Xanadu desembarca no Brasil

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Xanadu e um exemplar da Pig 2. Foto: Ricardo Macario.
O shaper brasileiro Paulo Xanadu, residente na Califórnia (EUA) há cerca de 15 anos e há 21 fora do Brasil, está de passagem para produzir uma série de pranchas na fábrica da Surface, do shaper Luciano Leão, em Camburi, litoral norte de São Sebastião.

 

Na última terça-feira, Xanadu esteve na loja GZero, em São Paulo, para um coquetel de recepção, com presença de grandes nomes do mercado. O shaper deve ficar no Brasil por um período de cerca de 12 dias, quando pretende produzir 50 pranchas.

 

A grande sensação deve ser o modelo “Pig 2”, prancha desenvolvida com uma ‘fórmula secreta’, especial para ondas pequenas e cheias. Por ser pequena, gordinha e grossa, parecida com um porquinho, a prancha recebeu esse nome.

 

As pranchas prometem arrebentar nas ondas pequenas do verão brasileiro. Foto: Ricardo Macario.
É a primeira vez que Xanadu traz esse modelo ao Brasil, mas já trabalha com ele na América há cerca de três anos, e garante que não só é um sucesso como vicia. Isso mesmo. Segundo ele, muitos amigos e clientes que experimentam a “Pig 2” não conseguem largá-la, mesmo se as condições do mar exigem outro tipo de prancha.

 

Neco Padaratz é um dos que vem experimentando o novo modelo e já se deu bem com ela em alguns eventos. Aerialistas californianos também aprovaram o design em eventos airshows nos EUA, e Xanandu acredita que a moda vem pra ficar.

 

No Brasil, a equipe Xanadu é composta pelos surfistas Danilo Grillo e Rodrigo Dornelles, e eventualmente alguns atletas do WCT como Neco Padaratz, Guilherme Herdy, Paulo Moura, entre outros.

 

Pig 2. Foto: Ricardo Macario.
Saiba um pouco mais sobre o trabalho deste conceituado shaper na entrevista concedida na GZero.

 

Fale um pouco sobre este novo modelo chamado “Pig 2”.

 

É um modelo que trago pela primeira vez ao Brasil, mas já trabalho com ele há três anos na Califórnia. A prancha mestre está lá, então era mais fácil lançar a prancha no mercado americano. Também fiz algumas no último verão europeu e foram muito bem aceitas. A Pig 2 é uma evolução da Pig 1, por ser mais larga e gordinha, igual a um porquinho. É um modelo que já conquistou dois títulos no circuito de aéreos californiano, em 2001 e 2002. Foi muito bem aceita lá, é a prancha ideal para dias pequenos, com ondas de menos de meio metro.

 

Neco Padaratz já conseguiu bons resultados com o modelo inovador. Foto: Ricardo Macario.
Como surgiu a oportunidade de Neco Padaratz começar a usar este modelo?

 

Bem, no circuito mundial todo mundo me pede prancha, mas é difícil atender a todos, então acabo não dando conta. O único surfista de WCT ou WQS que eu achava que usaria essa prancha é o Neco, porque eu vinha acompanhando o tipo de prancha dele, mais larga e mais grossa. Mesmo um cara como o Renan Rocha, maior e mais pesado, acho que não iria arriscar usar essa prancha num evento. Mas este ano o Neco veio e encomendou três pranchas comigo, então pensei: ‘esse é o cara certo para lançar a prancha’. Aí, fiz uma 5’10” e quando dei na mão dele, disse que sabia que ele se daria bem. Sou bastante confiante nesse modelo, é muito avançado.

 

Luis Felipe Pipo Gontier, da GZero, e Diniz Iozzi Pardhal, representante de Xanadu no Brasil. Foto: Ricardo Macario.
Quais surfistas usam essa prancha na Califórnia?

 

O pessoal que disputa o circuito de aéreos, como Matt Rockhold, capa da última edição da Surfer, Eric Mchenry, entre outros.

 

Como desenvolveu esse modelo?

 

É uma prancha basicamente desenvolvida para ondas pequenas, mas desde o início sabia que também seria muito boa para aéreos, pois consegue adquirir velocidade muito rápido num espaço curto de onda. Mas tem um detalhe muito sério. É uma prancha que vicia (rs). Não é brincadeira, para todos que eu entrego eu digo: cuidado pra não viciar, porque depois fica difícil acertar o pé na prancha convencional.

 

Ricardo Piazza, da Billabong, e Álfio Lagnado, da Hang Loose, marcam presença na GZero. Foto: Ricardo Macario.
Mas é possível encarar ondas maiores com ela? Qual é o limite?

 

É possível sim. Olha, já vi filmagens dela em ondas de até 1,5 metros bem servidos. Tenho alguns amigos que colocam quilhas maiores e funciona. Outro garoto que eu patrocinei já usou uma no Taiti, então não sei dizer qual é o limite. Eu não me deixo viciar por ela, então não a uso em ondas acima de meio metro. Ela desenvolve uma velocidade inacreditável.

 

Você pensa em um dia voltar para o Brasil? Como é sua situação lá fora?

 

Minha situação é cômoda, eu poderia aumentar minha produção se quisesse. Mas não quero mais me estressar como já aconteceu no passado. Penso em voltar para o Brasil mais pela minha família, mas é algo muito incerto ainda. Seria muito difícil me adaptar ao sistema brasileiro, à burocracia, pois já estou fora há 21 anos. 

 

O shaper brasileiro é um dos mais destacados nos EUA. Foto: Ricardo Macario.
E quais são os novos projetos?

 

Bem, estou trabalhando num projeto de uma semi-gun, mas ainda não dá pra adiantar muita coisa. Nas fish-tails não devo me preocupar tão cedo, pois sei que esse modelo veio pra ficar, e vai demorar pra alguém chegar nesse patamar. Os shapers terão problemas para copiar, pois não sabem o que eu fiz pra buscar tanta velocidade. Mais cedo ou mais tarde vão descobrir, claro, mas por enquanto posso sentar e relaxar. Também estou estreitando um pouco esse modelo para aturar ondas um pouco maiores, diminuindo-o de 20 polegadas para 19 de meio.

 

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As pranchas também estarão à venda na loja Gzero, com valor em torno de R$ 1.350.


Interessados em encomendar uma Xanadu devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] , ou entrar em contato com Diniz Iozzi, o “Pardhal”, pelo tel. (0xx13) 9711-1278 ou pelo e-mail [email protected] .