte do percurso, que pode ser bem difícil, dependendo da condição da maré. “Sempre convivi ali e estou sempre atuando na comunidade”, destaca.
A prova terá concentração, início e final em frente ETEC Dona Escolástica Rosa, à Avenida Bartolomeu de Gusmão, 111, na Praia da Aparecida, próxima ao Canal 6. A largada será no estilo “Le Mans”, com as canoas saindo da areia, às 9h30. O primeiro trecho será pelo mar, com cerca de 40 km, passando por todas as praias de Guarujá. O restante será em águas calmas pelo Canal de Bertioga até o Porto e depois para a chegada. Em disputa as categorias open masculina, feminina, mista (sempre três homens e três mulheres na canoa) e master.
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