Um histórico dia no Mundia Master da ISA de El Salvador viu o Brasil coroado como campeão por equipes na competição pela primeira vez. O dia das finais rolaram paredes de 4 a 5 pés (1 metro e meio) em El Sunzal. As condições eram ideais para premiar os campeões entre os melhores surfistas do mundo com mais de 40 anos.
O Brasil conquistou medalhas em cinco das seis categorias, com uma medalha de ouro para Diego Rosa na Master Masculino (acima de 40). Roberta Borges e Jojó de Olivença ganharam medalhas de prata na Kahuna Feminino (acima de 60) e na Grand Master Masculino (acima de 50), respectivamente, com Andrea Lopes e Jacqueline Silva levando para casa o bronze na Grand Master Feminino e na Master Feminino, respectivamente.
“Campeão do Mundo, cara, estou tão feliz, tão empolgado por estar no topo do mundo agora”, diz Rosa. “Estou tão feliz pela minha equipe. Estamos trabalhando juntos a semana toda. Muito obrigado à nossa confederação no Brasil também. Eles estavam trabalhando muito para nos trazer aqui, e estamos representando a melhor forma aqui”.
O poderoso backside de Rosa superou o de outros dois fortes goofys, Gilbert Brown (CRC) e Hira Teriinatoofa (TAI), duas vezes medalhista de ouro do Mundial da ISA. Brown desafiou Dieo, com uma troca de nota deixando o costarriquenho aquém de sua pontuação necessária, deixando-o com a prata. Teriinatoofa não encontrou seu ritmo e terminou com o bronze. O único regular na final, Tyrell Johnson (AFR), foi destaque durante toda a semana, mas teve que se contentar com a medalha de cobre
O time do Havaí venceu três categorias femininas e colocou as atuais campeãs em segundo lugar na disputa, com a bicampeã Austrália levando a medalha de bronze e a França conquistando sua primeira bedalha, a de cobre.
Representando três gerações distintas do surfe feminino, as havaianas Becky Benson, Rochelle Ballard e Melanie Bartels tiveram carreiras profissionais icônicas em seus respectivos países e todas as três foram coroadas campeãs no Mundial Master.
Tendo competido em seu primeiro evento ISA há mais de 52 anos, em 1972, e participado como membro do primeiro Tour profissional de surfe em 1976, Benson, de 67 anos, tornou-se a primeira campeã mundial da Kahuna Feminino. Terceiro lugar no CT em 1977, Benson encerrou sua carreira profissional devido à falta de financiamento no surfe feminino. A havaiana tem sido extremamente grata pelo quanto mudou para as mulheres no esporte desde então, e amou cada aspecto de competir no torneio.
“Não acredito que estou aqui em cima com o primeiro lugar, estou tão feliz”, fala Benson. “Esta é a resposta de muitas orações, então, obrigado, Deus. E quero agradecer à ISA. Quero agradecer à Surf City El Salvador por organizar este evento incrível. Se não fosse pelo meu pai, eu não estaria aqui agora. Eu não estaria surfando. Ele me apoiou o tempo todo, e minha mãe também. Isto é por eles. Sei que estão assistindo”.
Como em todas as suas baterias, Benson começou forte, mantendo a liderança durante toda a final. No fim da bateria, Benson canalizou seus dias atacando Sunset Beach, para ganhar 6.17 pontos de uma onda sólida. Roberta Borges (BRA) e Barbara Roettger (PUR), que competiram pela primeira vez uma contra a outra no Mundial da ISA de 1986 em Newquay, Inglaterra, estavam travadas em uma batalha pelo segundo lugar. Borges recebeu o aceno para ganhar a medalha de prata, com Roettger levando o bronze e Sandra English (AUS) ganhando sua quarta medalha, de cobre.
Ballard, campeã mundial do Master de 2012, foi a destaque em sua categoria, entregando boas pontuações. Abrindo com 8.00 e logo depois 8.90 pontos, a havaiana se manteve fora do alcance de suas três colegas finalistas. O backside da bicampeã master Heather Clark (AFR) chegou mais perto de igualar Ballard, mas a sul-africana teve que se contentar com a medalha de prata, com Andrea Lopes (BRA) levando o bronze, Siri Cota (EUA) o cobre.
Há muito tempo campeã do surfe feminino, tendo provavelmente sacrificado um título mundial da WSL em 2004 para criar grupo de defesa dentro do esporte, era apropriado que a atleta de 53 anos se tornasse a primeira campeã mundial da Grand Master Feminino.
“Estou tão orgulhosa de tudo isso”, fala Ballard. “É bom ter raízes mais profundas e pernas se movendo no surfe feminino. Todo mundo da nossa geração e da geração anterior e da geração anterior a essa. Tudo isso está pavimentando o caminho para o que é hoje. Então você nunca pode esquecer o passado e as raízes, porque ele continua no agora. E agora, é importante que todos nós estejamos juntos como um”.
Uma surfista que surgiu sob a influência da geração de Ballard, Melanie Bartels (HAW) conquistou seu primeiro título. Bartels estava a todo vapor durante todo o evento, registrando algumas das maiores pontuações e dando entrevistas apaixonadas após as baterias. Duas vezes medalhista de prata do Mundial da ISA, a surfista de 42 anos estava determinada a sair com a medalha de ouro de El Salvador.
Enfrentando duas vice-campeãs do título mundial da WSL, Serena Brooke (AUS) e Jacqueline Silva (BRA), ambas com quem ela dividiu tempo no CT, junto com a veterana da de mundiais da ISA, Lisbeth Vindas (CRC), Bartels dominou. Embora tenha levado algumas ondas para encontrar seu ritmo na final, quando o fez, seu poder foi incomparável, registrando 8.67 e 7.93. Brooke encontrou 7.33 no início e 6.07 no final para ficar com a medalha de prata, com Silva levando o bronze e Vindas ganhando o cobre.
Construindo suas pontuações ao longo do evento, Eric Graciet (FRA) abriu a final da Kahuna Masculino com sua melhor pontuação, 9.33 pontos. O homem de 62 anos manteve o controle durante toda a final, apesar dos fortes desafios do campeão Kahuna de 2010 Rodney Baldwin (AUS) e das lendas do surfe Allen Sarlo (EUA) e Shuji Kasuya (HAW), para dar à França seu primeiro título mundial no Master. A Medalha de Prata de Baldwin completa uma coleção na Kahuna Masculino que inclui ouro, bronze e cobre de eventos anteriores. O bronze de Sarlo também foi sua quarta medalha, enquanto Kasuya ganhou sua primeira, de cobre.
Scott Schindler (AUS), que teve uma carreira empresarial bem-sucedida e adiou seu sonho como competidor, conseguiu vencer, aos 53 anos, pela primeira vez ganhar a medalha de ouro no Grand Master Masculino.
O três vezes medalhista Jojó de Olivença (BRA) abriu com 8.00 para controlar a primeira metade da final da Grand Master Masculino. Mas Schindler teve um bom começo, registrando 7.33. Um 8.17 veio depois, dando ao australiano o somatório de 15.50 e garantir a vitória. Jojó levou a medalha de prata, Pablo Diaz (PUR), bronze, e Dani Garcia (ESP) deu à Espanha sua primeira medalha, de cobre.
“Conquistar um título mundial em qualquer idade, em qualquer nível, é realmente um momento que vou levar comigo para o resto da minha vida. É um prazer surfar com surfistas tão bons do mundo todo. Mesmo nas eliminatórias, os caras são muito respeitosos. Todo mundo tem sua vez, geralmente, e é realmente uma chance para o surfe vencer, em vez de aborrecimento e competição”, conta Scott.
O presidente da ISA, Fernando Aguerre, fala da competição e do pico de El Salvador. “El Sunzal, que lugar. E que retorno do Mundial Master da ISA. Tenho certeza de que você ficará muito, muito feliz em ir para casa e contar a todos os seus amigos sobre as belas ondas, as pessoas bonitas, o bonito clima e a camaradagem incrível do Mundial Master”.
“Este ano, procurei nossos amigos em El Salvador e concordamos que era um ótimo momento para começar o Master. Essa mistura de competição. Porque, claro, todo mundo quer ganhar a medalha, mas ao mesmo tempo uma camaradagem incrível, reconectar-se com amigos e alguns novos amigos. Há muitos novos masters. 10 anos sem campeonatos significaram que muitos dos jovens surfistas agora são surfistas master. E essa é a beleza do surfe. Existem tantas maneiras de surfar. Mas a única coisa que você não deve fazer é desistir do surfe. Então, dou meus maiores parabéns a todos que participaram”.
Resultados
Equipes
Ouro – Brasil
Prata – Havaí
Bronze – Austrália
Cobre – França
Master Feminino (acima de 40)
Ouro – Melanie Bartels (HAW)
Prata – Serena Brooke (AUS)
Bronze – Jacqueline Silva (BRA)
Cobre – Lisbeth Vindas (CRC)
Master Masculino (acima de 40)
Ouro – Diego Rosa (BRA)
Prata – Gilbert Brown (CRC)
Bronze – Tyrell Johnson (AFR)
Cobre – Hira Terinatofa (TAH)
Grand Master Feminino (acima de 50 anos)
Ouro – Rochelle Ballard (HAW)
Prata – Heather Clark (AFR)
Bronze – Andrea Lopes (BRA)
Cobre – Siri Cota (EUA)
Grand Master Masculino (acima de 50 anos)
Ouro – Scott Schindler (AUS)
Silver – Jojó de Olivença (BRA)
Bronze – Pablo Diaz (PUR)
Cobre – Dani Garcia (ESP)
Kahuna Feminino (acima de 60 anos)
Ouro – Becky Benson (HAW)
Prata – Roberta Borges (BRA)
Bronze – Barbara Roettger (PUR)
Cobre – Sandra English (AUS)
Kahuna Masculino (acima de 60 anos)
Ouro – Eric Graciet (FRA)
Prata – Rodney Baldwin (AUS)
Bronze – Allen Sarlo (EUA)
Cobre – Shuji Kasuya (HAW)
Fonte ISA