Water world

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Sylvio Mancusi desce mais uma bomba em Jaws, Maui. Foto: Silvia Winik.

O cenário do filme hollywoodiano Water World é a melhor definição para o que ocorreu em Jaws na última segunda e terça-feira, primeira vez que a temida e cobiçada bancada quebrou por dois dias seguidos na temporada.

 

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A ondulação em ambos os dias variaram entre 6 e 7 metros e na segunda-feira a dificuldade foi o vento, que chegou a 45 nós na rajada. Na terça o problema foi o crowd.

 

Para dar uma idéia da força do vento, Maui é o paraíso dos esportes à vela e nesse dia não

Jorge Pacelli também representou o Brasil no swell em Jaws. Foto: Silvia Winik.

foi visto nenhum atleta dessas modalidades na água.

 

Áreas secas sofreram queimadas, muitos postes de luz no chão e árvores derrubadas entraram na estatística da semana.

 

A previsão mostrava um swell maior na terça-feira, com isso, na segunda poucas duplas desafiaram o vento e entraram na água para provar um gostinho a mais de adrenalina.

 

Na noite de segunda para terça a bóia que mede as ondas chegou a bater 23 pés com 17 segundos de intervalo, o que significaria o maior swell dos últimos anos.

 

A última vez que números assim foram vistos foi em 2004, quando as séries chegaram aos 21 metros de face e Pete Cabrinha surfou a maior onda até hoje em Jaws.

 

Infelizmente a ondulação veio com muita influência de Oeste e a ilha de Molokai tampa esse tipo de ondulação. Mas, mesmo com o grande crowd todos conseguiram pegar boas ondas e sentir o gostinho da fruta.

 

Pelo menos metade do crowd era de brasileiros, impressionante a quantidade. Fica impossível até citar todos os nomes. Agora a novidade é a dupla Andréa e Maria. A mulherada ataca as ondas, mandam muito bem e serão atração na Europa com um documentário de 30 minutos produzido pelo big rider Robbie Siegger.

 

As imagens serão veiculadas nas principais emissoras européias. Elas surfam de stand-up, na remada e fazem tow-in. Verdadeiras water women. A californiana Jamilah Star também pegou algumas ondas de responsa na sessão.

 

Voltando ao crowd, cerca de 25 jet-skis foram contados no line-up na terça e a disputa pelas séries era caótica. Jaws é o pior caldo do mundo, isso eu não tenho dúvida. Com a facilidade da entrada rebocados pelos jet-ski, muitos surfistas que não tem tarimba para surfar uma onda desse nível acabam tentando se sobressair.

 

O problema vai se agravar quando rolar um dia realmente gigante e essas pessoas tentarem a sorte, afinal até para surfistas tarimbados e experientes, as mandíbulas não tem piedade. Imagine para quem não tem tato com a situação…

 

Segundo Eraldo Gueiros, ?muitas duplas aprendiam a fazer tow-in em Jaws. Meu conselho para essas pessoas é que não tentem pular degraus e treinem em seus lugares de origem. Esse swell não foi dos maiores. Infelizmente eu sei que teremos problemas com essas pessoas quando as ondas realmente ficarem gigantes?.

 

No geral os surfistas profissionais tiveram a oportunidade de se divertir e conseqüentemente treinar bastante para os eventos da modalidade. Infelizmente essa temporada não está tendo uma boa freqüência de ondas gigantes.

 

Mas, do outro lado da moeda, muitas ondulações de tamanho médio têm bombado nas bancadas das ilhas havaianas.

 

Aloha