Fábio Duarte, aos 38 anos, é o CEO da Powerlight, fábrica de pranchas de surfe conhecida por sua inovação e tecnologia de ponta. Com uma paixão pelo surf desde os 7 anos, ele decidiu se profissionalizar no ramo há 12 anos, inspirado pela sua experiência em multinacionais e mercados mais tradicionais e consolidados.
Nesta entrevista exclusiva concedida ao Waves, Fábio compartilha insights sobre os diferenciais das pranchas Powerlight, o processo de desenvolvimento de novos modelos, a importância da inovação e sustentabilidade, entre outros aspectos que moldam o futuro da indústria de pranchas de surfe.
Como você começou no ramo das pranchas de surfe e o que te inspirou a abrir sua própria fábrica?
Comecei há 12 anos, pensando em profissionalizar mais o ramo do esporte que mais amo desde os 7 anos de idade. Minha experiência em multinacionais e mercados super maduros que disputam clientes no limite da eficiência como o automobilismo por exemplo, me deu a ideia de implementar processos, controles e inovação na fabricação de pranchas de surf.
Quais são os principais diferenciais das pranchas Powerlight?
Pioneirismo na fabricação de pranchas de carbono há mais de 12 anos, única com construções de alta tecnologia com madeira e carbono, vários shapers que testam cada modelo na água antes de lançar. Durabilidade até 10x maior que as pranchas convencionais.
Como é o processo de desenvolvimento de novos modelos Powerlight?
Testamos várias medidas distintas, com vídeo análise no pé de vários atletas por pelo menos uma temporada de Indonésia ou Havaí para ter certeza de que cada modelo novo está aprovado para diversos biotipos e perfis de clientes. Além de atletas de ponta validando a performance até de modelos dedicados para iniciantes.
Vocês trabalham com diversos shapers, entre eles Guga Arruda, John Carper, Gregorio Motta e Fábio Gouveia. Como são escolhidos os shapers que farão parte do time Powerlight?
Buscamos a complementariedade de cada designer, cada um tem uma história, uma especialidade, um foco na carreira, por isso todos têm seu público que somados as tecnologias de laminação, atendimento personalizado de pré e pós-venda, resultam em pranchas mágicas para todos os surfistas de todos os níveis.
Qual é a sua visão sobre a importância da inovação e da tecnologia na produção de pranchas de surfe?
Total. Esse é o foco número da empresa há mais de 12 anos. Inovação não é só sobre tecnologia de fabricação, mas processos, pessoas, gestão, ferramentas, sistemas, marketing, atendimento ao cliente, em todas áreas é possível evoluir e inovar. Buscamos isso no dia a dia.
Como você enxerga a relação entre a sustentabilidade e a produção de pranchas de surfe?
Fundamental, não tem como olhar pra crescimento sem sustentabilidade. São praticamente sinônimos na nossa cultura da fábrica. Algo insustentável não prospera. Para prosperar tem que ser sustentável.
Quais são os maiores desafios enfrentados pela Powerlight no mercado atualmente?
Ser uma empresa profissional e formal é muito mais desafiante. A grande parte da concorrência consegue viver em uma informalidade que reduz custo no final das contas. A parte boa é que não dá pra crescer, a ruim é que existem centenas. A nossa ideia é justamente trazer para a nossa estrutura essas marcas que querem crescer de forma mais profissional e sair da informalidade. Estamos abertos para resolver esse problema juntos.
Como você vê o futuro da indústria de pranchas de surfe?
Como tantos outros mercados que crescem muito, o profissionalismo vai deixar de ser uma opção e passará a ser uma exigência. Isso deve afunilar o mercado para menos fábricas, porém maiores e com maior eficiência.
Quais são as tendências que você acredita que irão impactar o mercado nos próximos anos?
As piscinas de onda estão mudando completamente o esporte. Pra mim é a maior mudança que estamos sofrendo e ainda vamos sentir muito esse impacto. O surf está começando a sair da bolha.
Quais são os principais mercados para as pranchas de sua fábrica?
Brasil, EUA, Europa, Japão, Austrália e alguns países da América Latina somados.
Vocês têm planos de expansão para novos mercados?
Sim, tem muita gente que não conhece todas as pranchas do nosso portfolio. Somos os fabricantes da Medina Softboards, Powerlight, Ecoboards Filipe Toledo, Croa, Phil Rajzman, enfim, temos 9 títulos mundiais ao todo dos 10 que o Brasil tem. Tem muito mercado para esses produtos e muita gente que nem sabe.
Como a sua empresa se diferencia em termos de atendimento ao cliente e pós-venda?
Montamos uma estrutura dedicada, temos uma equipe de atendimento com mais de 10 pessoas hoje, que se dedica a atender bem, antes durante e depois da venda realizada. Nosso gol é quando o surfista está feliz surfando e não quando encomenda.
Por que você encomendaria uma prancha na Powerlight?
Porque é mágica. Mudou minha vida pra sempre e segue mudando. Quando você encontra esse caminho da ciência replicar a magia que é o surf, não tem erro. É felicidade garantida.
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