O Oi Hang Loose Pro Contest abriu o primeiro QS 6000 da temporada na terça-feira, com a Cacimba do Padre já bombando altas ondas no primeiro dia de Sol e muito calor em Fernando de Noronha. O paraibano Samuel Igo comandou o show, surfando o primeiro tubaço nota 10 neste retorno do evento mais tradicional do surfe brasileiro para a ilha após 7 anos.
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Ele já havia brilhado em outro tubo que valeu nota 9 para totalizar 19 pontos de 20 possíveis no quarto confronto do dia. O bicampeão mundial Gabriel Medina estreia nesta quarta-feira e as baterias podem começar mais cedo, com a primeira chamada marcada para as 7h00 no arquipélago pernambucano, onde o fuso horário é de 1h00 a mais do restante do Brasil.
“Que momento especial que nem consigo acreditar, só agradecer a Deus mesmo pelo privilégio de voltar a essa ilha”, vibrou Samuel Igo, que há muitos anos mora no Rio de Janeiro. “Eu tenho uma conexão muito boa com esse lugar, muita gratidão e estou feliz demais em conseguir fazer esses dois high-scores (notas altas), feliz por estar conectado na onda. A prancha boa ajudou bastante também, mas o campeonato está só começando”.
O paraibano falou mais sobre o tubo que arrancou a primeira nota 10 unânime dos cinco juízes no Oi Hang Loose Pro Contest: “Eu estava muito atrás da onda e, quando remei nela, nem acreditei que seria tão boa, porque vi que ela ia secar muito lá na frente e eu estava muito atrás. Só que eu já tinha remado, então fui com tudo e quando dropei, a prancha projetou muito pra frente, mas vi que dava tempo de sair. As placas foram caindo e fiquei focado olhando no finalzinho do tubo, falando pra mim mesmo que ia dar certo, que ia dar certo e consegui sair amarradão. Foi demais e esse lugar é realmente incrível”.
Nessa mesma bateria em que Samuel Igo conseguiu a primeira nota máxima, a força das ondas da Cacimba do Padre também partiu a primeira prancha ao meio. Era do norte-americano Eithan Osborne, que mesmo assim se classificou em segundo lugar para a próxima fase, superando o havaiano Cole Alves e o brasileiro Daniel Ostrowski. Eithan ganhou a primeira etapa da temporada em Israel, mas já perdeu a liderança no ranking do WSL Qualifying Series para o australiano Jack Robinson, campeão do outro evento com o mesmo status QS 3000 em Pipeline, semanas atrás no Havaí.
Estreia de Medina
Nesta primeira rodada de 24 baterias, competem os surfistas que não estão bem ranqueados na World Surf League e as principais estrelas formam a lista dos 48 cabeças de chave que só entram na segunda fase.
Os dois confrontos que abriram a terça-feira, definiram os primeiros adversários da maior atração desta edição do Oi Hang Loose Pro Contest, o bicampeão mundial Gabriel Medina.
Ele vai estrear na primeira bateria da segunda fase nesta quarta-feira, junto com um dos surfistas de Fernando de Noronha convidados pela Hang Loose, Patrick Tamberg. O primeiro a se classificar foi o costa-riquenho Tomas King, que venceu a bateria estrangeira com o havaiano Benji Brand e o francês Adrien Toyon. Ela marcou oficialmente o retorno do evento que foi disputado por treze anos consecutivos na Cacimba do Padre, de 2000 a 2012.
“Um amigo já tinha me falado que eu iria para a bateria do Medina se ganhasse, então eu já sabia e fico feliz por isso”, disse Tomas King. “Vai ser legal enfrentar o campeão mundial e eu vou tentar fazer o meu melhor. Eu quero me classificar para o CT e os pontos aqui são importantes para isso. Não entraram muitas ondas na bateria, mas consegui surfar algumas e espero que na próxima tenha mais tubos. Estou ansioso já para amanhã (quarta-feira)”.
A outra vaga para completar a bateria de Gabriel Medina com Patrick Tamberg e Tomas King, foi definida no primeiro confronto 100% brasileiro do Oi Hang Loose Pro Contest. O carioca Pedro Neves pegou boas ondas para escapar de encarar o bicampeão mundial com a vitória.
Os outros três surfistas ficaram brigando pelo segundo lugar e o jovem potiguar Mateus Sena, 16 anos apenas, levou a melhor sobre o paulista Vitor Mendes e o baiano Franklin Serpa.
“Está bem complicado o mar, a bateria teve poucas oportunidades de tubos, eu só tive uma, mas fui com a estratégia de somar pontos no início para me classificar e estou feliz que deu tudo certo”, disse Mateus Sena, que falou sobre competir com Medina. “Para ser bem sincero, eu vou realizar um sonho. Acho que para a maioria dos competidores aqui, é um sonho competir com o Gabriel (Medina). Eu já estou louco pra entrar na água e soltar o meu surfe para tentar até ganhar dele, nunca se sabe. Mas, é uma bateria que eu quero passar”.
Veja a nota 10 de Samuel Igo: