Outubro Rosa

‘Wahines’ fazem bonito no Aloha Spirit ‘Elas’

Aloha Spirit “Elas”, Praia da Aparecida, Santos (SP).

Neste sábado (21) as “Wahines” (guerreiras em polinésio) fizeram bonito. As disputas foram acirradas, mas o que valeu mesmo foi a emoção. Com uma grande festa nas águas de Santos, muita comemoração após cada prova, o Aloha Spirit “Elas” foi um sucesso, comemorando o Outubro Rosa com o esporte no mar. Afinal, o evento é classificado como o maior Festival de esportes aquáticos da América Latina. A edição especial foi exclusiva para mulheres e teve muitas atletas iniciantes e conquistas “caseiras”.

 

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Mais do que as disputas acirradas, valeu a integração entre as participantes de natação, canoas havaianas e stand up paddle (sup). Muitas delas sobreviventes do câncer, que usam o esporte como terapia de recuperação. Esportistas de vários lugares, diferentes condições físicas e níveis técnicos, de iniciantes e experientes.

 

No mar, a grande atração foi a prova de canoa havaiana, com 10 km de percurso, e primeiro lugar da equipe santista Kimi Master. Outro grande destaque no evento foi a atleta de São Vicente, Naomi Costa, com vitórias na travessia de natação de 1,5 km e depois na prova de canoa havaiana individual.

 

Também venceram Ana Paula Veneziani e Claudia Del Corto, de São José dos Campos, na OC2; Catarina Ganzeli, campineira que atualmente está em Santos, na Unisanta, na natação 3 km; Adriana Pereira Dias, de São Paulo, no sup 3 km; Talita Silva, de Santo André, no SUP 6 km.

 

Criador do Aloha Spirit há nove anos, João Castro comemorou o novo sucesso do evento. “A gente já tinha feito uma edição segmentada só para mulheres. Voltamos com tudo com o Aloha Spirit Elas, justamente porque fizemos uma pesquisa e constatamos que, nesse Festival, temos uma participação de 40 a 42% só de público feminino. Pegamos uma data forte, de conscientização ao Câncer de Mama, no Outubro Rosa, para celebrar a feminilidade e a força das competidoras”, destacou.

 

Para ele, o mais importante é ter conseguido atingir o objetivo principal: levar diversão e companheirismo entre elas. “Esse era o mais importante para a gente. Outro aspecto que fortaleceu muito as competições é que tivemos equipes muito fortes, atletas da casa muito talentosas e outras que vieram de outros estados para competir de igual para igual. Veio gente do Rio, do Paraná… Mesmo com a crise que o país vive, elas estão vindo, dispostas, a viajar até aqui em São Paulo, descer pra Santos… é fantástico!”, festejou.

 

Entre os exemplos de comemoração, estava a paranaense Debora Vons, da equipe Passaúna Paddle Club, de Curitiba. A colocação foi o que menos importou. A festa foi por completar. A maioria do time, inclusive, remou pela primeira vez no mar. A atleta de 49 anos teve duas vezes câncer de mama e uma de Tireoide e começou a remar esse ano para ajudar no tratamento. “Queria falar para todas as mulheres que estão fazendo tratamento, o remo é muito muito bom, porque ajuda a abrir o peito, coloca a coluna no lugar e deixa a gente super poderosa. Eu recomendo”, vibrou.

 

Na principal e mais disputada prova do dia, a canoa havaiana OC6, uma equipe master foi a mais rápida no percurso, que ia da Praia da Aparecida, em frente ao Colégio Escolástica Rosa até a Ilha Porchat, e voltava. As vencedoras chegaram ainda pegando uma onda, em grande estilo, para fechar o percurso em 55min52s. “Foi uma prova muito boa. Fluiu. A equipe entrou em sintonia legal desde a largada”, comemorou Katherine Ileck, banco 1 da equipe, a responsável pelo ritmo.

 

Também competiram Luciana Furlan, Luciana Uechi, Valéria Affonso, Lorena Kruger e Sara dos Santos, como leme. Assim como a maioria das participantes, Katherine vê no esporte uma grande terapia. Médica de UTI Neonatal, ela vive intensamente as atividades esportivas, como surf, triatlhon e ultramaratona. “O esporte em geral é um tesão. Seja o que for. A canoa é legal por ser um trabalho em equipe, você tem de compartilhar”, comentou.

 

Individualmente, Naomi Costa fez bonito. Praticante de todos os esportes aquáticos, ela optou pela natação e OC1 desta vez. Primeiro venceu a prova curta e depois, já descansada, voltou ao mar para ser a primeira na canoagem. “Comecei desde muito nova no esporte. Tive muita influência dos meus pais (Maria de Fátima e Wandyk Ribeiro), que foram triatletas. Minha mãe me deu muita liberdade de praticar quantos esportes eu quisesse, até chegar numa modalidade que eu me identificasse mais. Aconteceu essa paixão com a natação. E competi desde nova em piscina e mar aberto. Essa edição do Aloha, para mim, foi muito especial, porque não vinha competindo desde o começo do ano e essa vitória significa muito para mim”, disse a atleta de 23 anos, que também pratica o sup.

 

Outra grande atração do dia foi a palestra com o canoísta paralímpico, Fernando Fernandes. Enquanto as disputas aconteciam no mar, ele falava com o público, contando a sua história de superação, a relação da motivação e foco e a conquista de espaço na sociedade. Ele ficou feliz com o sucesso do evento. “Foi fantástico. Importantíssimo usar o esporte para quebrar essas barreiras e mostrar que o sexo frágil não existe”, falou. “O que existe é calo na mão e pá na água (risos)”, brincou Fernando, numa analogia às remadas das atletas.

 

Neste domingo, será a vez do Festival Kaora, com as atletas competindo em catamarãs de canoas havaianas. Serão 99 mulheres nas disputas, entre sobreviventes do câncer e atletas. Cada canoa com 12 participantes. As equipes serão montadas antes das provas, em sorteio. As baterias terão início às 8 horas. Ainda no Aloha Spirit Elas, as atletas tiveram espaço de beleza Onodera e também yoga, com Deni Filetti, numa grande celebração pelo esporte.

 

O Aloha Spirit Festival “Elas” tem os patrocínios de Riachuelo e Cacau Show, com apoios de Booking.com e Onodera. Colaboração: Prefeitura Municipal de Santos. Realização: Associação Magna de Desportes e Lei Paulista de Incentivo ao Esporte.

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