A primeira chamada do Itacoatiara Big Wave aconteceu na chegada do maior swell do ano na região Sudeste. Surfistas consagrados mundialmente entraram no mar em condições extremas e em alguns momentos com ajuda de jet-ski. O tamanho e potência do mar surpreendeu até mesmo os organizadores do campeonato.
Com ventos muito fortes, muitos atletas entraram no mar com auxílio de jet-ski pela Praia de Itaipu para conseguirem chegar ao local aonde as ondas eram surfadas. Nomes como Gabriel Sampaio, Felipe Cesarano, Kalani Latanzi William Santana e Michaela Fregonese, dentre outras feras, encararam a potência das bombas, já consideradas pelos organizadores como as maiores já surfadas em Itacoatiara.
Os atletas começaram a entrar na água por volta de 7h, momento em que o mar tinha muito tamanho e ventos favoráveis.
“Mais tarde havia fortes correntes e séries enormes quebrando com pequeno intervalo de tempo entre elas. Alguns atletas não estavam conseguindo entrar no mar. Nesse momento por razões de segurança tivemos que montar toda uma logística com os jets para colocar os atletas em segurança no mar a partir da Praia de Itaipu navegando com eles até o costão de Itacoatiara. Foram algumas idas e vindas até que todos pudessem ser levados até o local que as ondas estavam sendo surfadas. Apesar dos desafios e dificuldades, o IBW teve um início histórico”, explica o idealizador da prova, o presidente da Associação de Surf de Ondas Grandes e Tow In de Niterói, Alexey Wanick.
Alexey explicou ainda que a organização optou por fazer o transporte dos atletas de jet-ski quando perceberam que Kalani Latanzi, um experiente surfista, estava com dificuldades de entrar varar a arrebentação.
O niteroiense Gabriel Sampaio entrou três vezes no mar e conseguiu surfar uma onda de cerca de seis metros. “Surfar em Itacoatiara é sempre um grande desafio, e hoje o mar estava bem grande e com muita potência. O vento virou e a previsão se confirmou. Foi um grande desafio entrar remando e varar a arrebentação. Consegui pegar três ondas muito boas e estou muito feliz com esse início do campeonato”, disse o surfista.
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A competição é aberta a qualquer surfista. Para se inscrever, o competidor enviar vídeos das ondas surfadas para a organização do evento.
Após o encerramento da janela, previsto para 31 de agosto, as ondas serão julgadas por uma comissão de arbitragem profissional, utilizando os critérios da Liga Mundial para o surfe de ondas grandes.
Serão no total até quatro chamadas para as sessões de surfe válidas para competição. O evento terá cobertura no Instagram no perfil @itacoatiarabigwave e também no portal Waves. Surfistas da elite do surfe de ondas grandes disputam a premiação de R$ 100 mil.
“Encaramos ondas de cerca de 15 a 20 pés de parede, o equivalente de seis a oito metros. Cheguei a passar mal e a pensar em desistir, mas resisti. Hoje foi o mar mais extremo que já surfei na vida”, afirmou a surfista veterana Michaela Fregonese.
Kalani Latanzi confirmou que as correntes estavam fortes. “Peguei duas ondas, não tenho ideia do tamanho, mais de 4 a 5 metros, com certeza. Tentei mais cedo entrar pela pedra, caí, rasguei a roupa de borracha e desisti de entrar por ali. As correntes estavam muito fortes, mas graças a seus não quebrei a prancha. Saí do mar com onda surfada e alguns arranhões. Itacoatiara tem as ondas mais pesadas do mundo, e hoje surfei a maior de todas já surfadas nessa praia. A organização é formada por uma equipe classe A. Especialmente com o mar nessas condições, eles se superaram. estão de parabéns”, celebra.
O Itacoatiara Big wave é apresentado por Enel Distribuição Rio, da Secretaria de Esportes e Lazer de Niterói e da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), com apoio da Predialnet, Mafia Cervejaria, Galeria Surf e Secretaria do Clima de Niterói.
Memória Big Wave 2021
O carioca Pedro Calado sagrou-se campeão do Itacoatiara Big Wave 2021. Desceu a onda que foi considerada a maior já surfada em Itacoatiara. O atleta de Saquarema Lucas Chumbo ficou em 2º lugar em uma disputa acirrada nas três janelas abertas durante o campeonato.
No inédito formato digital, a competição, que foi realizada entre julho e setembro, os atletas surfaram grandes ondulações e as ondas foram registradas em vídeo e enviadas para serem julgadas por um comitê técnico especializado. O atleta de Niterói Gabriel Sampaio também foi destaque no campeonato, terminando em 3º lugar. A competição teve também como destaque a carioca Michelle des Bouillons.