O segundo dia do Red Nose São Sebastião Pro começou com boas ondas para a estreia dos principais cabeças de chave do QS 3.000 que fecha o calendário da WSL South America nesta semana na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.
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No entanto, assim como no primeiro dia, o vento sudoeste entrou forte no meio da tarde da quinta-feira e a competição foi interrompida na 16ª das 20 baterias programadas. A décima da terceira fase ficou para abrir a sexta-feira, com a primeira chamada às 8 horas.
A quinta-feira (1) foi iniciada com as sete baterias que restavam para fechar a segunda fase. Nelas, estava um dos concorrentes ao título sul-americano da WSL South America e o paulista Wesley Santos estreou com vitória no quinto confronto do dia.
Foi apenas o primeiro passo, pois ele ainda precisa passar mais duas baterias e terminar no mínimo em terceiro lugar no seu confronto da quinta fase. Ou seja, necessita de um nono lugar no Red Nose São Sebastião Pro, para tirar o título do líder do ranking, o peruano Alonso Correa, que não veio ao Brasil.
“A primeira bateria nos campeonatos é sempre a que fico mais nervoso, mas consegui achar boas ondas para impor meu surfe e dei um passo importante, o primeiro aqui, na busca desse título sul-americano”, diz Wesley Santos.
“Eu sei que a caminhada é longa ainda, que preciso ficar no mínimo em nono lugar aqui e tem atletas monstros que vão entrar agora no próximo rounde (terceira fase). Então, vou procurar me concentrar mais, para tentar passar todas as baterias que eu preciso para conseguir o título”, completa.
Em sua primeira participação no Red Nose São Sebastião Pro, o surfista da cidade de Peruíbe, na Baixada Santista, derrotou três brasileiros, o jovem Caio Costa do Instituto Medina que passou em segundo lugar para a terceira fase junto com Wesley Santos, Alex Lima e Cainã Souza. Seus próximos adversários na 14ª bateria da terceira fase, serão os baianos Bino Lopes e Franklin Serpa e o norte-americano Chauncey Robinson.
O outro único surfista que pode conquistar o título de campeão sul-americano de 2018 é Renan Peres, o Pulga, da Praia da Baleia em São Sebastião. Ele vai estrear na bateria anterior a de Wesley Santos, a 13ª, contra Miguel Pupo, Gabriel Farias e Caio Costa. Para Renan Pulga, a missão é ainda mais difícil, pois ele só ultrapassa a pontuação atual do peruano Alonso Correa no ranking da WSL South America, se vencer o Red Nose São Sebastião Pro em Maresias.
Cabeças de chave Após o término da segunda fase, foi iniciada a rodada de estreia das principais estrelas do QS 3.000 de São Sebastião. No entanto, os cabeças de chave foram quase dizimados pelos surfistas que vieram da segunda fase. Foi assim com o top da elite do CT, Ian Gouveia, na primeira bateria.
Ele e o carioca Pedro Neves foram eliminados pelo ainda recordista de pontos do campeonato, o jovem pernambucano Douglas Silva, que acertou os aéreos de novo para manter a invencibilidade na Praia de Maresias, e pelo saquaremense João Chianca, que avançou em segundo lugar contra os dois primeiros cabeças de chave.
Na segunda bateria caíram mais dois, o capixaba Krystian Kymerson e o uruguaio Marco Giorgi, barrados pelo sueco Kian Martin e o argentino Facundo Arreyes. E na terceira, mais um foi eliminado, Weslley Dantas, mas o outro cabeça de chave se classificou com a maior pontuação da quinta-feira. Samuel Pupo mora em Maresias e usou as manobras aéreas para atingir 14.74 pontos, somando notas 7.67 e 7.07. O norte-americano Nolan Rapoza passou junto com ele para a quarta fase da competição.
“A gente já sabia que o mar ia dar uma baixada e acho que foi até melhor, porque a bancada não está boa para um mar maior, então está bem divertido e fiquei feliz por ter feito uma das melhores apresentações do dia”, diz Samuel Pupo, que neste ano se sagrou campeão sul-americano Pro Junior da WSL South America.
“Eu conquistei este título importante esse ano e estou bastante confiante, com o surfe no pé. Eu não tenho mais chances de me classificar para o CT, então esse é o último QS que corro esse ano. Depois, vou disputar o Mundial Pro Junior em Taiwan e sou novo ainda para tentar a vaga para o CT nos próximos anos”.
Na bateria seguinte, o também paulista Jessé Mendes foi apenas o segundo cabeça de chave a estrear com vitória no Red Nose São Sebastião Pro. Ele é um dos cinco titulares da “seleção brasileira” no CT 2018 que estão competindo em Maresias e também mandou um aéreo animal que valeu a maior nota da quinta-feira, 8.17. No entanto, ninguém conseguiu bater os recordes do primeiro dia, pois a maior nota continua sendo o 8.83 do paulista Felipe Oliveira e os 15.26 pontos do pernambucano Douglas Silva, na primeira bateria do campeonato.
“Na verdade, a onda não era nada especial, talvez só para duas manobras”, diz Jessé Mendes, sobre a melhor onda do dia. “Só que entrou o vento e a onda ficou mais balançada para encaixar duas manobras. Aí, quando eu dropei e dei a primeira passada, vi que a onda ia ser só uma rampa, então tive que mandar o aéreo mesmo. Se eu tivesse dado uma batida ali, só ia tirar um 3.00 e pouco, então arrisquei e deu certo. Esse evento é importante para mim, porque não estou bem nem no CT e nem no QS, então um bom resultado aqui pode fazer a diferença neste fim de temporada”.
Estrelas do CT Além de Jessé Mendes e Ian Gouveia, mais duas estrelas do CT estrearam nas últimas baterias da quinta-feira. Antes disso, outro considerado como um dos favoritos foi eliminado, o potiguar Jadson André, que defendia a sétima posição no ranking do WSL Qualifying Series. Na disputa seguinte, o atual campeão sul-americano da WSL South America, Thiago Camarão, venceu sua primeira bateria com o também cabeça de chave, Ruben Vitoria, da Espanha, avançando em segundo lugar.
Duas baterias depois, entrou no mar o cabeça de chave número 1 do Red Nose São Sebastião Pro, o potiguar Italo Ferreira. Foi na Praia de Maresias que ele conquistou sua vaga para a elite mundial do CT em 2014 e o evento esse ano é promovido por um dos seus patrocinadores, a Red Nose.
Eram motivos especiais para fazer uma grande apresentação, mas as condições do mar já estavam bem difíceis e ele só conseguiu a classificação nas duas ondas que surfou nos minutos finais da bateria. Com elas, atingiu 11.84 pontos para superar os 11.06 de Hizunomê Bettero no confronto vencido por outro paulista, Robson Santos, por 12.73.
“Foi uma bateria difícil pra mim, mas consegui me classificar nos últimos minutos. Eu achei que ia conseguir pegar boas ondas já no início, principalmente nas esquerdas, só que não peguei nada muito bom e as manobras acabaram ficando um pouco fracas, mas estou amarradão por ter passado a bateria”, disse Italo Ferreira.
“Eu gosto muito daqui de Maresias e quando soube que ia rolar o campeonato, nem pensei duas vezes. Eu queria competir aqui, porque é um lugar que tenho boas lembranças e gosto da onda. Ela se encaixa bem com meu surfe, porque é rápida e com força, então só espero que o mar melhore para que a gente possa dar um show nos próximos dias”.
Logo após a estreia de Italo Ferreira, o cabeça de chave número 2 do Red Nose São Sebastião Pro e também top do CT, Michael Rodrigues, ganhou a bateria que acabou fechando a quinta-feira em Maresias. Foi mais um confronto fraco de ondas, porém ele fez o suficiente para superar o convidado da Red Nose, Kauê Germano, além de Tamaê Bettero e Fernando Junior. Restaram então sete baterias para fechar a terceira fase e o defensor do título do QS 3000 de São Sebastião, Deivid Silva, vai estrear na segunda da sexta-feira em Maresias.
O Red Nose São Sebastião Pro é uma realização da World Surf League. Patrocínio: Red Nose, Jeep, Corona e Prefeitura Municipal de São Sebastião. Divulgação: 89 FM e Waves. Apoio da Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião e Associação de Surf de Maresias.