A partir deste sábado (29), mais de 250 atletas, de 51 países, competem no Surf City El Salvador ISA World Surfing Games 2021, os Jogos Mundiais de Surfe promovidos pela International Surfing Association (ISA). A disputa será realizada até o dia 6 de junho nas ondas de La Bocana e El Sunzal, em El Salvador.
Além de distribuir medalhas de ouro nas categorias masculina, feminina e por equipes, o evento também definirá os últimos 12 classificados (sete mulheres e cinco homens) para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados em 2020 por causa da pandemia de Covid-19 e remarcados para os dias 23 de julho a 8 de agosto deste ano no Japão.
O Brasil chega a El Salvador como favorito em todas as categorias. Na última edição do ISA Games, realizada em 2019 em Miyazaki, Japão, o País levou duas medalhas de ouro: na classificação geral por equipes e com o potiguar Italo Ferreira no masculino. Além disso, a cearense Silvana Lima ficou com a prata no feminino e o paulista Gabriel Medina foi bronze no masculino.
Ambos estão novamente escalados para esta edição, assim como o bicampeão mundial Gabriel Medina e os atletas da elite Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb. A novidade da equipe nesta edição será a paulista Julia Santos, que foi premiada com a vaga destinada à campeã do circuito profissional da Confederação Brasileira de Surf de 2019.
Originalmente denominado ISF World Championships, o ISA Games foi realizado pela primeira vez no ano de 1964, em Manly Beach, Austrália. Desde então, o evento já coroou campeões mundiais nos cinco continentes do globo. A última vez que a competição passou pela América Central foi em 2016, na Costa Rica. Em El Salvador pela primeira vez, o campeonato tem como uma das principais atrações a definição dos últimos 12 atletas elegíveis aos Jogos de Tóquio.
Pelo Brasil, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima ficaram elegíveis para os Jogos de Tóquio através do ranking do Circuito Mundial da WSL (World Surf League) de 2019 e carimbam o passaporte ao disputarem esta edição do evento em El Salvador. Como cada país só poderá levar no máximo dois representantes por gênero para Tóquio, o time brasileiro já está completo para a estreia do surfe nas Olimpíadas.
Além dos campeões mundiais Gabriel Medina e Italo Ferreira, o ISA World Surfing Games contará com representantes de outros 50 países nas ondas de El Salvador. Dentre eles, destaque para atletas da elite mundial da WSL como Carissa Moore, Caroline Marks, Julian Wilson, Owen Wright, Sally Fitzgibbons, Stephanie Gilmore, Jeremy Flores, Michel Bourez, Johanne Defay, Frederico Morais e Kanoa Igarashi.
O campeonato também vai abrir espaço para nações que possuem pouca tradição no surfe como Irã, Afeganistão, Ucrânia, Guatemala, Argélia, dentre muitas outras, que prometem abrilhantar ainda mais a disputa.
Igualdade de gênero
Em um esforço para promover a igualdade de gênero no surfe e fomentar a participação feminina, a International Surfing Association ajustou o formato da competição em 2017 e passou a oferecer o mesmo número de vagas para homens e mulheres em todos os eventos promovidos pela entidade.
Desde a edição de 2018, a participação feminina no ISA Games vem alcançando novos recordes, comprovando o crescimento do surfe feminino em todos os continentes do globo. Em 2021, um recorde de 121 mulheres (47% dos participantes) vai competir e representar as suas respectivas nações em El Salvador.
As ondas
Um dos países mais consistentes da América Central, El Salvador possui ondas de classe mundial. Dois dos seus picos mais famosos são La Bocana e El Sunzal, que vão abrigar essa edição do ISA World Surfing Games. O evento terá dois palanques simultâneos e será realizado nas melhores condições de surfe durante a janela de espera.
La Bocana é uma onda de boca de rio, sendo uma das mais consistentes da região. Além disso, é uma das poucas esquerdas do país. Já El Sunzal é uma longa direita que corre sobre um fundo de pedra.
Protocolos de combate à Covid-19
O Surf City El Salvador ISA World Surfing Games era para ter acontecido em 2019, mas com a pandemia de Covid-19 que vem assolando todo o Planeta, o evento acabou transferido para maio deste ano.
Tendo a saúde e segurança dos atletas como prioridade máxima, a ISA e o governo de El Salvador elaboraram e implementaram um robusto plano de prevenção à Covid-19. Este plano inclui protocolos como testes diários, distanciamento social, limitação do número de pessoas presentes no local do evento, vacinação de parte do staff, dentre outras regras.
No início deste mês, em um esforço junto ao Governo Federal e o Comitê Olímpico Internacional (COI), o Comitê Olímpico do Brasil (COB) garantiu a vacinação de todos os membros da delegação brasileira que irá representar o País nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio.
Com isso, cerca de 1.500 pessoas – entre atletas, membros de comissão técnica e jornalistas envolvidos na cobertura – entrarão no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (PNI). As vacinas vão ser cedidas pelo COI e não vão sair das doses obtidas pelo Governo Federal para imunizar a população. E para cada dose cedida para imunizar a delegação brasileira que vai para as Olimpíadas, o COI vai doar outras duas ao SUS para vacinar os brasileiros.