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Zecão ensina a criançada

Projeto Onda Educacional, Escola Zecão, Itamambuca, Ubatuba (SP).

 

Projeto Onda Educacional forma atletas e cidadãos em Ubatuba (SP), um trabalho do legend Zecão. Foto: Divulgação.

Fundada pelo surfista e snowboarder profissional Zecão Rennó, a escola de surf do Zecão fica localizada na praia de Itamambuca, Ubatuba (SP).

 

A escola conta com projeto social Onda Educacional, onde participam 60 crianças carentes da região. 

 

Sob uma centenária árvore amendoeira, e em frente ao pico onde quebram as famosas direita de Itamambuca, os alunos tem aulas de surf e preservação ambiental.

 

Como surgiu a escola de surf do Zecão?

A escola nasceu por meio do projeto Onda Educacional. O projeto é uma parceria nossa com o Ministério da Educação. Os alunos vêm direto da escola para cá e passam meio período surfando aqui. As aulas acontecem duas vezes por semana, sendo um grupo pela manhã, outro à tarde. Participam do projeto alunos com boas notas e frequência na escola. É uma questão de mérito. Para surfar aqui, o aluno tem de estudar.

 

Por que este foi o lugar escolhido para instalar a escola?

A escola surgiu há 18 anos. Em 1995, demos o primeiro passo para o surgimento da escola, salvando a árvore amendoeira que está localizada aqui. Antigamente, antes de existir o condomínio Itamambuca, era aqui que os carros paravam ao vir para a praia. Com o passar do tempo, a árvore acabou sendo esquecida, mas não na minha imaginação.

 

Quando decidi por montar a escola, sabia que ela tinha de ser ali. Quando encontramos a amendoeira, ela estava morrendo, tombada para o lado e havia um buraco enorme no meio. Não havia mais perspectiva de vida para a árvore. Foi aí que consegui um projeto de recuperação junto à Secretaria do Meio Ambiente e à prefeitura. Fizemos um trabalho bem pesado para novamente dar vida à árvore e, no final, a prefeitura cedeu a área para a escola.

 

Quais outras atividades são realizadas com as crianças?

Temos várias atividades ligadas ao meio ambiente, como a manutenção da escola e reflorestamento do Jundu, vegetação típica região. Outra atividade muito interessante que temos aqui na escola é a aula de inglês. Não pensamos só no surf, pensamos muito além disso

 

Além de surfista, você tem uma carreira de sucesso no snowboard. Conte um pouco sobre sua relação com o esporte.

Eu me dediquei minha vida inteira ao surf e até hoje sou surfista profissional, mas nos últimos 15 anos da minha vida tenho me dedicado muito ao snowboard. Sou muito feliz pela oportunidade de participar deste esporte que abriu um novo horizonte na minha vida. Costumo dizer que antigamente eu visitava todas as praias do mundo e nunca via o que estava atrás de mim, eu só olhava para o mar e, de repente, virei para o outro lado e comecei a ver as montanhas. Comecei a viajar para a Europa e para os Estados Unidos, não mais para surfar, mas sim para praticar o snowboard.

 

Quais são seus principais títulos na modalidade?

Sou atual tricampeão brasileiro Master nas categorias Slalom, Slopestyle e Bordercross. Venho competindo há algum tempo e nas últimas provas que participei saí campeão. Estou embarcando em agosto para mais uma competição no Valle Nevado, Chile. É um evento organizado pela Confederação Brasileira de Esportes de Neve (CBDN). É uma entidade muito bem organizada, algo que sinto falta no surf. Vejo que, apesar de ser um esporte com poucos adeptos no país, os eventos são muito bem organizados. Acredito que isto deveria servir exemplo para outros esportes.

 

Quais os títulos mais importantes na sua carreira como surfista?

Para mim o título mais importante foi um prêmio internacional que minha escola ganhou por ser a única escola de surf do mundo que pega pesado no projeto social. Foi realizada uma pesquisa em escolas do mundo inteiro e nós ganhamos o título por causa do projeto Onda Educacional. Não focamos apenas em dar oportunidade para surgimento de novos atletas, mas damos uma oportunidade social para estas crianças.

 

Então, esse foi um título me marcou muito. Vivi muito tempo no Hawaii, onde tive boas participações. Cheguei a ficar entre os 16 primeiros do circuito havaiano e fui um dos primeiros brasileiro a correr o circuito mundial. Fui também o primeiro brasileiro a participar de uma competição no Japão, em 1985, numa época em que ninguém pensava em viajar.

 

No Brasil meu melhor resultado foi quarto no campeonato nacional aqui em Ubatuba. Estou sempre conquistando títulos municipais e estaduais. Mas meu surf ficou conhecido mesmo pelas ondas grandes e pelo freesurf, me dediquei muito a isso e foi graças ao surf que conheci muitos lugares, praias e pessoas.

 

Para obter mais informações acesse o site Escola de surf do Zecão.

 

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