Com o término dos circuitos brasileiro e mundial, o ano de 2008 deu uma boa mostra do que está por vir no cenário do longboard competitivo.
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A situação ainda não é aquela que sonhamos, mas ambos os circuitos ganharam força esse ano. A Oxbow bancou duas etapas para definir o título mundial e promete repetir a dose em 2009.
A etapa francesa, que pela segunda vez consecutiva rolou em Anglet, abriu a corrida pelo título mundial e já caiu nas graças dos competidores pelas ondas e excelente infra-estrutura oferecida pelos anfitriões da Oxbow.
Mas o maior presente para os top 45, foi a realização da segunda etapa em San Clemente, Califórnia. O campeonato rolou em San
Onofre, importante berço do longboard americano freqüentado por grandes nomes da modalidade, como o legend David Nuuhiwa, o tricampeão mundial Collin McPhilips e o carismático Josh Baxter.
Foi um privilégio para todos poder surfar num lugar tão importante para a cultura do longboard e com surfistas tão influentes.
Para 2009, a primeira etapa continua na França, por ser a casa do patrocinador, mas a segunda ainda não tem local definido, pois ainda vai ser escolhido com calma.
Existem pessoas interessadas em trazer uma ou até mais etapas do WLT (World Longboard Tour) para o Brasil, mas ainda não tem nada de concreto e só podemos torcer para que tenham sucesso nessa jornada.
No circuito nacional, a Petrobras, através do Rico de Souza, vem ?salvando a pátria? há sete anos com os tradicionais PLC (Petrobrás Longboard Classic) e a partir de 2004 teve mais um aliado para formar um circuito sólido, que é o Geraldinho Cavalcanti, responsável pelo Pernambuco Longboard Legends. Esse evento, juntamente com os dois anuais da Petrobras também já está confirmado para o ano que vem.
Assim como no mundial, os atletas brasileiros aguardam ansiosos por mais etapas, principalmente pela confirmação da segunda edição do Festival Aberto de Longboard Profissional, que entrou para o calendário da ABRASP e da FPSURF aos 48 minutos do segundo tempo e aconteceu em Ubatuba, dando uma engordada no tour.
Outros circuitos estaduais também estão se consolidando a cada ano. O tour paulista conta com eventos que também estão se tornando tradicionais, como Santos Surf Festival e o Festival Ecovias de Surf (Earth Wave). Os cariocas também comemoram e agradecem o esforço das pessoas que literalmente correm atrás para que o circuito aconteça.
Em relação aos critérios de julgamento, as manobras progressivas tendem a ser bem valorizadas. Desde 2006, no mundial da Costa Rica, pudemos perceber uma maior valorização das pancadas e das manobras aéreas. Um demorado e estiloso hang ten, ou um extenso hang five na parte crítica da onda precisam combinar com alguma manobra explosiva para valer um high score.
Essa já vinha sendo uma transformação lenta, e até uns quatro ou cinco anos era fácil neguinho tirar notas excelentes somente com nose riding, mas a cada ano que passa essa missão está cada vez mais difícil. Se as manobras de bico não forem combinadas com pancadas, nada feito! E acreditem, por incrível que pareça ainda tem muito surfista bom de bico no WLT, só que agora eles também tem que ?meter o pé?.
Isso vem causando descontentamento em muitos surfistas e simpatizantes da modalidade ao longo dos anos, fazendo com que Joel Tudor e Kevin Conely abandonassem as competições. Já o mito Nat Young, que se aposentou há bastante tempo, mudou de opinião e acabou se rendendo aos critérios atuais, elogiando a forma com que a molecada está surfando.
Se esse critério é certo ou não, só o tempo vai dizer, mas a verdade é que nesse último mundial, os experientes Picuruta e Bonga Perkins conseguiram aliar explosão com estilosos nose ridings para conquistarem a terceira e primeira colocação respectivamente, provando que o bom e velho nose riding nunca sairá de cena.
Seguindo as tendências de valorizar as manobras progressivas, a maioria dos surfistas estão usando pranchas cada vez mais estreitas e finas. As quilhas centrais diminuíram de tamanho e as laterais aumentaram.
A combinação mais vista nas pranchas dos principais competidores são de 6 polegadas para a quilha central e nas laterais a galera está usando quilhas de pranchinha mesmo (G-3, G-5 e outras) e não mais os pequenos estabilizadores.
O Brasil continua como potência mundial. Apesar de o título ter ficado com os havaianos, temos cinco brasileiros entre os top 16 e mais cinco entre os top 45. Potencial e experiência não faltam para retomarmos o caneco ano que vem. Quem viver verá!
Continuem pendurados!