Vitória de Irons leva decisão para o Brasil

Andy Irons, Quiksilver Pro France 2005, Hossegor, França

Havaiano Andy Irons comemora o bicampeonato consecutivo no Quiksilver Pro France. Foto: ASP World Tour / Tostee.
O Nova Schin Festival WCT Brasil pode decidir o título mundial da temporada pelo segundo ano consecutivo em Santa Catarina.

 

Nesta sexta-feira o havaiano Andy Irons conquistou o bicampeonato no Quiksilver Pro France e impediu a conquista antecipada do sétimo título mundial pelo norte-americano Kelly Slater, que não passou das quartas-de-final em Hossegor.

 

Com a vitória sobre Damien Hobgood, algoz de Slater, a etapa brasileira do WCT promete ser mais uma vez emocionante, com o penúltimo desafio da temporada novamente tendo sua base principal instalada na praia da Joaquina e estrutura móvel para chegar até a praia que

A vitória de Irons e a eliminação de Slater levaram a decisão do título mundial para a etapa brasileira do WCT. Foto: ASP World Tour / Tostee.
estiver apresentando as melhores ondas no período de 31 de outubro a 9 de novembro no litoral sul catarinense.

 

Assim, o cenário é o seguinte: se Andy Irons terminar em quinto no Brasil, Slater é campeão mesmo que termine em 33o.

 

Se Irons for terceiro, Slater precisa ficar no mínimo em quinto lugar. Se Andy for segundo, Slater precisa ser terceiro e, se ambos forem para as finais, Andy precisa vencer para ter chances na última etapa no Hawaii, enquanto Slater precisará vencer para assegurar o título no Brasil, segundo projeção feita por Renato Hickel, brasileiro que dirige o Tour.

 

Quem também brilhou no último dia de disputas na França foi o cabo-friense Victor Ribas, que só parou nas semifinais e colocou o Brasil no pódio com um brilhante terceiro lugar na nona etapa do ASP Foster’s World Championship Tour 2005.
 
Vitinho inaugurou a sexta-feira derrotando a sensação americana Dane Reynolds por uma pequena diferença – 13,93 x 13,50 pontos – na abertura das oitavas-de-final, realizadas ainda em La Nord.

 

Já o pernambucano Paulo Moura não teve muitas chances no confronto contra o número 1 Kelly Slater, que venceu com facilidades a quarta bateria do dia por 14,00 x 7,27 pontos. E o paranaense Peterson Rosa foi barrado nos últimos segundos pelo australiano Taj Burrow, que conseguiu os pontos que precisava para vencer em mais um resultado decimal: 13,33 x 13,00 pontos.
 
Já o primeiro show do dia foi proporcionado pelo defensor do título do Quiksilver Pro France, Andy Irons, que logo em sua primeira apresentação bateu o recorde do campeonato ao totalizar incríveis 18,73 pontos de 20 possíveis no confronto com o veterano Mark Occhilupo, seu companheiro na equipe Billabong, que também pegou bons tubos em La Nord e somou 16,77 pontos nos dois melhores.

 

Após o encerramento das oitavas-de-final, os organizadores decidiram transferir as disputas para a base principal, La Graviere, cerca de 500 metros de distância, onde as condições do mar estavam parecidas, com as séries variando entre 2 e 2,5 metros, porém irregulares.
 
Novamente, Victor Ribas passou apertado, derrotando o australiano Phillip MacDonald, número 5 do ranking mundial, por 10,50 x 10,00 pontos. Na segunda quarta-de-final, Damien Hobgood simplesmente deixou o também norte-americano Kelly Slater precisando de mais de 10 pontos, o que no surfe é como vencer de goleada.

 

O placar que adiou a decisão do título mundial para o Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 foi de 18,00 x 13,50 pontos. “Não consegui surfar bem aqui. Passei um sufoco para ganhar do Jeremy Flores na terceira fase, também não achei as melhores ondas nas oitavas, mas fui passando, só que o Damien arrebentou e agora vou com toda confiança tentar confirmar o título no Brasil para já chegar no Havaí como campeão mundial”, prometeu Slater.

 

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Damien Hobgood ficou com o vice no Quiksilver Pro France. Foto: ASP World Tour / Tostee.

Ao contrário dele, seu único adversário continuava comandando o espetáculo e pegou um tubão que valeu a segunda nota 10 do Quiksilver Pro France 2005 logo na primeira onda surfada contra seu irmão Bruce Irons.

 

O tricampeão mundial precisava passar mais esta bateria para impedir a conquista antecipada do heptacampeonato pelo norte-americano e conseguiu.

 

Os dois irmãos fizeram a grande final do ano passado em Hossegor e o resultado foi o mesmo, com Andy Irons saindo vitorioso na disputa que acabou encerrada pelo placar de 15,83 x 11,00 pontos.
 

Victor Ribas levou o Brasil para o pódio com o terceiro lugar na etapa. Foto: ASP World Tour / Tostee.

Depois, o havaiano passou pelo australiano Taj Burrow nas semifinais – 15,67 x 11,00 pontos – e escolheu a tática certa para derrotar Damien Hobgood na grande final.

 

“Eu sabia que ele ia procurar os tubos e eu preferi pegar as ondas sem me preocupar com isso, mas sim em aplicar manobras fortes para tirar boas notas”, contou Andy Irons, que numa longa esquerda arrancou uma nota 9,33 que acabou definindo a vitória por 17,00 x 12,83 pontos.

 

“Eu amo esse lugar, dá até vontade de mudar para cá, amo as pessoas que sempre lotam a praia para torcer aqui, a comida, essas ondas então nem se fala, estou muito feliz e nem consigo acreditar que venci de novo este evento”, vibrou Irons, que venceu o Quiksilver Pro France pela terceira vez.
 
Damien Hobgood tentou de tudo para reverter o resultado, porém não teve a mesma sorte em achar as melhores ondas como havia conseguido nas disputas anteriores. Na semifinal, o cabo-friense Victor Ribas começou bem com um tubinho, mas logo ele assumiu a liderança e não largou mais, derrotando o brasileiro por 10,57 x 8,70 pontos.

 

“As condições do mar ficaram complicadas na bateria, com muitas séries fechando”, lamentou Victor Ribas. “Infelizmente não consegui pegar boas ondas, mas estou muito feliz com esse terceiro lugar que vai me ajudar muito para tentar garantir minha vaga no WCT. Surfar é minha vida e não estar no WCT vai ser desastroso para mim”.
 
Com este resultado, Vitinho subiu para o 25o lugar no ranking e passou a aparecer na lista dos 27 que são mantidos na elite mundial pelo ranking principal. Além dele, só mais dois estão garantindo suas permanências pelo WCT: o pernambucano Paulo Moura em vigésimo lugar e o paranaense Peterson Rosa em 24o. O potiguar Marcelo Nunes era o brasileiro mais bem colocado, mas não passou pela repescagem do Quiksilver Pro France e caiu para a 28a posição na classificação geral das nove etapas disputadas.
 
Já pelo ranking da divisão de acesso, o paulista Adriano “Mineirinho” de Souza lidera o WQS e foi o primeiro brasileiro a garantir vaga no WCT 2006, com os cariocas Pedro Henrique (sexto lugar) e Yuri Sodré (sétimo) podendo confirmar suas entradas na “perna brasileira” de fim-de-ano que será realizada entre os dias 19 de outubro e 9 de novembro.


O primeiro desafio será o WQS de nível 4 estrelas, Reef Classic 2005, nos dias 19 a 23 em Maresias, São Sebastião (SP). Na semana seguinte, de 25 a 30, tem o 6 estrelas Onbongo Pro Surfing na praia Mole, Florianópolis (SC). E do dia 31 a 9 de novembro, o Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 pode decidir o campeão mundial da temporada no evento móvel que pelo terceiro ano seguido será realizado em Santa Catarina.

 

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