Viciada em adrenalina

Maya Gabeira, Todos os Santos, México

Maya Gabeira encara Todos os Santos, México. Foto: Fred Pompermayer.

A surfista carioca Maya Gabeira, 19, ficou conhecida pelo apetite em dropar ondas grandes, ainda mais evidente na última temporada havaiana.

 

Clique aqui para ver as fotos

 

Ela começou a surfar há cerca de cinco anos na escolinha do Arpoador (RJ), graças ao incentivo de um ex-namorado.

 

Apaixonada pelo esporte, desde então ela dedica-se com afinco ao sonho de surfar as melhores e maiores ondas do mundo. No último mês veio o reconhecimento. 

 

Danilo Couto passa as instruções para Maya antes da queda em  Mavericks, Califórnia (EUA). Foto: Fred Pompermayer.

Maya está entre as finalistas na categoria Melhor Performance feminina da temporada no Billabong XXL, ao lado da amiga californiana Jamilah Star e da brasileira radicada no Hawaii Andréa Möller.

 

Na temporada passada, Maya dividiu o quarto e os treinos com Jamilah, grande incentivadora da brasileira. ?Me sinto honrada por competir com alguém que me inspirou desde o começo?, lembra Maya.

 

A indicação veio devido à performance nesta temporada. Maya dividiu-se entre as quedas nas ladeiras de Waimea, Hawaii, ou à caça ao swell em picos como Todos os Santos, México, ou Mavericks, Califórnia (EUA).

 

Mais do que talento, a surfista mostrou muita coragem e determinação. ?Waimea foi onde tudo começou e é com certeza o lugar em que mais surfo. O fato de ter ido a Todos os Santos e a Mavericks pesou muito este ano, pois mostrei que não queria surfar só Waimea, mas vários lugares de ondas grandes?, analisa a big rider.

 

Ela diz que já esperava a indicação, pois acompanhava o site do XXL e sabia que alguns fotógrafos inscreveram fotos dela.

 

?Mesmo assim, fiquei muito feliz quando recebi o convite enviado por Bill Sharp dias antes da lista ser anunciada. Ele perguntou de qual cidade eu era e me desejou boa sorte! É uma honra participar do XXL, é o reconhecimento do meu trabalho?, comemora.

 

Filha da estilista Yamê Reis e do deputado federal Fernando Gabeira, aos 11 anos o grande barato de Maya era subir nas passarelas dos desfiles produzidos pela mãe. Aos 15 anos, Maya partiu para a Austrália para um intercâmbio e foi ‘infectada’ de vez pelo vírus do surf.

 

##

 

Maya dropa Waimea, North Shore, Hawaii. Foto: Dave Colyer.

Ali tudo começou e ela foi tomada pela vontade de surfar as melhores ondas do mundo e transformou o sonho em projeto de vida.

 

De lá para cá ela soma várias temporadas na Austrália, Indonésia, Hawaii, além de trips para

o Panamá e Costa Rica.

 

Maya conta que no início, seus pais tinham medo de ela querer encarar desafios cada vez mais perigosos.

 

?Eles tinham muito medo, principalmente minha mãe. Mas, agora eles vêem que eu levo muito a sério e me apóiam apesar dos sentimentos naturais de quererem me proteger?, comenta.

 

Maya em Mentawai, Indonésia. Foto: Arquivo pessoal Maya Gabeira.

A vontade de investir nas morras surgiu na temporada havaiana de 2004/2005. ?Percebi que eu gostava muito da adrenalina. Mas, foi mesmo ano passado que cheguei à conclusão que era isso que queria mesmo?, revela.

 

Este será um ano diferente para ela, que decidiu trocar as esquerdas de sonho e a água quente da Indonésia para dedicar-se somente ao big surf.

 

?Ficarei quatro meses treinando em Dungeons, na África do Sul. Depois da festa do XXL, ficarei no Rio de Janeiro com minha família por duas semanas e depois sigo para Cape Town, também na África. Também pretendo ir para o México em setembro e depois retorno novamente ao Hawaii?, conta.

 

Para encarar ondas grandes, Maya tem uma vida de total dedicação ao surf. ?Treino muito e tenho uma vida muito regrada sem contar com o fato de que eu saí de casa cedo e comecei a viajar o mundo para surfar e evoluir. Mas, foi a vida que eu escolhi para mim. Então só tenho a agradecer por ter tido força para fazer tudo o que eu fiz e de estar onde estou agora?, reconhece.

 

Nesta temporada, Maya sentiu que seu surf evoluiu bastante. “Apesar de ter sido uma temporada ruim no Pacífico Norte, pude treinar bastante e alcançar o objetivo de surfar Mavericks?, comenta.

 

Como atleta profissional, o objetivo de Maya  é estar preparada um dia para surfar as maiores ondas do mundo.

 

?O limite de remada é de 25 a 30 pés. Aí, pretendo partir para tow-in, onde não há limites. Quero evoluir sempre e me sentir cada vez mais calma e preparada para situações de alto risco dentro da água?, afirma.

 


 

Exit mobile version