Quiksilver Pro Gold Coast

Wilko é campeão

Matt Wilkinson, Quiksilver Pro Gold Coast 2016, Snapper Rocks, Austrália.

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Australiano Matt Wilkinson vence o Quiksilver Pro Gold Coast e conquista sua primeira vitória na elite mundial. Foto: © WSL / Kirstin.

 

O australiano Matt Wilkinson conquistou a sua primeira vitória na elite mundial depois de superar o californiano Kolohe Andino na grande decisão do Quiksilver Pro Gold Coast 2016.

Incentivado pelo público, Wilko atacou muito bem as direitas de Snapper Rocks com seu backside afiado, somando 8.60 na primeira onda e estragando a festa de Kolohe ao somar 5.60 na onda que lhe deu a vitória.

Até então, o californiano liderava com 6.83 e 5.83. Kolohe teve uma nova chance de virar na última onda e até atacou bem uma boa direita, mas precisava de 7.38 e conseguiu 6.83.

Foi a segunda vez que Wilko chegou à final de uma etapa do Championship Tour. Na primeira delas, em 2012, o australiano perdeu para o compatriota Taj Burrow na final da etapa em Santa Cruz, Califórnia.

No fim de fevereiro, Matt Wilkinson venceu o QS6.000 em Newcastle, também com excelentes performances de backside, e revelou que a etapa foi um ótimo treino para Snapper.

“Eu comecei o ano com uma vitória no Qualifying Series (QS 6000 de Newcastle) e agora ganhar este evento é uma sensação incrível. Eu não esperava isso, mas eu estava esperando por isso”, disse Matt Wilkinson. “A minha bateria com o Adriano (de Souza) foi o tipo de bateria que eu costumo perder. Eu só consegui vencer no final e aquilo me deu uma energia, pois senti que o oceano estava a meu favor. Eu surfei bem o evento todo, com pressão, mas ainda não tinha conseguido uma grande onda em Snapper, como aquela primeira da final que teve duas seções muito boas no início para fazer grandes manobras. Estou muito feliz pela vitória”.

“Eu sinto que o meu surfe amadureceu muito e espero que possa fazer um monte de baterias boas esse ano e até ganhar o título mundial depois dessa vitória aqui”, disse Matt Wilkinson, o novo número 1 do ranking da World Surf League, que impediu o Brasil de tentar um inédito tricampeonato na Gold Coast.

Kolohe também disputou sua segunda decisão no Tour e novamente ficou com o vice. A outra derrota foi para o taitiano Michel Bourez, no Rio de Janeiro, em 2014.

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Kolohe Andino chega perto da virada na última onda, mas termina em segundo. Foto: © WSL / Kirstin.

 
Durante todo o Quiksilver Pro Gold Coast, Matt Wilkinson mostrou um backside pra lá de afiado e esbanjou confiança nas baterias, além de muita concentração. O australiano estava acompanhado de perto pelo ex-top da elite mundial Glenn Hall, que agora atua como treinador e também celebrou a vitória de Tyler Wright no Roxy Pro.

Antes de chegar à decisão em Snapper, Wilko eliminou os brasileiros Adriano de Souza e Filipe Toledo nos instantes finais.

O campeão mundial foi a primeira vítima do australiano, nas quartas-de-final. Wilko começou melhor com 4.50 e 6.83, mas Adriano buscou a virada com 5.83 e 6.90, deixando o australiano atrás no placar.

O tempo foi passando e o clima ficou tenso no outside. No último minuto, Wilko foi para o tudo ou nada e agrediu muito bem uma direita com suas patadas de backside, fazendo a festa dos australianos. Os juízes não hesitaram e deram a virada ao atleta, que recebeu 6.33 pela performance.

“Ele (Matt Wilkinson) surfou bem, com um ritmo forte, achou a onda da virada ali no final, enfim, foi uma bateria difícil”, disse Adriano de Souza. “Ele obteve a pontuação que precisava naquela direita, mas eu vou continuar lutando, como sempre. É mais um resultado que eu vou embora pensando que poderia ter sido melhor, mas sigo confiante e vou definitivamente em busca de outro bom resultado lá em Bells (onde foi vice-campeão na final com Mick Fanning que terminou empatada no ano passado)”.

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Adriano de Souza leva virada na última onda e cai nas quartas. Foto: © WSL / Kirstin.

Na semifinal, o australiano não se intimidou diante de Filipe Toledo, que lutava pelo bicampeonato em Snapper Rocks.

Sob chuva, Filipe sentiu muitas dores depois de cair na finalização de um aéreo em sua segunda onda.

Com muita raça, o brasileiro chegou a ficar na frente no placar com notas 6.17 e 7.10, mas viu o australiano Matt Wilkinson virar nos minutos finais, assim como fez com o campeão mundial Adriano de Souza nas quartas.

Wilko tinha 7.83 na melhor onda e conseguiu 6.60 na última onda, levando o público australiano ao delírio.

Ao sair da água, Filipe – que levou a mão à perna em diversos momentos na bateria – teve de ser auxiliado pelo pai e por um segurança no caminho ao pódio.

“Foi uma boa bateria, mas infelizmente me machuquei. Quando fui aterrissar no aéreo, a onda veio ao contrário e estourou no fundo da minha prancha, forçando muito a minha virilha. Continuei surfando, mesmo com muitas dores. Mas estou bem, não estou morrendo, estou tranquilo, só sentindo muita dor. Agora é ir ao médico, fazer exame de ressonância e raio-x. Espero que não seja nada grave para poder ir a Bells e representar lá também”, diz o brasileiro.

Na outra semi, Kolohe Andino venceu o australiano Stuart Kennedy por uma diferença de apenas 0.03.

Contando com o apoio da torcida, Stuart chegou a arrancar a maior nota do duelo (8.70), mas levou a virada de Kolohe nos minutos finais, quando o californiano arrancou notas 6.23 e 8.00, totalizando 14.23 pontos, contra 14.20 do aussie.

Agora, os tops da elite mundial aguardam a chegada do Rip Curl Pro Bells Beach, segunda etapa do Tour. A janela de espera será aberta no dia 24 de março e o prazo para finalizar as disputas vai até 5 de abril.

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Filipe Toledo sai da água sentindo fortes dores. Foto: © WSL / Kirstin.

 
Resultado do Quiksilver Pro Gold Coast 2016

1 Matt Wilkinson (AUS)
2 Kolohe Andino (EUA)
3 Filipe Toledo (BRA)
3 Stuart Kennedy (AUS)
5 Adriano de Souza (BRA)
5 Joel Parkinson (AUS)
5 Adrian Buchan (AUS)
5 John John Florence (HAW)

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