Acostumado a surfar ondas grandes, o surfista peruano Gabriel Villaran embarcou na última semana para uma aventura inédita no rio Vilcanota, localizado na cidade de Cusco, Peru.
Depois de assistir a um vídeo no qual surfistas dropavam as ondas de um rio na África, Villaran motivou-se a conhecer a região, situada no coração do império Inca e considerada sagrada pelo povo local.
Ele sabia que poderia encontrar esse tipo de onda no Peru, mas com algumas características peculiares. O rio Vilcanota possui ondas estáticas, muitas rochas ao redor e uma forte correnteza.
Seu companheiro e guia na aventura foi o kayaker Leo Gonzales, conhecedor dos rios locais e o responsável por indicar a onda certa para o surfista.
“A onda do rio Vilcanota é forte. Tivemos que ter certeza de que o Gabriel e o resto da equipe estariam seguros. Por isso esperamos as condições necessárias: onda boa, segura e com espaço para Gabriel sair pela margem do rio”, diz Gonzales.
No total foram quatro dias de aventura, dedicados à procura das ondas certas. Logo no segundo dia eles encontraram uma onda pequena, mas com a boa formação e perfeita para a prática do surf.
Uma técnica parecida com o tow in foi criada por Gonzales. Ela permitiu que Gabriel entrasse no rio com toda a segurança, já que o peruano estava preso a um sistema de cordas amarradas a uma pedra.
“Foi complicado devido à força do rio. Mas mesmo assim Gabriel não ficou muito satisfeito por ter que surfar com a ajuda de uma corda”, conta Gonzales.
Dois dias depois a maré subiu e os atletas foram tentar outra seção. Mesmo com os braços cansados pelo tow in improvisado, Villaran queria provar que era possível surfar a onda nos Andes peruanos sem a ajuda de cordas.
A água estava mais densa e o cenário um pouco mais complicado do que na última tentativa. No começo o surfista e o kayaker usaram a corda, mas Villaran decidiu soltá-la e remou como se estivesse no mar.
“Tudo funcionou bem e foi muito divertido. Fiz algumas manobras e permaneci na onda por algum tempo. Agradeço ao Leo, porque sem ele e seus conhecimentos sobre os rios do Peru nada disso teria sido possível”, afirma Villaran.