A previsão se confirmou e a Cacimba do Padre bombou altas ondas para o Elétron Energy apresenta o Hang Loose Pro Contest 2023 em Fernando de Noronha. O show nos tubos passando dos 2 metros de altura, começou logo na primeira bateria, mas o melhor do dia foi surfado pelo jovem paulista Kaue Germano, que arrancou nota 10 de três dos cinco juízes. Igor Moraes, Paulo Moura, Lucas Silveira e o argentino Leandro Usuna, também pegaram tubos incríveis que receberam notas excelentes, acima de 9,0, nas doze baterias disputadas na quarta-feira (1).
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A expectativa é de ondas grandes também para a quinta-feira na Cacimba do Padre. A primeira chamada para o 13º confronto da segunda fase foi marcada para as 9h30 no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha, 8h30 no fuso horário de Brasília. Isso porque o dia está amanhecendo com a maré muita seca. Na quarta-feira, a primeira chamada foi as 8h00, mas as baterias só começaram as 10h45.
O primeiro tubaço na Cacimba do Padre foi surfado pelo experiente Paulo Moura, logo na primeira bateria da quarta-feira. Ela abriu a segunda fase do QS 5000 de Fernando de Noronha e um dos cinco juízes chegou a dar nota 10 para o pernambucano, mas a média ficou 9,67. Na segunda bateria, Igor Moraes pegou um maior, ficou mais profundo e recebeu 9,80. Estas duas notas só foram superadas pelo recordista do Hang Loose Pro Contest 2023 apresentado por Elétron Energy, Kaue Germano.
Na décima bateria do dia, o jovem paulista da Praia de Juquehy, em São Sebastião, cidade do litoral norte de São Paulo que sofreu com inundações de tanta chuva semanas atrás, botou pra dentro de uma onda enorme. Kaue Germano sumiu no tubo, ficou entocado lá dentro e conseguiu sair de forma impressionante. A praia vibrou com a onda e três dos cinco juízes cravaram nota 10 para ele, um deu 9,80 e o outro 9,70. Com o corte da maior e da menor nota, a média ficou 9,93, a maior da 16.a edição do Hang Loose Pro Contest em Noronha.
“Cara, eu vim de uma situação crítica no litoral”, emocionou-se Kaue Germano, que depois de chorar um pouco, continuou: “Eu tava sem surfar uns 10 dias, não queria vir pra cá, mas todos meus amigos, família, me incentivaram a vir, então pedi pra Deus uma onda assim e Ele mandou. Eu peguei a onda, não botei muita fé no começo, mas botei pra dentro do tubo. Ela correu muito, mas eu sabia que eu ia sair. Eu tava muito convicto e deu certo, então nem tenho muito que dizer, só agradecer mesmo a Deus e a todo mundo, de verdade”.
Primeiros recordes – O show de surfe nos tubos começou cedo na quarta-feira, logo na primeira bateria do dia, com Paulo Moura inaugurando a galeria das maiores notas. A primeira onda que ele pegou, já rodou um tubaço incrível, ele desapareceu, a onda parecia que ia fechar, mas o pernambucano conseguiu sair. A nota 9,63 recebida praticamente garantiu a vitória, mas o outro ex-top da elite mundial da World Surf League, Deivid Silva, terminou em último. O potiguar Alan Jhones ganhou a segunda vaga para a terceira fase.
“Estou superfeliz por ter passado a bateria e mais por ter sentido que hoje a Cacimba me escolheu com aquela onda especial. Ela sempre escolhe qual é o atleta que vai pegar a onda boa, quem é que vai ganhar e hoje ela me escolheu nessa bateria”, disse Paulo Moura. “Estou feliz por estar no próximo rounde e pela oportunidade de competir em mais um Hang Loose aqui. Eu que participei do primeiro em Noronha no ano 2000, agora estou em 2023 em alta performance ainda, lutando pra realizar um sonho de fazer um grande resultado aqui”.
Na bateria seguinte, o paulista Igor Moraes também foi abençoado com um tubo incrível na primeira onda que surfou na Cacimba do Padre. A onda parecia maior, mais difícil e ele também recebeu nota 10 de um dos cinco juízes, como Paulo Moura. Mas, aumentou o recorde do campeonato de 9,63 para 9,80, nota que depois só foi batida pelo 9,93 do também paulista Kaue Germano dez baterias depois, já na tarde da quarta-feira de altas ondas em Fernando de Noronha.
“Nem tenho palavras, essa é só minha segunda vez em Noronha e essa onda foi, sem dúvidas, a melhor que já surfei aqui na Cacimba”, contou Igor Moraes. “Estou muito amarradão. Estou com os locais aqui, to ficando na casa do Zica, é muita vibe e foi demais começar o campeonato assim. Eu vi que aquela onda era um diamante e ganhei ela na remada. O mais difícil é o drop, depois que dropei, ela rodou limpo e saí com tanta velocidade que nem consegui completar a batida depois do tubo. Acho que faltou a batida ali pra sair o 10 (risos)”.
Vagas no Challenger – Na quarta-feira também foi iniciada a batalha pelas vagas para o Challenger Series 2023, com a estreia de alguns concorrentes diretos nas doze baterias da segunda fase do Hang Loose Pro Contest realizadas. O número 3 do ranking, Rafael Teixeira, foi o primeiro a defender sua classificação para o circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour. E começou bem, vencendo a terceira bateria do dia.
“Com certeza, meu foco principal desde o ano passado é a classificação pro Challenger. Cheguei aqui bem colocado no ranking, mas tem muita água ainda por vir e só dei o primeiro passo”, disse Rafael Teixeira. “Agora vamos pras próximas baterias, tentar fazer um bom resultado e confirmar minha vaga aqui, sem precisar da última etapa em Floripa (semana que vem). Essa é minha terceira vez aqui, nas duas primeiras perdi logo no início, mas agora tem altas ondas e esse lugar aqui é um paraíso. Estou feliz por começar bem dessa vez”.
Nos confrontos seguintes, dois surfistas que também chegaram em Fernando de Noronha na lista dos oito primeiros do ranking regional da WSL Latin America, que se classificam para o Challenger Series 2023, acabaram sendo eliminados. O número 4, Ryan Kainalo (SP), perdeu para Mateus Sena (RN) e Douglas Silva (PE). E Weslley Dantas (SP), vice-campeão do último Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy em Noronha em 2020, que estava fechando o G-8, foi superado por Valentin Neves (RJ) e o uruguaio Marco Giorgi.
Já o penúltimo na lista, Heitor Mueller (SC), segue defendendo sua vaga, passando em segundo lugar no confronto vencido por Gabriel Klaussner (SP). O número 5 do ranking, José Nacho Gundesen, também se classificou em segundo, numa dobradinha argentina com Leandro Usuna, que surfou um tubaço nota 9,40. O quinto a ganhar nota excelente acima de 9 foi o carioca Lucas Silveira, que conseguiu um 9,17 quatro baterias antes.
Título sul-americano – Na penúltima bateria do dia, Ian Gouveia iniciou a busca pelo título sul-americano da temporada 2022/2023 da WSL Latin America. Ele é o único concorrente do peruano Miguel Tudela, que lidera o ranking vencendo as cinco etapas que disputou. Miguel lesionou o joelho e cancelou sua participação em Fernando de Noronha, mas Ian Gouveia precisa da vitória no Hang Loose Pro Contest, para levar a decisão do título para a última etapa, na próxima semana em Florianópolis e que também precisa vencer.
“A expectativa era muito grande nesse evento do meu patrocinador. Fernando de Noronha é um lugar muito especial, é o primeiro evento do ano depois do break e era uma bateria superimportante pra mim”, disse Ian Gouveia. “Eu consegui me concentrar bem, ficar calmo para achar as ondas e passar a bateria. Eu estou nessa disputa do título sul-americano e é uma motivação a mais pra mim. Sei que preciso de duas vitórias, mas o Miguel (Tudela) ganhou cinco, então eu posso ganhar duas (risos). Sempre foi um sonho vencer aqui em Noronha, então vou fazer meu melhor pra vencer aqui, pra depois tentar vencer em Floripa também”.
O Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy em Fernando de Noronha, é uma realização do Instituto Incentiva, com homologação da World Surf League (WSL) Latin America e patrocínios da Hang Loose e Elétron Energy, através da lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado de Pernambuco e apoio do site Waves.
Resultados
Segunda Fase
1 1-Paulo Moura (BRA), 2-Alan Jhones (BRA), 3-Tomas Lopez Moreno (ARG), 4-Deivid Silva (BRA)
2 1-Igor Moraes (BRA), 2-Francisco Bellorin (VEN), 3-Israel Junior (BRA), 4-Samuel Joquinha (BRA)
3 1-Rafael Teixeira (BRA), 2-Gabriel Arturo Vargas (PER), 3-Uriel Sposaro (BRA), 4-Bernardo Pigmeu (BRA)
4 1-Mateus Sena (BRA), 2-Douglas Silva (BRA), 3-Ryan Kainalo (BRA), 4-Buday Santos (BRA)
5 1-Luan Ferreyra (BRA), 2-Franco Radziunas (ARG), 3-Santiago Muniz (ARG), 4-Diego Aguiar (BRA)
6 1-Marco Giorgi (URU), 2-Valentin Neves (BRA), 3-Weslley Dantas (BRA), 4-Cauet Frazão (BRA)
7 1-Eduardo Motta (BRA), 2-Caio Costa (BRA), 3-Cauã Costa (BRA), 4-Peterson Crisanto (BRA)
8 1-Gabriel Klaussner (BRA), 2-Heitor Mueller (BRA), 3-Takeshi Oyama (BRA), 4-José Binz (BRA)
9 1-Lucas Silveira (BRA), 2-Manuel Selman (CHL), 3-Madson Costa (BRA), 4-Alonso Correa (PER)
10 1-Vitor Ferreira (BRA), 2-Kaue Germano (BRA), 3-Kayan Medeiros (BRA), 4-Gabriel André (BRA)
11 1-Ian Gouveia (BRA), 2-Eric Bahia (BRA), 3-Nininho Noronha (BRA), 4-Sebastian Olarte (URU)
12 1-Leandro Usuna (ARG), 2-Nacho Gundesen (ARG), 3-Patrick Tamberg (BRA), 4-Guilherme Carvalho (BRA)
Próximas baterias
Segunda Fase
13 Matheus Navarro (BRA), Leo Casal (BRA), Pedro Neves (BRA), Vinicius Parra (BRA)
14 Samuel Igo (BRA), Krystian Kymerson (BRA), Cauã Gonçalves (BRA), José Francisco (BRA)
15 Luel Felipe (BRA), Rodrigo Saldanha (BRA), Philippe Neves (BRA), Caio Souza (BRA)
16 Guillermo Satt (CHL), Lucas Vicente (BRA), Luan Hanada (BRA), Ivo Gothardo (BRA)
Terceira Fase
1 Paulo Moura (BRA), Igor Moraes (BRA), Gabriel Arturo Vargas (PER), Douglas Silva (BRA)
2 Alan Jhones (BRA), Francisco Bellorin (VEN), Rafael Teixeira (BRA), Mateus Sena (BRA)
3 Luan Ferreyra (BRA), Marco Giorgi (URU), Caio Costa (BRA), Heitor Mueller (BRA)
4 Franco Radziunas (ARG), Valentin Neves (BRA), Eduardo Motta (BRA), Gabriel Klaussner (BRA)
5 Lucas Silveira (BRA), Vitor Ferreira (BRA) Eric Bahia (BRA), Nacho Gundesen (ARG)
6 Manuel Selman (CHL), Kaue Germano (BRA), Ian Gouveia (BRA), Leandro Usuna (ARG)
7 1º da 13º da Segunda Fase, 1º da 14º, 2º da 15º e 2º da 16º
8 2º da 13º, 2º da 14º, 1º da 15º e 1º da 16º