Volta ao mundo com 100 dólares no bolso

Rafael videomaker

Rafael Oliveira cobriu a etapa do circuito mundial em 2002 em Teahupoo, Tahiti. Foto: Arquivo pessoal.

O videomaker Rafael Oliveira, 30 anos, é um bom exemplo de como tirar proveito das situações adversas e totalmente inusitadas da vida. Em novembro de 1999, o gaúcho decidiu morar na Austrália para aperfeiçoar o inglês, estudar marketing e trabalhar.

 

Incentivado por um amigo, Rafael comprou uma filmadora digital para registrar os melhores momentos de sua viagem e filmar seus amigos. Foi a partir daí que sua vida deu uma guinada.

 

Na primeira folga do trabalho, Rafael e seu camarada Biral partiram para o pico chamado Aussie Pipe. 

 

“Chegando lá, ficamos de cara, pois o mar quebrava perfeito com 6 pés tubulares. Foi um belo dia para estrear a filmadora. Fiquei em cima de uma pedra filmando as dezenas de tubos que meu amigo tirava. A água era muito azul e os tubos rolavam como eu ainda não tinha visto na Austrália”, conta.

 

As imagens da session foram exibidas numa festa e, de acordo com Rafael, a galera presente pensou que era algum filme profissional. Foi aí que, incentivado pelos amigos, ele começou a se dedicar cada vez mais às filmagens. O videomaker comprou um equipamento melhor e tudo começou a girar em torno das filmagens. “Filmava várias trips da galera em Sidney e até batizado e casamento cheguei a filmar”, conta.

 

Os trabalhos começaram a pintar e Rafael conheceu o aussie Matt Gye, videomaker responsável pelos vídeos da revista Tracks Magazine, que o contratou para filmar em 2002 a etapa do WCT em Teahupoo. Tudo correu bem até que, na volta da viagem, enquanto fazia conexão na Nova Zelândia, foi impedido de embarcar. A escola onde ele estudava notificou a imigração australiana sobre sua baixa freqüência nas aulas e seu visto de estudante foi cancelado.

 

“Todas minhas coisas estavam na Austrália, minha casa (que era o carro), todas minhas roupas, computador e uma série de objetos pessoais. Estava na Nova Zelândia com apenas US$ 10 no bolso, praticamente sem roupa de inverno e sem conhecer ninguém”, conta ele.

 

Rafael entrevista o ubatubense Renato Galvão, campeão do circuito Super Trials no ano passado. Foto: Arquivo pessoal.

Ao invés de largar tudo e voltar para o Brasil, Rafael optou por fazer uma viagem de volta ao mundo.

 

“A passagem para o Brasil custava US$ 1,5 mil e a de volta ao mundo US$ 2 mil. Quando tudo aconteceu, entrei em pânico porque teria que voltar ao Brasil e não conseguiria dar andamento ao meu filme. Decidi me jogar nessa viagem, que da Nova Zelândia passava por Hong Kong, Bali, África do Sul, Europa e finalmente Brasil”.

 

O resultado de toda essa aventura poderá ser conferido no filme Canal Surf que reúne imagens iradas do circuito mundial em 2002, do Hang Loose Pro Contest 2003 e 2004, além de sessions com Mick Fanning e Joel Parkinson em Teahupoo e Jeffreys Bay. Nesta entrevista, ele conta os detalhes da aventura e fala sobre o filme, que será lançado em julho deste ano, e promete dar o que falar.

 

Confira a cobertura de algumas etapas do circuito mundial além de uma preview do filme no site Canalsurf.com.br .

 

Fale um pouco sobre o seu filme, Canal Surf. Quando estréia e o que a galera vai
poder conferir nesta produção?
  

O Canal Surf deve ser lançado em julho deste ano. O filme reúne imagens da Austrália, Tahiti, Indonésia, África do Sul e Brasil, com destaque para a temporada de Noronha deste ano e do ano passado. A produção consiste em surf de primeira, muitas imagens culturais, ângulos inovadores, edição totalmente moderna e trilha sonora eletrizante. É uma produção totalmente independente, apenas uma filmadora, um tripé e poucos dólares no bolso. Tenho boas perspectivas, mas ainda estou negociando com algumas marcas.

 

Layout do site Canal Surf. Foto: Reprodução.
Canal Surf é o primeiro vídeo que você lança comercialmente?

 

É o primeiro vídeo totalmente produzido por mim. Ano passado participei da produção do filme do Guga Arruda chamado Arquivo, como editor e um dos produtores, além de ceder imagens aquáticas. Este filme será lançado ainda no primeiro semestre deste ano.

 

Quando e como você começou a filmar surf?

 

Depois de um ano e meio morando na Austrália, decidi comprar uma filmadora, incentivado pelo meu grande amigo Biral, que morava comigo. Comprei uma filmadora digital para filmar minha viagem pela Austrália e os amigos surfando. Toda a grana com que me mantive na Austrália estudando, pagando as despesas de aluguel e viajando, consegui trabalhando como entregador de pizza, lavador de pratos e depois como garçom. Após comprar a filmadora, a primeira folga que tive no trabalho fiz uma trip com esse meu amigo. Fomos para um pico chamado Aussie Pipe. Chegando lá, ficamos de cara, pois o mar quebrava perfeito com 6 pés tubulares. Foi um belo dia para estrear a filmadora. Fiquei em cima de uma pedra filmando as dezenas de tubos que meu amigo tirava. A água era muito azul e os tubos rolavam como eu ainda não tinha visto na Austrália. Quando voltamos dessa trip, no mesmo dia rolou uma big festa na minha casa, pois era despedida de uma amiga. A comunidade brasileira que vivia em Sidney estava em peso nesta festa. No meio da balada, coloquei o vídeo da trip sem falar nada pra ninguém. Várias pessoas pensaram que era filme de alguma marca, ou coisa parecida. Foi muito engraçado. Ninguém acreditava nas ondas que meu amigo pegou e na qualidade das filmagens. Foi aí que várias pessoas botaram pilha para eu continuar filmando e chegavam a dizer que eu já era profissional.

 

Rumo a Jeffreys Bay. Foto: Arquivo pessoal.

Você começou a filmar praticamente na raça ou já tinha alguma noção?

 

É isso. Comecei a filmar totalmente na raça, sem noção alguma de como configurar uma filmadora ou filmar profissionalmente.

 

Foi depois desta trip para Aussie Pipe que você decidiu trabalhar com isso?

 
A partir daí, começaram a pintar várias surf trips em Sidney para filmar a galera. Lembro que até batizado na igreja e casamento filmei. A parada começou a ficar mais séria e logo me endividei com vários amigos para comprar uma outra filmadora 3CCD e uma caixa estanque para filmar dentro da água e um computador para editar os vídeos. Essa época foi muito difícil, devia grana para todo mundo, tive problemas com o visto, meu carro foi para o conserto e também tive alguns problemas de moradia. Eu teria que mudar e pagar um aluguel mais caro. Tinha um ótimo equipamento, mas não tinha muito tempo para filmar e editar, porque tive que me desdobrar entregando pizza e sanduíche para pagar as dívidas.

 

E o que você fez para mudar isso?

 

Resolvi trabalhar menos nos empregos que tinha e morar no carro para economizar com o aluguel. No total, morei três meses no carro. Até minha namorada saía da casa dela para dormir comigo no carro. Era muito engraçado. Foi uma experiência incrível. Depois de um tempo abandonei a escola em Sidney para economizar mais grana e sobrar mais tempo. Aí, resolvi apenas trabalhar e filmar o surf. Acompanhei toda a perna australiana do WCT e WQS. Foi irado, conheci muita gente. E não parei mais de filmar o surf até hoje. 

 

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Você disse que também passou um tempo viajando pelo mundo. Como foi isso?

 

Rafael curte o astral de Tavarua. Foto: Arquivo pessoal.
No total, morei dois anos e meio na Austrália. Cobri todos os campeonatos por lá durante um ano e meio. Fiquei um ano apenas estudando marketing, trabalhando, viajando pela Austrália e surfando. Depois de um ano, comprei a filmadora e isso mudou minha vida. Minha idéia era ficar na Austrália por mais um tempo, as coisas estavam começando a ficar boas para mim como videomaker, já estava como free-lance pela Tracks Magazine e para HB australiana. Aí, consegui um trabalho pela Tracks para ir ao Tahiti fazer imagens dentro da água em Teahupoo para o filme “3 Degrees”. Foi irado, filmei todo o WCT e o free-surf. Mas, acabou ocorrendo um grande imprevisto.

 

O que aconteceu?

 

Quando tentei pegar o avião de volta para a Austrália, fui proibido de embarcar quando fazia conexão na Nova Zelândia, porque meu visto de estudante havia sido cancelado sem comunicação prévia. Minha escola na Austrália comunicou a imigração que minha freqüência escolar era baixa. Aí, a imigração cancelou meu visto na hora. Todas minhas coisas estavam na Austrália, minha casa, que era o carro, todas minhas roupas, computador e uma série de objetos pessoais. Estava na Nova Zelândia com apenas US$ 10 no bolso, praticamente sem roupas de inverno e sem conhecer ninguém. A história é comprida, a roubada foi enorme… Depois de muito choro no telefone, consegui fazer uma vaquinha com várias pessoas da família, além de minha namorada que estava na Austrália. Então, consegui comprar uma passagem de volta ao mundo. Da Nova Zelândia passava por Hong Kong, Bali, África do Sul, Europa e finalmente Brasil. Detalhe é que comecei a fazer toda essa viagem com apenas US$ 100, grana que sobrou da vaquinha para pagar a passagem. Depois da tragédia na Nova Zelândia, fiquei 10 meses viajando pelo mundo.

 

Por que você decidiu fazer esta viagem de volta ao mundo em vez de voltar ao Brasil?

 

Fiquei em Auckland pesquisando preços de passagem em todas as agências de turismo. A passagem para o Brasil custava US$ 1,5 mil e a de volta ao mundo US$ 2 mil. Fiquei desesperado, pois se voltasse para o Brasil não conseguiria terminar meu filme porque não teria imagens suficientes. Quando falei para meus parentes, ninguém acreditou que eu queria embarcar nesta viagem. Paguei a passagem e sobrou US$ 100 para começar a trip.

 

Até resolver tudo, quanto tempo ficou na Nova Zelândia? Como você se arranjou por lá?

 

Imagens de Teahupoo são um dos pontos fortes do filme Canal Surf. Foto: Arquivo pessoal.
Tinha apenas uma semana para comprar as passagens, porque depois do dia 30 de maio começava a alta temporada na Europa e em Bali. Então, as passagens sofreriam um reajuste enorme e eu não conseguiria mais comprá-las. Tive uma semana para resolver minha vida, fazer o roteiro pelo mundo batendo com as datas dos campeonatos, convencer meus amigos, família e namorada a descolar o dinheiro, ver vistos caso precisasse, reservas das passagens e por último receber toda a grana pelo banco, porque transações bancárias internacionais levam de três a cinco dias para serem realizadas. Foi uma loucura. Expliquei minha situação para o motorista de um ônibus, que me levou de graça até uma pousada no centro de Auckland. Depois, convenci o dono da pousada que pagaria minha estada na saída, quando fosse embora. Ele me emprestou algumas roupas de inverno, porque fazia um frio polar na Nova Zelândia. Desse jeito comecei a me arranjar, depois consegui um trampo na pousada de arrumador de camas e não precisei mais pagar a pousada. No total, foram exatamente sete dias na Nova Zelândia.

 

E como você conseguiu dinheiro enquanto viajava?

 

Ganhei grana em Bali vendendo fotos digitais e vídeos, filmei o WCT na África pela Tracks e trabalhei como garçom em Londres. Foi aí que reencontrei minha namorada. Lembro que emprestaram dinheiro até para eu comprar o uniforme de garçom, senão não teria como trabalhar. Na segunda semana, consegui emprego num restaurante francês muito chique, bem no centro de Londres. Com a grana que ganhei em Londres, comprei um notbook MAC, onde edito os vídeos. Foi uma aventura e tanto, que daria para escrever um livro. Conheci muitas pessoas nessa viagem, que me ajudaram muito. Sem elas não sei como teria conseguido. Estava numa situação totalmente adversa, e consegui viajar o mundo, comprar um notebook e ainda voltar com uma boa grana para o Brasil. Fiquei três anos e quatro meses fora do Brasil.

 

O que tirou de melhor de toda esta aventura?

 

Tirei centenas de coisas boas, poderia citar mil ensinamentos dessa viagem. Ressaltando apenas um, posso dizer que não existe limites ou barreiras impossíveis de serem ultrapassadas. Topo qualquer desafio, seja no pessoal ou no profissional. Realizar esse filme, sem verba nenhuma, foi uma prova que não existe limites para conquistar seus objetivos.

 

Templo em Bali. Foto: Arquivo pessoal.
Por quais lugares você passou e quais foram os que mais te impressionaram, seja pela qualidade das ondas ou pela diversidade da cultura local?

 

Conheci praticamente toda a Austrália, Fiji, Tahiti, Hong Kong, Indonésia, Nova Zelândia, África do Sul e Europa. Todos os lugares me impressionaram muito, cada um de uma forma diferente. Estar em Tavarua foi incrível. Estive numa ilha totalmente longe da civilização, cheia de descendentes de canibais. Todos os lugares foram impressionantes.

 

E os surfistas… Quais atletas mais te impressionaram quando você cobriu o circuito mundial?

 

O ano de 2002 não foi um ano muito bom para os brasileiros. O Neco não foi para o Tahiti e nem para J-Bay. Estava na água em Teahupoo filmando a bateria do Teco, quando ele foi tirado porque não passava bem – depois comprovada a causa sendo malária. Os surfistas que mais me impressionaram foram o Mick Fanning e Joel Parkinson. Acompanhei muito e fiz várias filmagens do filme “3 Degrees”, em que eles eram os principais surfistas. Os caras mandam muito bem mesmo. Mas, dou muito valor para o surfe brasileiro também. Sei todas as dificuldades que um surfista brasileiro passa. Realmente, não é fácil. Por isso, destaco também a nova geração tupiniquim, que vai dar o que falar. 

 

Como foi sua participação no filme “3 Degrees”?

 

Fui contratado pela revista australiana Tracks Magazine para ir ao Tahiti e filmar o Mick Fanning, Joel Parkinson e Dean Morrisson para o filme, sendo que as imagens deveriam ser feitas dentro da água. A Tracks tinha o direito de usar cinco minutos de minhas imagens. Em J-Bay rolou a mesma história.

 

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O videomaker se prepara para fazer as imagens aquáticas do Nova Schin Festival. Foto: Arquivo pessoal.

Como foi acompanhar o Parkinson e o Fanning, dois ícones da nova geração?
  
Os caras impressionam dentro e fora da água, com muito profissionalismo e camaradagem. Eles estão sempre brincando e zoando entre eles. Dentro da água, ambos não impõem limites. Quanto mais difícil melhor. Ter recebido o convite para filmar no Tahiti e ainda mais para o filme da Tracks com esses caras foi um sonho, nunca imaginei. Dois dias antes da viagem, não dormi. Era muita adrenalina por conhecer Teahupoo também.

 

Você ganhou uma grana legal com esse trabalho para a Tracks?

 

A grana que ganhei pagou minhas despesas no Tahiti e na África do Sul. Não ganhei mais grana deles porque não fui exclusivo. Pude aproveitar todas as imagens para o meu filme e essa foi a melhor sacada.

 

Como você descolou esse trabalho?

 

Morava na mesma praia que o Matt Gye, que faz os filmes da Tracks. Ele precisava de alguém para filmar dentro da água em Teahupoo, estabelecemos um contato e ele me ofereceu o trabalho. Ele foi a peça chave para que eu conseguisse seguir com a idéia do filme adiante, pois quando fiquei na roubada na Nova Zelândia, liguei e ele me contratou para fazer as filmagens com o Mick Fanning e o Parkinson em Teahupoo e J-Bay.

 

Você cobriu o tour no ano passado? O que você destaca neste tempo que acompanhou o circuito mundial?

 

Cobri o tour em 2002. Ano passado cobri apenas a etapa de Floripa, contratado pela Tropical Brasil para fazer as filmagens aquáticas. O ano de 2002 foi marcado pelo retorno do Kelly e foi também foi o ano em que o Andy Irons ganhou pela primeira vez o título mundial. Ano passado, foi muito legal ter acompanhado as baterias filmando dentro da água em Floripa. O público estava realmente alucinado e trouxe uma atmosfera muito especial para quem estava competindo.

 

Rafael registra os melhores momentos da etapa brasileira do WCT. Foto: Arquivo pessoal.
Como começou a filmar dentro d’água? Como se prepara para isso?
   
Sempre fui um apaixonado por imagens aquáticas. Endividei-me todo para comprar uma caixa estanque. Me preparo pedalando cerca de 10 quilômetros por dia.

 

Quais os maiores perrengues que passou dentro do mar?  

 

Já passei por vários perrengues. Em Teahupoo foi assustador, teve séries que me fizeram ver a morte de perto. Bati em vários barcos que ficam no canal. Mas, o maior perrengue foi em J-Bay. Entrei no lado errado e fui jogado para dentro do mar. O mar estava muito grande, era final de tarde e comecei a pensar nos tubarões. Estava muito longe da galera e a corrente cada vez me jogava mais para dentro do mar. Tive a impressão de que estava rodeado de tubarões. Fiquei realmente muito assustado, para não dizer em pânico. Depois de muito tempo batendo os pés e nadando como nunca, consegui dar a volta pela praia e sair do mar.

 

O que é o site Canal Surf e quando ele foi lançado?

 

O site tem pouco mais de um mês de existência e surgiu de uma parceria com meu amigo Rodrigo Muniz, que idealizou e tornou viável o projeto. Ele toca toda a parte de web e faz o site andar. Também faz parte da equipe o jornalista e fotógrafo José Roberto, que cuida das reportagens. No site podem ser encontrados vídeos dos principais eventos realizados no Brasil, entrevistas, além de clipes de algumas etapas do circuito mundial 2002. Canal Surf também é o nome da produtora de vídeos que abri no Brasil em parceria com o Muniz e da marca que quero propagar.

 

O site também conta com várias sessions de atletas brasileiros, como a do Fernando Moura na Guarda do Embaú.
   
Procuro sempre filmar altas ondas e surfistas bons. O litoral catarinense é propício e possui boas ondas e sempre tem bons surfistas por aqui, por isso optei por morar em Floripa. Dou muito valor à filmagem aquática e procuro me aprimorar cada vez mais. Em todos os meus vídeos há imagens de dentro da água.

O videomaker também filmou a etapa do WCT realizada em Jeffreys Bay em 2002. Foto: Arquivo pessoal.

 

Nos clips do site nota-se a alta qualidade das imagens… Como é feita a produção desses vídeos?

 

Minha filmadora é uma filmadora Sony 3CCD, tenho um computador MAC que uso para fazer todas as edições. Uso o programa Final Cut,  altamente complexo para edições de vídeos. Sou câmera, editor, diretor, produtor e assistente de câmera.

 

Como e onde você começou a pegar onda? Antes de tudo acontecer, você já pensava em ser vídeomaker e trabalhar com surf?

 

Comecei a pegar onda com meus amigos, era surfista de feriadão. Depois comecei a surfar nos finais de semana. Até quando fui para Austrália, surfava todos os dias. Nunca imaginei trabalhar com o surf ou ser videomaker. Sou especializado em automação industrial, trabalhava com robótica e eletrônica. Tinha um emprego muito legal.

 

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