O primeiro dia de competição do Mundial da ISA, em El Salvador, foi de potência e progressão. A qualificação para as Olimpíadas de Paris 2024 está na cabeça dos atletas, com um total de oito surfistas, quatro homens e quatro mulheres, capazes de garantir vagas olímpicas até o final do evento. A onda de La Bocana funcionou e caíram na água as primeiras 24 baterias da rodada 1 masculina, enquanto as baterias da rodada 1 feminina foi concluída em El Sunzal.
Gabriel Medina (BRA) foi quem realmente impulsionou a progressão. O tricampeão mundial da WSL conquistou o maior somatório do dia (16,43 pontos), com a força de seu incrível ataque aéreo de backside. Embora atualmente esteja atrás dos companheiros de equipe João Chianca e Filipe Toledo no ranking da WSL, que permite a classificação de apenas dois surfistas por nação, Medina está de olho nas ondas de Teahupoo, no Taiti, onde a modalidade do surfe será disputada nas próximas Olimpíadas.
“É passo a passo, temos grandes competidores vindos do Brasil”, diz Medina. “São apenas duas vagas e é emocionante estar lá lutando por uma dessas vagas. Eu amo o Tahiti, é minha parada favorita no Tour e eu realmente quero estar nas Olimpíadas no ano que vem. Farei o que puder para passar por isso, vamos ver como vai ser”.
Os primeiros destaques no masculino foram Guilherme Ribeiro (POR) e Carlos Muñoz (CRC), antes de Sebastián Williams (MEX) registrar a maior pontuação do dia em uma única onda, 8,77.
O processo de qualificação olímpica exclusivo para o Mundial da ISA 2023 significa que os surfistas estão competindo contra outros em seu continente pelas vagas de Paris 2024. Uma mulher e um homem de cada um dos quatro continentes, África, Ásia, Europa e Oceania, se qualificarão provisoriamente no evento.
O atleta olímpico de Tóquio 2020, Leon Glatzer (ALE), parecia confortável ao começar forte em sua campanha para a vaga europeia masculina, enquanto a sul-africana Sarah Baum é um claro destaque na corrida pela vaga africana feminina.
Baum obteve uma das maiores pontuações do dia no feminino, superada apenas pela dupla das norte-americanas Caroline Marks e Carissa Moore. Marks conquistou a maior nota do dia, 8,50, enquanto Moore fez o maior somatório do dia para as mulheres (16,16).
Há uma corrida acirrada pela qualificação olímpica na França. Johanne Defay já conquistou uma das vagas francesa e com isso a briga pela segunda classificação está entre Pauline Ado (medalhista de ouro ISA 2017 e atleta olímpica de Tóquio 2020) e a companheira de equipe Vahine Fierro, além de todo o ranking europeu, para conseguir lugar em Paris 2024.
“Obviamente as vagas olímpicas são o objetivo principal, mas há muitas baterias antes disso e muitos dias”, Fala Ado. “Todos nós temos esse objetivo em mente, mas estamos tentando levá-lo dia a dia, e é isso que estou tentando fazer. Isso é o que funcionou há dois anos, então espero poder montá-lo novamente”.
“É incrível estar de volta à bela El Salvador com as esperanças e sonhos de um número recorde de surfistas e nações aqui para alcançar seus objetivos. É difícil acreditar que o segundo ciclo olímpico do surfe está realmente em andamento e a pressão está aumentando”, relata Fernando Aguerre, presidente da ISA. “Durante décadas a ideia de surfar nos Jogos Olímpicos era vista como impossível, mas agora estamos aqui, com todos esses atletas incríveis competindo para ver seus sonhos realizados. Estou muito animado para assistir à ação e ver como a dinâmica da equipe e os cenários de qualificação se desenrolam à medida que o evento continua, o que será ainda mais emocionante com o aumento do swell”.
A competição continua nesta quinta-feira (1), às 11h horário de Brasília, com a finalização da rodada 1 masculina em La Bocana e rodada 1 feminina em El Sunzal.
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