Zebra sul-africana passeia na Joaquina

O sul-africano Travis Logies surpreendeu e beliscou o título na Joaquina

O sul-africano Travis Logie surpreendeu e beliscou o título na Joaquina. Foto: Nilton Santos / Divulgação Petrobras.
Apesar do favoritismo dos brasileiros Guilherme Herdy (RJ) e Renan Rocha (SP) na final, o título do Petrobras Open Surf foi conquistado pelo jovem sul-africano Travis Logie, 23.

 

Herdy tirou a maior nota da decisão – 7,83 – mas na soma das três melhores ondas Logie atingiu a maior pontuação na praia da Joaquina, em Florianópolis (SC).

 

No final da bateria, o australiano Steve Clements ainda roubou a segunda posição no pódio do Brasil, com Guilherme Herdy terminando em terceiro lugar e Renan Rocha ficando com a quarta posição entre os 128 surfistas de nove países que participaram da prova que inaugurou a “perna brasileira” de fim-de-ano do Circuito Mundial.

 

Nesta semana acontece a etapa brasileira do ASP World Championship Tour (WCT) em Saquarema (RJ), e de 29 de outubro a 03 de novembro a cidade de Florianópolis (SC) sedia o WQS de nível 6 estrelas Onbongo Pro Surfing na Praia Mole.

 

O último dia do Petrobras Open Surf contou com boas ondas de 1,5 metros e excelente público acompanhou as baterias decisivas, incluindo o tenista Guga Kuerten.

 

Guilherme Herdy ficou com o terceiro lugar no Petrobras WQS. Foto: Nilton Santos / Divulgação Petrobras.
Travis Logie frustrou a torcida catarinense desde a sua primeira apresentação no domingo, quando junto com o australiano Troy Brooks eliminou o ídolo local e favorito Neco Padaratz nas quartas-de-final.

 

Dos dez brasileiros que disputaram vagas para as semi-finais do Petrobras Open Surf, apenas três conseguiram classificação. Renan Rocha enfrentou três estrangeiros na primeira semi e despachou os australianos Tom Whitaker e Troy Brooks, passando atrás de Travis Logie.

 

Na outra, Guilherme Herdy manteve a invencibilidade até ali e o australiano Steve Clements conquistou a última vaga para a final, derrotando o surfista nota 10 Greg Emslie (AFR) e Marcelo Trekinho (RJ).

 

PRIMEIRA VITÓRIA – Na decisão, as séries estavam demorando um pouco para entrar e, para complicar, passaram a ser somadas as três melhores ondas de cada atleta nos 30 minutos da bateria.

 

Renan Rocha, terceiro colocado, exibe seu classic surf. Foto: Nilton Santos / Divulgação Petrobras.
O niteroiense Guilherme Herdy iniciou bem, tirando notas 5,5 e 7,83, a maior da final, em suas primeiras ondas. Mas, o sul-africano foi se recuperando e assumiu a ponta com notas 6,67 e 6,27.

 

Já a primeira vitória no Circuito Mundial de Surfe Profissional só foi sacramentada nos últimos minutos, quando ele arrancou uma nota 5,90 dos juízes para finalizar o placar com 18,84 pontos.

 

O vice-campeão Steve Clements totalizou 17,83 pontos, contra 15,23 pontos de Guilherme Herdy e 14,61 pontos de Renan Rocha.

 

“Não estou nem acreditando. Quando saí da água não sabia que tinha vencido, mas estou amarradão. Gosto muito do Brasil e as ondas aqui da Joaquina são bem parecidas com as de onde eu moro (Durban, África do Sul). Acho que isso me facilitou um pouco, porque a prancha estava andando bem nestas ondas”, disse Travis Logie, que neste ano conquistou o título mundial do ISA Surfing Games (Mundial por equipes) e agora subiu da sexagésima para a 45a. colocação no ranking do WQS, ainda bem distante dos 15 que são classificados para a elite mundial do WCT.

 

No Petrobras Open Surf, apenas o niteroiense Guilherme Herdy e o paraibano Fábio Gouveia ingressaram nesta lista, ocupando os lugares antes ocupados pelo português Tiago Pires e pelo espanhol Eneko Acero.

 

“Eu estou contente com o terceiro lugar, mas eu queria mesmo vencer”, disse Guilherme Herdy, inconformado por não ter conseguido os somente 3,62 pontos que precisava para atingir seu objetivo.

 

“Estou batendo a cabeça até agora. O campeonato foi alucinante, fiz altas baterias e inclusive na final consegui surfar duas ondas boas. Mas, acabei errando uma manobra numa onda e fiquei precisando de pouquinho no final. Tentei de tudo, mas as ondas não abriram, o tempo acabou e no mesmo tempo que estou feliz pelo terceiro lugar, estou um pouco triste comigo mesmo por não ter vencido, pois estive bem perto do título que seria muito importante para mim. Mas, agora é levantar a cabeça e continuar na batalha”, comentou Herdy, que passa a ocupar a 17a. colocação no ranking do WQS, penúltima na lista provisória dos 15 que sobem para o WCT. Já Renan Rocha pulou do 36o. para o 29o. lugar na classificação geral.

 

O Petrobras Open Surf tem nível 4 estrelas e vale 1.500 pontos no ranking, oferecendo US$ 60 mil em prêmios com o patrocínio da Petrobras e Coca-Cola, apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Fundação Municipal de Esportes e Revista Alma Surf, com divulgação da Rede Atlântida FM numa realização da ASP (Association of Surfing Professionals) e a FECASURF (Federação Catarinense de Surf).

 

Veja os resultados completos no site www.aspsouthamerica.com.br

 

Ranking WQS 2002 depois de 40 etapas

 

1 Toby Martin (Aus) 10.357 

2 Pat O’Connell (EUA) 9.840 

3 Jake Paterson (Aus) 9.836

4 Richard Lovett (Aus) 9.140 

5 Luke Stedman (Aus) 9.015 

6 Tim Curran (EUA) 8.908

7 Vitor Ribas (Bra) 8.895

8 Nathan Webster (Aus) 8.810 

9 Trent Munro (Aus) 8.544 

10 Paulo Moura (Bra) 8.543 

11 Armando Daltro (Bra) 8.405 

12 Chris Ward (EUA) 8.268 

13 Tom Whitaker (Aus) 8.131 

14 Chris Davidson (Aus) 8.111 

15 Ben Bourgeois (EUA) 8.070 

16 Fábio Gouveia (Bra) 8.015

17 Guilherme Herdy (Bra) 7.983 

18 Danilo Costa (Bra) 7.880 

19 Tiago Pires (Por) 7.753 

20 Eneko Acero (Esp) 7.752

 

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