Yokohama rolou com potência total na última segunda-feira (28/7). No domingo, meu amigo Soneca me alertou de que um swell de sul marchava rumo ao north shore de Oahu, Hawaii.
Na segunda-feira não pensamos duas vezes. O pico do swell apontava que o final de tarde estaria bombando!
Yokohama é um pico extremamente perigoso. As direitas são muito pouco surfadas porque quebram com um palmo de água, literalmente.
No ano passado, o legend Guilherme Tâmega levou mais de 10 pontos surfando ali. Mais uma vez surfando como seu normal, de forma suicida!
Mas ontem foi outro dia e para mim foi atípico. Pois havia muita gente surfando as direitas.
Geralmente sobram as direitas. Mas nesse dia não rolavam esquerdas, que são ondas muito mais fáceis e terminam sobre um fundo de areia. Já a direita, cada vez fica mais rasa e na maré vazia, arrisco dizer que não dá para surfar uma onda mais rasa do que ela.
Na primeira onda soneca já pegou um tubão! Fiquei imaginando que seria mais um dia clássico!
Mas a realidade foi outra. O crowd de locais deixava a escolha complicada. Todas as ondas quebravam no mesmo lugar e o mar não parava de subir.
Algumas boas ondas, outras muito perigosas com um backwash muito traiçoeiro. Tinha que saber escolher, entubar e sair na hora certa. Um erro era cruel.
Foi nessa que me dei mal. Dropei uma boa direita, ela ficou rápida demais na bancada e dei mole. Ao invés de mergulhar, deixei a onda me pegar e me triturar no coral.
Costas cortadas e uma pancada muito forte na coxa me fizeram ir para a areia. Mas como sabia que teria mais uma hora de surf decidi aproveitar que o sangue estava quente e voltei para a água.
Hoje não consigo dobrar a perna, nem andar direito. Corte nas costas. Mas fazer o que? Surfar é assim mesmo. Estou amarradão e esperando outro e que venha maior.