Mundial Master da ISA

Legends brilham no primeiro dia

Início do Mundial Master da ISA, disputado nas ondas de El Sunzal, El Salvador, conta com boa performance dos legends. Andrea Lopes avança na Grand Master e Jacqueline Silva na Master.

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Norte-americano Tom Curren mostra todo seu estilo em El Sunzal.

O primeiro dia do Mundial Master da ISA no último domingo (20) em El Salvador viu os melhores surfistas do mundo com mais de 40 anos, incluindo várias lengends, competindo internacionalmente pela primeira vez em muitos anos.

Um swell limpo de 3 a 4 pés (pouco mais de 1 metro) se desenvolveu ao longo do dia, entregando as longas direitas pelas quais El Salvador é conhecida. As condições ideais permitiram a conclusão da Rodada Principal 1 em cinco das seis divisões, que incluíam mulheres Kahunas (acima de 60) e Grand Masters (acima de 50) pela primeira vez.

Em 1976, Becky Benson (HAV) abriu caminho como uma das seis mulheres a competir na primeira edição de um circuito profissional de surfe. Em 2024, Benson ainda lidera o grupo, vencendo a primeira bateria internacional para mulheres com mais de 60 anos. A surfista de 67 anos conseguiu a maior pontuação da nova divisão feminina Kahunas na primeira onda do evento. O estilo suave de Benson brilhou, como há quase 60 anos em sua casa no North Shore de Oahu, Havaí.

“Estou muito feliz e honrada por estar aqui, é simplesmente ótimo”, diz Benson. “Nem consigo descrever o sentimento. Tenho orgulho de ser uma das primeiras das seis mulheres profissionais. Isso foi em 1976, e veja onde chegamos agora. Naquela época, o único motivo pelo qual parei de competir era porque simplesmente não havia dinheiro e era difícil fazer uma turnê. Agora as mulheres podem ganhar a vida, podem viajar, surfar e fazer o que amam.”

Norte-americana Becky Benson, pioneira do surfe feminino.

Retorno de medalhistas 

Gary Van Wieringen (AFS) levou as maiores notas entre os homens no primeiro dia com um somatório de 18.26 pontos. O sul-africano de 51 anos pegou as duas maiores melhores ondas na Grand Masters (acima de 50), 9.43 e 8.83, em seu retorno a El Salvador, o local onde ele ganhou a medalha de prata em 2011.

Os campeões mundiais Masters, Tom Curren (EUA), Rochelle Ballard (HAV), Rodney Baldwin (AUS), Mike Latronic (HAV) e Heather Clark (AFS) provaram por que possuem tantos elogios, exibindo as linhas únicas que definiram suas carreiras profissionais e os levaram a suas vitórias individuais há mais de uma década.

O três vezes campeão WSL, que é o único surfista a ter ganhado uma medalha de ouro ISA nas divisões Júnior, Open e Master, ficou animado em voltar a competir em El Salvador. “É ótimo estar aqui com a equipe”, fala Curren. “É um longo caminho para chegar (a outra medalha de ouro), mas fiquei feliz em conseguir a primeira bateria. Pareceu muito bom.”

Clark também é uma das cinco mulheres na disputa que se classificaram para as finais do Mundial da ISA. Patricia Rossi (TAI), finalista do Mundial da ISA de 1992, e Andrea Lopes (BRA), medalhista de bronze de 2004, já ganharam medalhas no Master e ambas avançaram em suas respectivas baterias. Enquanto isso, as medalhistas, Melanie Bartels (HAV) e Jacqueline Silva (BRA), tiveram exibições fortes ao fazer suas estreias em baterias consecutivas.

Bartels fez 8.90 e 9.43 pontos, com somatório de 18.33, maior dos números do dia. A surfista de 42 anos mostrou toda a categoria que lhe deu a reputação de ser uma das precursoras da progressão no surfe feminino.

Havaiana Rochelle Ballard começa forte.

Início forte  do Havaí

A equipe havaiana entra no evento com o objetivo de continuar sua sequência de medalhas de ouro por equipes de forma consecutiva, como em 2012 e 2013. Todos os cinco havaianos que competiram avançaram para a Rodada Principal, incluindo a medalhista de ouro Master de 2012, Rochelle Ballard; o medalhista de ouro Kahuna de 2013, Mike Latronic; Becky Benson; Shuji Kasuya e Melanie Bartels. Jason Shibata ainda compete no evento.

A vice-campeã mundial da WSL de 2004, Rochelle Ballard, conseguiu a primeira nota excelente do torneio (9.00 pontos), depois de mandar uma série de curvas fortes e fluidas. Com a segunda nota sendo 7.17, a surfista de 53 anos fez um somatório de 16.17.

“Foi ótimo”, comenta Ballard. “Somos uma equipe e apoio mútuo. Temos cozinhado juntos, comido juntos, surfado juntos, assistido a vídeos juntos, e esse é apenas o espírito de equipe. Então estamos todos lá para nos animarmos, apoiarmos e treinarmos uns aos outros”.